Hello, New Orleans!

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Dinamarca, 2014


  O aeroporto de Companhage pareceria muito comum aos olhos de alguém desatento, mas parando para olhar direito, havia uma pequena figura que se destacava no Portão A de entrada. Uma moça não tão alta, de cabelos compridos e pele morena, parecia impaciente ao esperar seu vôo. Batendo o pé repetidamente no chão, olhava em volta mordiscando os lábios como se estivesse em um dilema mortal.

  Não gostava nada de aviões, mas era mais fácil arriscar ficar sentada durante algumas horas em um lugar fechado, do que arriscar perder uma cabeça ou parar no Brasil ao tentar usar seu falho poder de teletransporte. Como qualquer bruxa de sua idade, Alyssa não tinha total domínio sobre o poder que possuía.

  Seu vôo foi anunciado, não tinha mais escapatória. Respirando fundo por um segundo, dizendo a si mesma para manter a calma, embarcou naquele avião que a levaria de volta para casa. Isso era o que mais ansiava, voltar para o lugar onde nasceu e cresceu, New Orleans. O motivo não era agradável, mas a moça não se incomodava, a morte de seu pai não era algo completamente surpreendente.

  Fechando os olhos, encostou as costas na poltrona confortável da primeira classe, deixou um suspiro sair de seus lábios, fechando a mão em punho e batendo de leve em seu peito. Tinha a sensação de que não estava apenas voltando ao lar, e sim que algo estaria prestes a acontecer, não fazia idéia do que seria, mas no momento preferia ignorar e apenas tentar dormir um pouco.

Quando o avião pousou, e os passageiros desembarcaram, Alyssa nem leu a placa que o motorista segurava para identifica-lo, não era necessário, abriu um sorriso ao o reconhecer, rapidamente indo até ele o enlaçando com um abraço.

- Joffrey! - Disse em entusiasmo, ver seu motorista ,e também mordomo, depois de tantos anos era o começo de uma dádiva! Mal conseguia segurar a ansiedade para ver todos os outros.

- Pequena Alyssa, como vai? - O mordomo disse cordial como sempre, mesmo que mantessee sempre a formalidade profissional, neste momento de reencontro se permitia sorrir. -  Vejo que cresceu bem!

- É, considero que sim. - Sorriu sem graça ao se afastar do homem, era um tanto estranho ter mais contato emocional com os empregados do que teve com o seu próprio pai. - E então, como vão todos?

- Bem, veja por si mesma, estão todos ansiosos para te ver. - Joffrey deu um sorriso educado, indicando que a mesma o seguisse para fora do aeroporto estadunidense.

Sem necessidade de abrir a porta do carro para a dama presente, a mesma entrou no Bugatti Negro que não conhecia, deviam ter trocado de carro novamente, não era surpreendente. Mas esse corria, corria mais do que já tinha experimentado, era um sensação que ela gostava, a de velocidade. Fazia com que se sentisse livre.

Passando pelo centro da cidade chegavam ao seu bairro de nascença, seus olhos viajavam pelas lojas e casas do bairro francês aonde tinha nascido. Colocou o rosto para fora ao fechar os olhos, ergueu a mão no ar sentindo-a quebrar a brisa deixando que a saudade que a sufocava finalmente fosse dissipada.

- Estou de volta. - Abrindo os olhos, deu um sorriso vendo a mansão que se aproximava a cada metro, as luzes acessas revelavam que alguém esperava na porta de entrada, Martina estava ali para recebe-la. - Nanny!

Saindo do Bugatti assim que foi estacionado, Alyssa correu para os braços da mulher que retribuiu com força, fazia quase três que não se viam, a saudade não era descrita em palavras, apenas naquele abraço tomado de emoção.

- Oh, minha pequena! - A babá disse ao tocar o rosto dela, inspecionando querendo ter certeza que estava tudo bem. Sorrindo, concluiu isso com o orgulho estampado no rosto. - Está cada vez mais linda!

The Originals: UnanimousWhere stories live. Discover now