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MALIA

Acordo cedo no dia seguinte. A entrevista esta marcada para as oito horas da manhã e fica bem longe de onde eu moro.

Não sei bem o que vestir então opto por ir com o que me deixa mais confortavel. Visto uma calça jeans de lavagem clara e desfiada, uma regata branca e minhas botas de cano baixo pretas de veludo. Visto também um casaco fino estampado que vai até abaixo do meu joelho. Deixo meus cabelos soltos e somente passo maquiagem o suficiente para esconder as olheiras. Pego minha bolsa e saio do quarto encontrando Amanda fazendo seu café da manhã.

- Caiu da cama? - pergunta assim que me sirvo com uma generosa xicará de café

- A entrevista é hoje. - a lembro

Assim que marquei minha entrevista, fui correndo até o serviço dela para contar a noticia. Ela ficou tão feliz por mim que parecia até que eu já havia conseguido a vaga.

-Oxi, é mesmo. Havia me esquecido.

Tomamos nosso café tranquilamente, claro que eu estava toda hora olhando no relogio. Mas ainda tenho tempo suficiente para chegar lá.

- Vou nessa amiga. - digo e me levanto

- Mas esta cedo ainda.

- Melhor eu chegar cedo do que me atrasar, vai que acontece algum emprevisto. - pego minha bolsa e caminho ate a porta de casa

- Ma, espera. - Amanda chega ate a mim e começa a sacodir a mão pelo meu corpo

- O que está fazendo?

- Tirando toda má vibração. - diz como se fosse a coisa mais simples e normal. - Pronto. Você vai arrasar.

- Assim eu espero amiga. Almoçamos juntas e te conto tudo. - digo e lhe mando um beijo já saindo de casa

Amanda é um amor, mas é doidinha de pedra. A cada mês ela esta mudando sua personalidade, esta a duas semanas na pegada hippie e acho que ela té que esta gostando.

Caminho até o ponto de onibus e espero o mesmo ter a boa vontade de passar. Quase meia hora depois, minha carruagem chega e eu enfim posso respirar aliviada.

Não sei direito aonde é, a moça no celular me deu algumas refêrencias e eu vou tentar achar. Peço ajuda ao motorista que me socorre e diz que quando estiver chegando ele vai me avisar.

Me sento proximo a ele e coloco somente um fone para que eu possa ouvi-lo me chamando. É engraçado que nossa vida passa como um clipe de musica triste quando estamos no onibus. Nem Adele ou Taylor conseguiriam compor algo tão melancolico.

O bom motorista me avisa que estamos proximos e eu ja me preparo. O onibus para e eu desço bem em frente a um enorme arranha-céu todo espelhado que grita dinheiro e poder.

Seria mais facil a mulher ter dito como referencia que o predio era um atalho até Jesus Cristo. Muito lindo, parabens a que o desenhou. Só imagino quem limpa isso tudo.

Caminho em passos decididos para dentro do mesmo. Ao passar pela porta vejo a recepção toda em dourado e marrom mediante as madeiras ali presente. Aqui cheira tão bem. Algumas plantas pelo ambiamente quebram os tons fortes e passam tranquilidade, embora ainda grite riqueza.

Vou até a recepcionista morena que se encontra do outro lado do balcão.

- Bom dia, em que posso ajuda-lá? - me pergunta e me lança um lindo sorriso

- Bom dia, vim para a entrevista como babá. Malia Johnson - digo

- Só um estante, por favor. - a mulher cujo o nome em sua blusa diz Thamyres, pede para mim aguardar uns minutos enquanto ela liga

MaliaOnde histórias criam vida. Descubra agora