CHAPTER FIFTY FIVE

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Pov. Finn

Não olho para trás uma última vez. Vê-la a chorar porque estou a ir embora é a pior coisa de sempre. Já tinha previsto este momento na minha cabeça mil vezes, mas é sempre pior do que imaginamos. É péssimo. 

Quando o autocarro arranca, já estou com os fones nos ouvidos e com a cabeça encostada ao vidro. Para piorar a situação, um homem que cheira a suor vem-se sentar ao meu lado. 

Tento não pensar nela durante a viagem, tento mesmo. Mas não consigo. Como o meu remédio para tudo é dormir, é isso que tento fazer. Aumento o volume da música e fecho os olhos para tentar adormecer. 

Cai-me uma lágrima mas eu limpo-a imediatamente. Nunca tinha ficado assim por voltar para casa. E das outras vezes estava lá o meu pai. É nisso que tenho de pensar. Nas coisas boas. O meu pai está preso. Estou seguro. A minha mãe está segura. Estamos seguros. 

Ao som de Arctic Monkeys e com o cheiro insuportável do homem ao meu lado, acabo por adormecer. 

*

Acordo com alguém a bater-me no ombro. Abro os olhos e tiro os fones e vejo uma rapariga loira à minha frente. 

-Acabamos de chegar à última paragem.- diz ela, a sorrir. 

Esfrego os olhos e bocejo. 

-Obrigado.- agradeço. 

-Sou a Ivy.- diz ela. 

Faço um sorriso falso. 

-Obrigado, Ivy.- levanto-me. 

-Não me vais dizer como te chamas?- pergunta ela. 

-Richie.- minto. -Sou o Richie. 

Pego nas minhas coisas e passo por ela para sair desta merda de autocarro.

-Foi um prazer, Richie.- diz ela, antes de eu sair do autocarro. -Vemo-nos por aí. 

Reviro os olhos e começo a ir para casa. Depois de 20 minutos a caminhar, chego. Respiro fundo antes de tocar à campainha e em menos de 10 segundos a minha mãe vem abrir a porta. 

-Finn!- diz ela, antes de me abraçar. 

-Olá.- digo, a sorrir. 

Só havia uma coisa de que eu tinha saudades: a minha mãe. Abraço-a também e dou-lhe um beijo no topo da cabeça, já que sou mais alto do que ela. 

-Deixa-me olhar para ti.- diz ela, quando nos separamos.- Estás maior. 

-Dizes sempre isso.- digo, a sorrir, enquanto enrolo o fio dos fones. 

-Entra.- diz-me, dando-me espaço.

Faço o que ela me diz e sinto logo o cheiro de casa. Vou até à cozinha e pego numa maçã. 

-Como tens estado?- pergunto. 

-Está tudo bem.- diz ela. 

-FINN!- ouço alguém gritar. 

Olho para a entrada da cozinha e vejo o Nick a vir na minha direção. Quando chega à minha beira, abraça-me e esfrega os nós dos dedos na minha cabeça. Rio e tiro a mão dele de lá. 

One Summer Can Change Everything ~ Fillie • Joah • CadieOù les histoires vivent. Découvrez maintenant