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Pisquei repetidas vezes quando me dei conta do que estava acontecendo. Meu querido professor de história me segurou pelo pulso, e me arrastou para outro corredor vazio. Olhei para as costas de Damian ofegante, enquanto apertava os livros contra o meu peito com força pela adrenalina.

Tentei acompanhar seus passos rápidos, mas fui desajeitada e acabei soltado uma risada. Subimos alguns degraus da escada que dava acesso a sala de música.

De longe, conseguíamos escutar as vozes das alunas agitadas. Logo aconteceria a troca de turma e por alguma razão ele estava se arriscando.

Sorri amplamente quando me encostei na escada sendo encurralada por ele. Toda essa aproximação e adrenalina, me deixa viva.

Olhei para Damian e analisei seus trajes, consciente de que ele estava indo para a sala de aula. Seus olhos ficaram estreitos, o que fez meu sorriso se alargar mais.

Damian deveria ser preso quando me olhava daquela maneira. Relaxei os ombros e olhei ao redor, com medo de que alguém pudesse nos ver. Estávamos no meio da escada e qualquer aluna, professor e até mesmo o diretor podia aparecer aqui e presenciar a cena.

— Me assustou... — sussurrei para ele.

Ele se aproximou mais e apoiou uma das suas pernas entre as minhas, deixando nossos corpos próximos. Sua respiração se encontrou com a minha, fazendo meu olhar se direcionar ao seu. A adrenalina fez meu pobre coração pulsar feito um louco. O perigo de que alguém pudesse nos ver, deixava o clima entre nós ainda mais excitante.

— Não foi minha intenção assustá-la, apesar de ficar ainda mais bonita com esse rostinho amedrontado... — sussurrou com um lindo sorriso que me desarmou.

Levantei uma das minhas mãos e acariciei sua bochecha, sentindo meu coração disparar. Toda essa aproximação me deixava como uma idiota apaixonada. Talvez Damian possa se tonar a minha perdição. Temo por isso!

— Te vi saindo da diretoria. O que você aprontou dessa vez? — sua pergunta foi carregada de ironia, tive vontade de rir.

São muitos raros os momentos em que conversamos tão naturalmente e onde ele se comporta como alguém da sua idade, e não como um senhor de 40 anos. Por mais que aprecio seu lado educado e formal, também gosto quando ele é um jovem divertido.

Pisquei diversas vezes, travessa e acariciei sua nuca, deixando a sua mão repousar na minha cintura, nos aproximando ainda mais.

— O diretor Monrov está encantado com a minha companhia, não consegue mais ficar longe da minha ilustre presença. — sorri irônica, passando uma mão pelo seu ombro.

Minha tentativa de uma piada divertida não funcionou, Damian ficou tenso e estreitou os olhos na minha direção, me puxando pela cintura para ficarmos mais próximos. Seu ato ousado me deixou surpresa e com o coração disparado.

Perdi a respiração quando seus olhos cruzaram com os meus, ele parecia tentar ver a minha alma. Engoli em seco e fiz um barulho irritante com a garganta. A qualquer momento alguém poderia aparecer aqui e estaríamos arruinados. Mas não consegui dizer nada, parecia presa em um transe.

— Ele tentou algo com você? — perguntou com calma, sua voz era serena, mas tão severa quanto.

— Como? — respondi sem acreditar no que havia escutado.

Demorei a raciocinar que ele se referia ao diretor, ele parece estar com ciúme. O olhei espantada. Damian é louco? Ainda sem entender, pisquei diversas vezes raciocinando o que diria.

Por que ele havia perguntando isso? Olhei para os lados vendo se alguém se aproximava e mordi os lábios tentando segurar a vontade de rir.

— O diretor Monrov? — segurei o riso. – Por que perguntou isso?

— Porque foi o que me disse, Gretta.

— Professor, você é novo, achei que entenderia a forma como os jovens se expressam ironicamente em palavras. — fechei os olhos para não rir alto. — Eu e o diretor Monrov? Isso é nojento! — fiz careta, arrancando um sorriso encantador dos seus lábios.

