salute! (Eu Voltei!!!)

êxtase

Mia continua quieta, sem conseguir falar nada. Alastair se irrita, numa fração de segundos, se aproxima de Mia, desfere um tapa que a joga contra a parede, ela bate a cabeça quando cai no chão, sangue começa a escorrer.

Alastair volta para o paralisado Lewis e o segura pelo pescoço com força, levantando ele do chão como se fosse um boneco.

- Levanta, vagabunda! Eu vou matar esse desgraçado! - A outra mão de Alastair se transformar completamente, deixando-a igual a de uma coruja, com garras afiadas e longas - Eu juro que vou rasgar ele até as tripas se você não levantar!

Mia tenta levantar, com dificuldade, o seu rosto estava vermelho, a parte de trás da sua cabeça estava sangrando, o corte da queda não foi muito profundo, e ela estava muito assustada para sentir aquela dor. Ela vê o rosto de seu amigo assustado, Lewis já estava roxo sem conseguir respirar, ele se debatia para tentar se soltar, mas a mão forte e firme de Alastair não chegava nem a tremer.

- Isso, meu bem - ele fala assim que Mia consegue se levantar, seu rosto estava irreconhecível, os olhos estavam fundos e escuros como a noite, seu sorriso estava enorme, literalmente, de orelha a orelha, mostrando todos os seus dentes.

- P-por fa-favor... - ela tenta falar, mas não consegue.

- O quê? - Alastair vira a orelha para escutar melhor - O que você disse, Mia?

Mia respira fundo.

- POR FAVOR, NÃO MATE ELE!!! - seus olhos já estavam transbordando em lágrimas, ela está respirando com dificuldade.

- Que comovente, quase me fez chorar - Alastair olha para Lewis - Talvez você não morra aqui hoje, pequeno verme.

Alastair solta Lewis, que cai tossindo e tentando respirar, sua mão volta ao normal.

- Mas, a sua amiguinha precisa fazer uma coisinha antes - ele mexe nas suas mechas ruivas e tira novamente uma cobra de seus cabelos, joga aos pés de Mia - Mate, agora.

Os olhos de Mia arregalaram, olhou para a criatura rastejante aos seus pés, olhou para o demoníaco rosto de Alastair, e depois olhou para Lewis, ainda no chão, tossindo e respirando com dificuldade.

Tinha que salvar o seu vulnerável amigo, ela fecha os olhos e segura a cobra pela cabeça, a criatura se enrola no seu braço com um aperto bem forte. Quando Mia abre os olhos, pode ver melhor a aparência da criatura, laranja com detalhes vermelhos, olhos tão negros quanto a noite.

- Lembre-se: é para arrancar a cabeça com os dentes - Alastair diz, o rosto demoníaco continuava, mas agora com um olhar de prazer muito perceptível.

Mia abre a boca, aproxima a cobra de seus dentes, Alastair começa a lamber os lábios, estava sentindo prazer vendo essa cena. Quando a cobra está bem perto da sua boca, ela hesita e recua um pouco, Alastair percebe e coloca o pé no pescoço de Lewis.

- Começou, termina. Ou quer que eu mate o seu amigo? - ele começa a colocar mais força no pé.

Mia fecha os olhos e morde a cabeça da criatura, que começa a apertar seus braço com mais força, ela sente o sangue escorrendo na sua boca, mas a carne da criatura é muito dura para arrancar de uma vez, então ela começa a puxar com força e usa a outra mão para empurrar sua mandíbula contra a criatura, dando mais força para arrancar a cabeça.

- ISSO! ISSO! - Alastair estava babando vendo a cena, literalmente.

O corpo da criatura começa a se soltar, Mia começa a puxar com mais força, o sangue na sua boca, agora escorrendo pelo seu pescoço, um último puxão, e a cabeça e o corpo finalmente são separados.

Mia joga o corpo para longe, cospe a cabeça e cai de joelhos, vomitando muito e chorando, se engasgando com o sangue e o vômito.

Alastair estava em êxtase, quase pulando de felicidade, seu rosto era de pura excitação, isso ficava mais evidente com a ereção nas suas calças. Ele chega perto da traumatizada Mia.

- O Labirinto mudou você! Você é digna! - ele se abaixa e coloca a mão no seu rosto - Você está perto de ir para casa.

Alastair vê o sangue na boca de Mia, lambe novamente os lábios, desfere um beijo na boca da garota, passando a mão pelo seu pescoço ensanguentado e passando a mão nos seus seios.

Mia se sentia morta por dentro, não fez nada para impedir Alastair, nem quando ele foi subindo a mão pela sua coxa, ela não tinha mais forças para continuar isso.

- Me mata...por favor - ela diz, com o rosto sério, mas as lágrimas continuavam caindo.

Ao ouvir isso, Alastair parou, soltou Mia, se levantou calmamente e ficou parado em pé na sua frente.

- Alice espera você no topo do obelisco, vá agora.

Mia recobra a consciência ao ouvir isso, olha para o rosto sério de Alastair, ele não está mentindo.

- Pode ir, Mia, agora.

Ela arrasta em direção a um inconsciente Lewis, o chacoalha para o acordar, ele acorda, ambos se levantam em silêncio e vão na direção do portão.

- Só mais uma coisa - fala Alastair, parado atrás deles.

Os dois param de andar, mas não se viram na direção dele.

- O quê? - pergunta Mia.

Numa fração de segundos, Alastair para entre os dois amigos, segura em Mia e a joga pelo portão, para dentro do obelisco, já Lewis, ele joga em direção a ponte.

- Desculpa, mas o obelisco só permite a entrada de uma pessoa - Alastair diz e faz sinal para o portão se fechar.

- MIA!!! - Lewis grita, caído na ponte.

- LEWIS, NÃO!!! - Mia corre na direção do amigo, mas já era tarde demais, o portão se fecha a frente dela.

- Mia, fuja daqui! - Lewis gritava do lado de fora - Custe o que custar, fuja desse lugar!

- Lewis! Eu não consigo abrir o portão! - Mia empurrava, puxava, chutava e o portão nem tremia.

- Fuja daqui! O mais rápido pos...

Tudo ficou em silêncio, Mia não podia mais ouvir Lewis.

- Lewis? Lewis, você tá aí?

Ela encosta o ouvido no portão, escuta um som estranho vindo do lado de fora, quando conseguiu assimilar o que era esse som, ela entra em choque, começa a andar em direção a um lance de escadas no final do recinto, mais lágrimas descem pelo seu rosto abalado.

Ela não sabia muito sobre corujas, mas tinha certeza de que aquele som era de uma coruja estripando a sua presa.

- Me desculpa, Lewis, eu não pude te salvar - ela diz, subindo o lance de escadas, quase em transe - Eu vou sair desse lugar, por nós dois, custe o que custar.