Prólogo

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Eu segurava fortemente a mão da minha melhor e única amiga, olhavamos para trás desesperadas tentando nos desfarçar em meio aquela multidão de pessoas que andavam normalmente pelas ruas de Londres.

Eu sentia que todos os olhares estavam voltados para nós, e sei que isso era inevitavel. Seriamos duas garotas aparentemente bonitas e normais se não fossem pelas marcas, machucados e cicatrizes pelos nossos corpos e rostos.

No meu rosto havia um profundo corte na bochecha, um não tão grande, mas aparente machucado no canto da minha boca, um médio corte acima do meu olho direito e claro um enorme roxo no meu olho esquerdo. Já o rosto de Mary não estava tão ferido assim, mas também havia machucados como um corte já a cicatrizar no canto de seu olho que se estendia pela sua bochecha e um pequeno machucado seguido de um roxo em seu queixo. Sem contar o resto dos ferimentos espalhados pelos nossos corpos.

Eu concordo com o espanto das pessoas ao verem nosso rostos delicados machucados tão ferozmente assim, eles devem estar a imaginar "Quem poderia ter feito algo tão estupido?" Eu tenho essa resposta meus caros, que tal o grupo de um dos mafiosos mais temido do Reino Unido, homens sem nenhum escrúpulo, que não exitam em meter a mão na cara de uma mulher, homens que não exitariam em te matar se você fizesse algo que os desagradassem.

Naquele momento tive a certeza que não estavamos sendo seguidas, só então eu pude sentir a liberdade sendo jogada sobre mim do jeito mais libertador e leve possivel, então parei ali mesmo e abracei Mary com todas as minhas forças, recebia aquele abraço reconfortante e acolhedor enquanto lagrimas de alegria e alivio escorriam pelas nossas faces, como era bom sentir aquela sensação de leveza e de vida novamente.

Depois de terminarmos nosso longo abraço, demos as mãos e fomos andando rapidamente meio que em pequenos saltinhos de alegria com um sorriso inexplicavel no rosto. No primeiro bar que avistei eu entrei e comprei um maço de cigarros Black e um isqueiro. Andamos até um local seguro, uma pequena praça perto do posto policial, nós meio que nos escondemos entre as grandes árvores e eu retirei dois cigarros do maço, dando um a Mary e os acendi calmamente. Sentir aquele sabor entre os meus lábios e prendendo aquela fumaça na minha garganta pude sentir a vida entrando dentro de mim novamente, soltei a fumaça lentamente da minha boca e repeti esse procedimento o mais devagar que pude até o meu cigarro chegar ao fim e Mary também.

Caminhamos a passos apressados até a casa de Mary, o único lugar seguro para nós duas, o único lugar que sabiamos que eles não nos achariam, um pequeno quarto, uma cozinha minuscula e a casa de banho menor ainda, eram os comodos que compunham a casa de Mary, algumas paredes estavam com infiltrações, mas isso não importava.

Fui até a casa de banho, me despi e entrei debaixo da água quente que escorria pelo chuveiro, senti meus ferimentos do corpo e do rosto queimarem, via o meu sangue escorrer pelo ralo, lavei meus cabelos e depois que terminei sequei-me e coloquei as lingeries que Mary havia me emprestado e logo após isso me joguei na cama de casal no centro do pequeno quarto, me cobri com o fino cobertor e só tive um único pensamento antes de adormecer:

-Bom eu não sei como continuo viva depois de ter passado pelas mão nojentas desses animais, mas eu só sei de uma coisa se eles conseguirem me pegar de novo minha alegria de sentir a leve brisa da vida novamente vai acabar do jeito mais brutal possivel.

Perfect DenialWhere stories live. Discover now