— Hm, não me assuste assim. Você é minha diaba, imaginar outro professor a tendo me deixa nervoso. — meu coração disparou.

— Nervoso, ou com ciúmes? — rir puxando seus cabelos de leve. — Arthur tem todas as alunas dessa instituição como filhas. O único tarado por um par de pernas é o professor de línguas estrangeiras, e acho que você entrou na lista. — arqueei uma sobrancelha com divertimento.

Damian sorriu de uma forma que arrebataria todas as alunas desse colégio, e acariciou meu pescoço, se aproximando para deixar vários beijos perto da minha orelha.

— Damian... — arfei, prendendo o ar, enquanto suas mãos seguravam firmemente a minha cintura, na medida que ele distribuía beijos lentos pelo meu pescoço. — Alguém pode aparecer a qualquer momento...

— Serei rápido, Alissa.

— E o que você quer? — abri os olhos para vê-lo.

Ofegante, Damian segurou meu rosto com as duas mãos e sorriu, se aproximando ao ponto das nossas respirações se encontrarem uma com a outra.

— Você!

Ele pegou a minha mão e me arrastou consigo, subindo as escadas em direção a uma sala vazia que ficava ao lado da sala de música.

Assim que entramos na sala, o vi fechar a porta e colocar seus livros sobre mesa. Repeti os gestos e deixei que as minhas mãos envolvessem seu pescoço quando seus lábios repousaram sobre os meus, na medida em que ele me prendia contra a porta, me beijando com fervor e voracidade.

Sua mão direita me segurara com tanta força, que nem se eu quisesse, conseguiria correr. Enquanto com a outra mão, passeava com os dedos pela parte interna da minha coxa, prestes a explorar minha intimidade, grunhir entre seus lábios.

— Então o professor de línguas estrangeiras é perigoso?! — sua pergunta me causou calafrios.

— Não, ele só é um tarado. — rir relaxada, enquanto recebia beijos no pescoço.

— Vou fica de olho.

Seu toque era macio e me provoca um misto de sensações. O seu perfume, me hipnotizava, mesmo se eu relutasse. Parei de beijá-lo para olhar em seus olhos rapidamente, antes de começar a puxar o suéter que ele usava para longe do seu corpo, mas Damian me barrou, antes que eu terminasse de tirar a peça de roupa.

— Hoje não, garota assanhada! — sussurrou, empurrando o suéter para baixo e levando sua boca até a minha, me dando outro beijo e se afastando novamente. — Teremos muito tempo para isso outro dia. Mas a escola não é o lugar ideal.

Arfei irritada.

— Você é um filho da puta, sabia? Não deveria me provocar e depois não continuar com o trabalho... — revirei os olhos.

— E você é muito pervertida. — rebateu, apertando a minha cintura e se afastando. — Você tem aula agora e eu uma sala à minha espera.

Exatamente! Eu tinha uma aula chata de educação física esperando por mim e teria que me segurar para não surrar, sabendo que na sala dele, outras garotas estariam focadas em sua bunda, enquanto ele se manteria virado na direção da lousa.

— Grande coisa! Como vou conseguir me concentrar na aula depois disso?

Damian ajeitou o suéter em seu corpo e passou a mão pelos fios escuros do seu cabelo, colocando-os no lugar. Em seguida, se aproximou de mim, depositando um beijo suave no meu pescoço e fazendo um caminho de beijos até o meu ouvido.

— Pode, quem sabe... imaginar como será quando eu estiver entre as suas pernas. — sussurrou.

— Damian. — arfei fechando os olhos.

O safado sorriu mordendo os lábios me provocando.

— Vou imagina-lá com aquela roupa aperta, hm, é uma bela visão Gretta. — me afastei relutante o beijando.

— Sua bunda também é Damian. — ele riu me dando um selinho de despedida.

Boas Garotas MalvadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora