O destino é algo engraçado. Ele te leva aonde quer, independente da quantidade de planos que você traçou ou deixou de traçar.
Quando eu era apenas uma criança curiosa apontando para as estrelas e puxando a barra do vestido da minha mãe, perguntando...
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Eu me segurava para não roer as unhas enquanto atualizava o site a cada cinco minutos. Eu sabia o horário que o resultado sairia, mas a ansiedade falava mais alto e meus dedos clicavam no botão esperando a página recarregar.
Meus pais, sentados do meu lado, estavam de mãos dadas. O silêncio reinava na casa. Até meu irmão mais novo, que nunca parava quieto, estava sentado em silêncio sentindo a tensão que se acumulava na sala.
Você foi selecionado na chamada regular.
- AAAAH MENTIRA!
O computador foi salvo por pouco, pelo ótimo reflexo de meu pai, quando levantei bruscamente e comecei a pular pela sala. Eu havia passado! Meus pais e meu irmão começaram a comemorar comigo, e os vizinhos provavelmente não entenderam a mistura de gritaria e choradeira que vinha da nossa casa, mas era tudo de felicidade.
Havia sido um período muito complicado, o de vestibular. Minha família acompanhou de perto o drama da pressão dos estudos e o que isso tudo causou em mim. Finalmente, o resultado veio e tudo valeu a pena.
Pouco tempo depois de nossa comemoração histérica, minha mãe foi para o telefone contar a novidade para a família. Mesmo em tempos de WhatsApp, minha mãe insistiu em ligar para todos os meus tios e avós e primos.
Meu pai, como sempre, fez um lindo e bem pensado post no Facebook para mim, com direito a poema e tudo.
Meu irmão colocou muito esforço em sua cartinha, que por dentro tinha um belo desenho meu vestindo uma beca de formatura e as palavras "Você já é minha arquiteta favorita!".
Já eu, me sentei na varanda para absorver tudo que acabara de acontecer. Eu iria para a faculdade. De verdade. Uma universidade gigantesca, estudar coisas muito difíceis e específicas.
Provavelmente ia ser bem estressante... principalmente pelo fato de eu ter perdido todos os meus amigos no processo de ficar em casa estudando loucamente durante todo o meu ensino médio. Eu precisava de alguma coisa para aliviar os ânimos, para tirar a tensão dos meus ombros. Sem isso, como estaria pronta para enfrentar a universidade?
Quando a tarde começou a cair e a noite veio, meu pai pediu uma pizza enorme para comemorar minha entrada para uma federal. Estávamos todos sentados em volta da mesinha de centro da sala, conversando animadamente.
Minha mente porém, não parava quieta pensando no que eu poderia fazer como último momento de relaxar antes de ir para a faculdade. Foi quando estávamos lavando os pratos e guardando as sobras da pizza na geladeira que eu tive a ideia perfeita.
- Mãe, - chamei, - já sei o que quero de presente de aniversário esse ano.
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