Ó, temor, terrível e insano temor
Já diziam eles que trazes imensidão de dor
Assim não te vejo, entretanto
À tua base crio fortalezas e recuo em prantosChoro para dentro, sangro sozinho
Surgistes após tantos desatinos
Por todas as tortuosidades do meu triste solitário caminho
Pés cravejados dos mais afiados espinhosContudo, temor, não te temo
Estranhamente, compreendo
E para tu, me empenho
Em ti, a vida torna-se um monogâmico desenhoImutável e seguro, sem nuances e absurdos
Sem explosões ou eufóricos abusos
Com o preto e branco de fantasmas obtusos
Justifico-te em meu âmago pontudoMedo de ser esquecido que não deixa-me sequer tentar ser lembrado
Medo de ser ferido que não permite-me sequer ser alcançado
Medo de ser restringindo que não me possibilita ser libertado
Medo de ter morrido sem ao menos o amor ter vivenciadoSombriamente jocoso quanto nossos demônios nos acolhem
Em tempos nos deixam, encolhem, escolhem
Da mágoa quente nos protegem
À indiferença fria nos submetemEntão, abraço-te
Vivencio-te, desfaço-me
Pois o melhor a ser sentido é o nada
É o gélido cômodo tranquilo vazio
DU LIEST GERADE
Resquícios de Solidão
PoesieA solidão, por vezes, torna-se tua melhor amiga. Nela você se descobre. Nela você se encontra. Nela você se ama. Ela força-te a buscar em ti mesmo aquilo que às vezes tu procuras em outras pessoas. Solidão é, acima de tudo, um processo de (re)conhec...