Segunda Parte

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A verdade era que ainda estava com vergonha e nem mesmo as torradas e o café com leite tirava esse sentimento que fazia suas bochechas se manterem em um tom avermelhado o tempo todo.

No balcão de mármore branco da cozinha, sentando em um dos banquinhos, estava Eren, ainda encolhido da manta amarela de Levi, com uma xícara de leite com café bem quentinho na mão, e na sua frente, torradas feitas por Levi. 

Sim, agora sabia o nome daquele desconhecido que, aparentemente, lhe deu banho, trocou de roupa e acalmou quando sua vida parecia estar em ladeira abaixo. 

O alfa que estava sentando no sofá cinza, estava com uma da mesma xícara de Eren, mas segurava de forma peculiar, com a boca da xícara entre o polegar e os três primeiros dedos. 

Este observava atentamente cada movimento que o ômega Eren Jaeger fazia. Com as bochechas vermelhas e um olhar totalmente caído pela vergonha, ele bebericava da xícara sem sequer mexer nas torradas que estavam no prato.

Mas o que mais deixava a cena completamente agradável aos olhos de Levi era a forma como ele se enrolava em sua manta, como se o pedaço de pano fosse o proteger de qualquer coisa.

Inclusive da vergonha.

Flashback

— Por que eu estava deitado na sua cama? — Eren perguntou alarmado, jogando para o fundo da sua mente o sentimento que tomou conta do peito quando aquele alfa disse que estava em casa.

Seria uma frase totalmente normal, se a entonação não o fizesse sentir que estava realmente em casa. 

O cheiro e a forma como aquele alfa lhe olhava o deixava quente por dentro, mas não quente de alguma forma sexual, um quente confortável que realmente dava a sensação de estar no lugar que deveria estar.

— Não se lembra de nada?

Oh por Deus, eu não quero ter transado com ele, era o que se passava na cabeça do ômega. E mesmo que achasse aquele homem um absurdo de tão atraente...

Não, não! Nem pensar!

— Não me diga que… — a voz do ômega se quebrou no meio da frase.

— Ele me deixou… — começou Levi, esganiçado a voz. Ah! Finalmente poderia se vingar um pouquinho — eu fiz bolinhos… — agora o alfa levantava da cama, chegando até Eren, ficando de cócoras, Levi o encarou. — eu até tentei rebolar no pau dele, mas…! 

Oficialmente Eren havia se tornado um tomate. 

Nesse momento Levi já ria abertamente, sim, aquele ômega já havia arrancados vários sorrisos daquele alfa que parecia impenetrável. 

Nada vinha na cabeça do ômega, mas como sabia do seu histórico de quando bebia…

Aham, eu fiz merda! 

Vendo o acanhamento por parte do Ômega, Levi cessou o riso, mesmo que por dentro ainda se borbulhasse de vontade de rir mais.

Limpou a lágrima solitária que caia no olho esquerdo. 

— Relaxa… — falou ele — você me disse todas essas coisa, sim, mas não foi nada demais… 

— Diz isso depois de ter jogado tudo na minha cara. — falou amuado, enquanto desviava o olhar para qualquer canto do quarto, menos para o rosto quase colado aos seu.

Levi se levantou e sentou na beirada da cama, observando a carranca na cara do ômega.

— Pode pelo menos me dizer o seu nome? — perguntou interessado. 

Cheiro de Casa | Ereri - RirenWhere stories live. Discover now