CAPÍTULO 4

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Depois de conversar com a Nat eu fiquei pensando sobre o que ela tinha falado, óbvio que eu já tinha me imaginado transando com o Gabriel, uma vez eu ouvi os gemidos de uma garota enquanto eu estava dormindo no quarto dele. Eu era a única menina que dormia na cama dele - Ele tem uma besteira de falar que o quarto dele não é lugar pra qualquer uma... Não vou mentir, me sinto até lisonjeada sobre isso.- todas as garotas que ele traz pra transar ele leva pro quarto dos pais como uma espécie de vingança ou alguma coisa assim, eu nunca vou esquecer daquilo, eu fiquei ouvindo por um tempo por curiosidade, fiquei imaginando como seria estar no lugar dela... Eu sei que é um pensamento extremamente estranho pra se ter com o melhor amigo então depois de ter começado a raciocinar com coerência eu coloquei o fone o mais alto possível e tentei dormir, depois disso eu sempre coloco fone toda vez que eu sei que o Gabriel tá com alguma garota aqui.

Ele era meu amigo, eu precisava manter assim, achava muita cara de pau da minha parte ficar pensando besteiras sobre ele enquanto ele me via como sua irmãzinha e alguém para proteger, não era certo. Eu não podia fazer aquilo.

Só pra deixar claro SIM eu tenho uma casa, mas digamos que a minha mãe está sempre levando seus namorados de 20 e tantos anos e ela não quer que eu esteja em casa pra presenciar isso talvez por se sentir culpada, ou talvez porque ela se sente "nova" demais pra ter uma filha com quase a idade dos caras que ela sai. Eu sei que ela me ama... Só ficou com dificuldades pra demonstrar isso depois que o meu pai foi embora, então a casa do Gabriel é um refúgio particular, mas às vezes ele vai na minha casa também, não é igual ao paraíso adolescente que é a casa dele, mas por alguma razão quando ele tá chapado ou triste ele aparece na minha casa pra conversar ou só ficar de boa mesmo.

Somos assim.

Somos nós.

Não tem o que fazer, não tem como explicar.

- Você tá bem Ju? - o Gabriel se aproximou de mim.

Eu estava sentada na bancada do salão de festa olhando o movimento, a Nat estava se acabando de dançar mas eu não estava afim do Gabriel dando um show comigo e por mais que os garotos ficassem me olhando eu não estava afim de ser o centro das atenções hoje. A Nat insistiu que não queria me deixar sozinha, mas eu queria que ela aproveitasse, eu não queria prender ninguém junto de mim, estava bem.

Me senti culpada por estar aqui, eu poderia ter ficado em casa e evitado todo aquele "aue" por causa de um short.

- Oi to sim! - respondi.

- Você tá com uma carinha tão triste! - o Gabriel falou. - Tá pensando em que?

- Ah... E que eu não to afim de dançar! - falei e ele me analisou.

- Tu ficou mal por causa do que eu falei lá em casa? - ele perguntou e eu sorri e fiz que não com a cabeça.

Então ele ficou na minha frente e abraçou minha cintura, eu estava na bancada isso significa que eu estava um pouco mais alta que ele.

- Sabe o que é bom de te conhecer a mais de 10 anos? - ele começou a falar e mexeu na ponta do meu nariz. - E que você não me engana mocinha!

- Ah... Poxa um dia eu vou aprender a mentir! - respondi o abraçando de volta e comecei a mexer no cabelo dele. - Tá tudo bem... De verdade!

- Se quiser ficar aí ok... Mas os meninos vão jogar verdade ou desafio e eu sei que você gosta de ficar vendo! - ele falou e então saiu do abraço e começou a dar batidinhas na minha perna no ritmo da música e eu ri. - O que acha?

- Ok! - dei-me por vencida. - Mas eu quero jogar!

- Ah não Ju... Se fizerem coisas como "te desafio a tirar a camisa" o que você vai fazer? - ele perguntou e parecia me fitar sério.

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