Sold and tied.

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Elizabeth levou automaticamente a mão a sua espada, gelando quando percebeu que ela estava no chão. Tinha caido lá, e ela nem a quer tinha percebido. Tola, tola, tola! xingava a si mesma, achando-se estúpida demais. Olhou para Edmundo, grande parte da distração, e o xingou mais ainda por isso, diabos de rei cabeça dura.

Ela queria pegar sua espada, mas seria um esforço perdido, estava meio longe. Analisou a situação, estava bem perto dos brutamontes e era muito menor, consequentemente mais rápida, resolveu colocar sua conta em risco. Sem pensar mais, partiu pra cima de um dos grandões, o mais próximo. Desviando da espada deu um soco certeiro em seu nariz, que fez um belo clack. Edmundo pegou a oportunidade da distração de Eliza e pegou sua própria espada começando um duelo com o outro.

O homem tentava agarra-la, mas como ela tinha previsto era muito mais rápida, desviava de qualquer ataque da espada. O garoto também não ia nada mal, era ágil e atacava facilmente, fascinado pelo tilintar das lâminas e a emoção da batalha. Mesmo estando meio enferrujado, ele era um espadachin treinado.

Eles tinham quase uma vitória certa apesar da desvantagem inicial, quando - por grande falta de sorte - mais dois sujeitos armados chegaram. Edmundo parou a luta e soutou sua espada quando sentiu a ponta de outra em suas costas. E Elizabeth, levantou as mãos contrariada, tinha quatro espadas apontadas para ela. Reconheceu a sua própria, na mão do que segurava duas. Amarraram os dois, todos muito exasperados por tamanho cançasso. Foram preciso dois homens para acorrentar Elizabeth, que se contorcia furiosamente.

Os sujeitos não estavam nada contentes com todo o trabalho. Principalmente o que levou um soco no nariz, sangrava sem pausa e estava aparentemente quebrado.

- Esses deram trabalho - Reclamou o que lutou contra Edmundo, tinha sido encurralado e quase perdido para o garoto. Mais tarde ele contaria aos amigos, que tinha acabado com o espadachin na luta das lâminas.

Eles foram conduzidos - ou melhor empurrados - até uma parte meio escondida n'outro estreito da praia.

- Podemos cobrar mais caro por essa extressadinha aqui.

A garota dirigiu a eles um olhar tão mortal que deixou até Edmundo assustado.

Aparentemente eles tinham chegado ao destino final. Uma espécie de construção em decadência, podiam ouvir apenas um farfalhar de sussurros, e quem sabe distinguir uma voz fina e chiante, proclamando injúrias estridentemente.

Edmundo reconheceu o lugar como um parlamento, ou o que restara dele. Pedaços e gesso caiam do teto, e o que fora branco um dia estava amarelado ou recoberto de terra. Mas ao entrarem um pouco mais, viu que podia ficar pior. Viu a própria tristeza humana, dezenas de pessoas espalhadas pelo chão imundo, desolados e sofridos. Recostados em colunas quebradas, rezando por suas vidas.

- São mercadores de escravos - Disse Elizabeth em um sussurro assustadoramente calmo - Não devíamos ter parado aqui.

Ela não queria encarar todas aquelas ruínas. Sentiu uma desesperadora vontade de chorar... Pessoas inocentes capturadas por homens cruéis, prestes a serem vendidas para outros piores. Virou o rosto na unica direção possível - já que ao seu lado jazia um dos guardas - e viu o rosto estático de Edmundo Pevensie, sem qualquer resquício de cor.

Em meio a tanta informação, ele finalmente achou o lugar donde viam os insultos chiantes. No extremo oposto do parlamento, Ripchip se balançava em uma gaiola tão furioso quanto Eliza a poucos. E a alguns passos dele, sentados e encolhidos no chão estavam Lucia e Eustáquio.

Os guardas os levaram pouco mais a dentro do antigo parlamento, cuidadosamente, como-se para se certificar de que eles não tentariam fugir, até os soltarem. A verdade é que não tinham a menor possibilidade de pensar em fugir, pelo menos dois guardas em cada saída possível do edifício.

𝑨𝒔 𝒄𝒓𝒐𝒏𝒊𝒄𝒂𝒔 𝒅𝒆 𝑵𝒂𝒓𝒏𝒊𝒂 - 𝑨 𝒇𝒂𝒅𝒂Where stories live. Discover now