Cap 15 - Chegando no Limite do Possível

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"Para que sofrer inútilmente? Se eu vou sofrer, que eu sofra ganhando mais trocdaos!"

Era o que ele pensava, já que canções que falavam de sofrimentos passionais também faziam um grande sucesso.

E naquela hora, enquanto esperava o bruxo terminar sua caçada, ele teve uma inspiração fortemente triste. Porque seu coração se encontrava assim naquele momento.

Os primeiros acordes soaram drámaticos e decadentes, já podia se sentir como ia ser o restante da música somente por esse prólogo melancólico.

"Sou fraco, amor/ E estou carente

Se este caminho penoso devo trilhar/

Aceitarei minha sentença/ Entregarei à você minha penitência

Maravilhoso guerreiro/ Júri e juíz..."

- Maravilhoso guerreiro... Hm... Adorável guerreiro...? - Jaskier ficou opinativo em qual adjetivo por no verso.

"Maravilhoso guerreiro" Geralt era sem dúvidas ou questionamentos, mas colocar isso daria muito na cara que esta canção estava sendo feita exclusivamente para ele. Adorável? Nah... Geralt era tudo menos isso. Jaskier era o adorável, o bruxo era o poço de rabujentisse. Mas o bardo lhe entendia, sabia que por trás de toda aquela camada rústica havia um homem de bom coração que se importava com ele.

- Qual vocês preferem? Adorável? Maravilhoso? Ou têm em mente algum outros mais adjetivos mais neutros? A metáfora funcionou? Ou ficou literal demais? - perguntou o bardo aos dois homens que também esperavam Geralt voltar da caçada.

E já estavam impacientes pela demora.

Ignoraram sem piedade o bardo e voltaram-se para mirar lá para as pedras, onde viram pela última vez o bruxo ir.

- Já faz uma hora. Continuemos, vamos, antes que a besta sinta mais fome. - disse o homem que parecia um açougueiro.

- Mas fizemos um acordo. - lembrou o outro homem com vestes escuras.

- Com o bruxo vivo. - rebateu - Depois de toda essa demora, já deve ter virado carne. E não se faz sentido pagar um bruxo morto. - disse o açougueiro, indo em direção à Plotka pegar os bens do bruxo como compensação.

- Droga... E-ei! Não! - disse Jaskier ao ver o homem pegar as coisas do bruxo - Parem com isso ou...

- Ou o que? Vai nos matar com suas canções? - debochou o açougueiro em uma postura ofensiva, deixando o bardo intimidado.

O que ele iria fazer? Se tentasse algo poderia ser surrado por aqueles dois e cortado em pedaços pelo outro.

Ele não tinha nenhuma chance de revidar...

- Talvez não tenham ouvido bem.

- Pois é! Talvez eles não tenham... Espera, quem é você? - perguntou o bardo ao dar-se conta de um terceiro homem chegando ali acompanhado de duas mulheres. Ele era mais velho que os outros dois que roubavam os pertences do bruxo.

- Vá embora, velhote. - disse o açougueiro.

- Façam o que o bardo disse, ou serei forçado a usar minhas armas. - avisou o ancião.

- Quais armas? Não vejo lâmina alguma. - disse o açougueiro olhando de cima a baixo de modo ameaçador para o estranho ancião, lhe empurrando em seguida.

Mas logo isso teve um efeito inesperado e terrível.

- Oh deuses!!! - assustou-se Jaskier ao ver uma das mulheres quebrar o pescoço do homem como se quebrasse o pescoço de uma galinha.

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