Pride in Love - Releitura de Orgulho e Preconceito

Capítulo 2

Meu pai era um homem nos seus cinquenta anos, que possuía um raciocínio rápido, temperamento reservado e um humor sarcástico, que nem mesmo os mais de vinte anos de convivência foram suficiente para esposa se acostumar. Henry Bennet, era dono de uma propriedade que mais poderia chamar-se de fazenda- como realmente era chamada Fazenda Longbourn- era uma das maiores produtoras de vinho e queijo da região, e onde também eu trabalhava. Desde sempre ajudei meu pai em tudo que pudesse na fazenda, desde as contas até ordenha das vacas, sendo porém minha parte favorita a criação de novos vinhos, a especialidade da casa. Então, quando estava para entrar universidade imediatamente escolhi algo se encaixasse aí. Me formei então em engenharia alimentícia, curso que meu deu mil ideias para melhorar o negócio da família, o qual estava meio estagnado. Pois, embora fosse um homem culto e tivesse mantido bem o negócio por anos, meu pai acabou se acomodando nas finanças, de modo a não permitir uma maior crescimento dessa.
Minha mãe por sua vez, em personalidade tinha tudo de previsível, um intelecto construído de imediatismo e um temperamento instável, pois se algo lhe deixasse desconte, logo se imaginava nervosa. Pouca e ao mesmo tempo muita coisa lhe deixavam contente, sendo seus passa tempos preferidos imaginar as filhas casadas, receber vistas e saber as novidades da pequena cidade de Meryton.

Mas no final das contas, mesmo com tantas diferenças meus pais se entendiam. Tanto que o Sr. Bennet foi um dos primeiros a visitar Charles Bingley, uma vez que essa sempre fora sua intensão. No entanto, fez questão de oculta-la até o último momento. Até que um dia me observando mostrar um novo vestido a minha mãe e irmãs,  a oportunidade de anunciar a noticia lhe pareceu chegar.

- Acho que Charles Bingley ficaria encantado, Lizzy. - me disse pensativo, de modo a perturbar minha mãe.
- Nuca saberemos a resposta, já que você não deseja visitá-lo. - disse ela por sua vez.
- Mamãe, a senhora terá outras oportunidades de conhecê-lo. - digo tentando conforta-lá, embora não concordasse com seus objetivos para esse encontro. - a Sra. Long não prometeu nos apresentá-lo?
- Não confio na Sra. Long, ela é uma mulher muito egoísta, não gosto dela. - disse desgostosa, para depois acrescentar. - além do mais, ela não teria como cumprir tal promessaé já que não se encontra mais em Meryton.
- Então creio que será você quem irá apresentar Charles Bingley à ela.
- Como gosta irritar meus pobres nervos! Isso não seria possível, já que não o conheço. - disse irritadiça mas de modo que só podia nos fazer rir. - quer saber? Estou cansada Sr. Bingley.
- Oh querida isso é uma pena. Se tivesse escutado isso antes, não teria o visitado esta manhã. - disse com falso desconsolo.
Minhas irmãs e mãe ficamos quase durante um minuto ( tempo recorde para as Bennets) caladas digerindo a notícia. A primeira demostrar uma emoção foi mamãe, que deu pulinhos de alegria e começou a depositar beijos em todo o rosto do meu pai. Em seguida Lydia e Kitty começaram fazer mil especulações sobre como Charles Bingley deveria se parecer. Jane ria. Mary falava algo sobre feminismo. E eu, bem, dessa vez fiquei calada observando a cena porque nem mesmo poderia concordar com papai.

- Eu sabia que o pai de vocês não iria me decepcionar! - falou mamãe ainda entusiasmada, quando ele já não se encontrava mais conosco.
- Tenho certeza que ele só terá olhos para mim. - disse Lydia desfilando entre nós todas olhando seu reflexo pela câmera do celular.
- Por favor tenham senso. O papai foi visita-lo por edução, não para arranjar um marido para uma de nós! Em que século acham que estão? - falei pasma, para depois me voltar diretamente para minha irmã mais nova. - e Lydia, por favor se situe, não tem nem 18 anos, do lado dele ainda é uma criança.

Nenhuma das duas fez questão de me responder, me direcionando apenas um olhar entediado e uma jogada de ombros, e voltando a falar novamente no assunto, já pensando quando deveriam convidá-lo para jantar.

Segundo capítulo e vemos que pode passar dez séculos e a Sra. Bennet ainda vai desejar ardentemente ver todas as filhas casadas! Haja paciência para nossa Lizzy.