Eclipse • jjk + pjm

learn to walk before you run

Continuamos ali o intervalo todo, nem mesmo Hyung-sik saiu dali — até porque ele e Taehyung aproveitavam quando ninguém estava por perto para trocarem selinhos. Ventava um pouco e o ambiente estava agradável, queria que passássemos mais intervalos aqui a partir de agora.

Jimin virou seu corpo para mim, fazendo com que seu rosto deixasse de encarar os meninos e agora ficasse de frente para minha barriga. Ele permaneceu encarando o tecido da minha blusa, quieto. E, sem saber o que fazer, voltei a fazer carinho em seu cabelo.

Jimin tornou a fechar seus olhos, parecendo um gatinho manhoso quando recebia carinho. Ri fraco com esse pensamento e meu hyung pareceu ouvir, abrindo os olhos e me encarando desconfiado.

— Posso saber por que o senhor está rindo?

— Estou rindo que você quando recebe carinho parece um gatinho, — respondi entre risos — faltou só ronronar.

Jimin riu envergonhado, colocando a mão sob a própria boca. Talvez ele não percebesse que ficava tão sereno e entregue quando recebia cafuné no cabelo.

— Na verdade, eu sou um anjo — Jimin disse sorrindo convencido, ele sempre brincava sobre ser um anjo. E, de fato ele parecia com um.

Retribui seu sorriso, ainda olhando em seus olhos e, desci com cuidado minha mão que antes estava em meio aos seus fios até suas bochechas.

Toquei com a ponta dos dedos todo o percurso de sua pele, por fim deixando que minha mão se encaixasse bem abaixo de suas orelhas. Meus dedos encostaram em sua nuca, enquanto apenas o polegar ficava em sua bochecha e, ali eu comecei a fazer um carinho de leve.

Jimin, porém, pareceu surpreso com minha atitude pois não me lembro de tê-la feito alguma vez antes, na verdade só quando limpamos as lágrimas da bochecha um do outro. Seus olhos foram se arregalando um pouco e isso me fez parar instantaneamente com o carinho. Tirei meus olhos de Jimin e voltei a encarar os meninos que conversavam distraídos entre si.

Não acredito que eu tinha sido vencido por meus instintos, não tinha pensado e acabei por agir por impulso. Se continuasse desse jeito, Jimin iria estranhar e acabar se assustando comigo.

Comecei a suar frio e, como se soubesse, os olhos de Yoongi encontraram com os meus. E antes que eu pudesse silabar algum pedido de socorro, senti meu pulso ser segurado e, quando abaixei o olhar, vi que Jimin quem tinha o feito.

— Pode continuar...eu gostei.

Sua voz tinha saído tão baixinha que se não estivessemos tão próximos eu não a teria escutado, e pensaria que minha cabeça tinha inventado tudo isso.

Ainda que surpreso, voltei a passar meu polegar pelas bochechas de Jimin. Ele sorriu para mim, virando a cabeça um pouco para o lado de modo que agora o restante da lateral de seu rosto tocasse na minha mão também.

Fiquei perdido nesse momento e eu queria poder congela-lo e poder viver em replay, voltando e o revivendo sempre que quisesse. Sempre que eu e Jimin nos olhávamos assim me causavam esse desejo, assim como aconteceu em seu quarto no dia em que foi me desenhar.

O fatídico dia onde bastava pouco para que eu quase beijasse Jimin e estragasse tudo. Eu repassei aquele momento tanto em minha mente que não consigo mais distinguir o que não é realidade e o que de fato aconteceu.

Além de que o susto foi tremendo que um dos momentos mais importantes eu não sei dizer se foi real ou viagem minha. Afinal, Jimin ia fechar seus olhos ou não?

De qualquer forma, isso foi o bastante para que eu saísse da casa de Jimin suando frio e prestes a ter um surto daqueles onde você enfia a cabeça no travesseiro e grita histericamente. Eu estava tão em choque e em êxtase que demorei bons minutos tentando enfiar a chave certa na porta de minha casa.