Capítulo 4 - Dinner

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De todos os casos possíveis em Nova Iorque, eu havia pegado o único no qual ela estava presente. Aquilo só poderia ser algum prova de fogo, ou uma pegadinha de televisão. Não era possível, com tantas mulheres nesse mundo, Jongin tinha que ter casado justamente com Ruby Jane? Quer dizer, não era culpa do homem, se a algumas semanas eu havia transado com sua esposa, se é que na época eram casados. 

- Está tudo bem? – Seulgi perguntou ao sentar a minha frente. 

Eu meneei com a cabeça negativamente, tentando voltar a minha realidade. 

- Está! Eu só estou pensando no caso de hoje. 

- Está animada? Soube que é um caso grande! – seu tom de voz era surpreso. 

- É um caso importante, e difícil. Muito difícil. 

- Pensei que quisesse um caso difícil, Lisa. Foi para isso que viemos para cá, não é? 

Eu suspirei pesado, enquanto ela me fitava um tanto confusa. 

- E eu quero! Vou resolver isso. Kyungsoo apostou todas a fichas em mim. 

- Isso é maravilhoso! Mesmo você não sendo mais delegada, creio que esse cargo é tão importante quanto! 

- Com certeza é. Só tem um problema.

Seulgi semicerrou os olhos em minha direção. 

- Que problema?

Eu olhei para ambos os lados, como se procurasse alguém que tivesse interesse em nossa conversa. Apoiei meus braços sobre a mesa, me inclinando um pouco para frente, a ponto de ficar mais próxima de minha amiga.  

- A mulher do empresário, Jongin.

- Ela é gata? – perguntou com um sorriso. 

Eu sorri da expressão sacana e ao mesmo tempo maldosa de Kang. 

- Sim, muito! 

- Oh, Deus! Você quer pegar a mulher dele? 

- A questão é essa, eu já peguei. 

Seulgi arregalou os olhos em puro susto. 

- Você está brincando, não é? – ela cochichou. 

Fechei os olhos, levando meus dedos até minhas têmporas, onde fiz uma massagem leve. 

- Não! Ele é casado com Ruby Jane. 

A mulher ficou calada por alguns segundos, talvez pensando em quem poderia ser Ruby Jane, quando em um lampejo de memória, Seulgi tocou com a ponta do dedo indicador em sua cabeça.

- A coreana do ménage?

Eu voltei com meu corpo para trás, encostando minhas costas na cadeira estofada. 

- Ela mesma. 

Seulgi levantou de sua cadeira, com uma risada que se espalhou por todo o ambiente. 

- Você está muito fodida!

- Obrigada pela parte que me toca. 

- Lisa, você passou o mês todo falando o quão boa na cama aquela mulher é. E olha que você já dormiu com muitas, mas nenhuma teve esse efeito sobre você.

- Eu sei! Porra. – resmunguei ao levantar de minha cadeira. – Ela não pareceu ficar desconcertada, pelo contrario, gostou de me ver.

Caminhei devagar até a estante, pegando uma das xícaras pretas com o brasão da delegacia, para depositar uma boa quantidade de café quente. Aspirei a pequena fumaça que saia do recipiente, sentindo o cheiro gostoso do café. 

Xeque-Mate || Version JenlisaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora