Capítulo 4 - Destino

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"Somos capazes de podermos mudar o nosso destino? Ou a vida que constrói o nosso?"
...

Pov: Elif Denizer.

Acordar na casa de um homem que eu não conheço ou melhor, que eu conheci algumas horas atrás é um pouco estranho, mas, ao mesmo tempo me senti de certa forma protegida aqui. Algo no ambiente e no próprio Ali me transmitiam isso.
Levantei, e me espreguicei na lateral da cama na tentativa de dissipar resquícios de sono que restavam em meu corpo. E ao passar os olhos pelo quarto, reparei que o mesmo é de uma cor bege bem clara, que deixava todo o ambiente com um ar minimalista, não só aqui, mas a casa toda tem cores neutras, constatei. Assim que consigo me despertar de vez, saio do quarto e sigo até onde parece ser a cozinha.

E de lá vem um cheiro delicioso de ovos mexidos, o que fez minha barriga automaticamente roncar, só assim noto o quanto estou com fome e que faziam horas que eu não comia algo. Adentro o local e vejo Ali preparando o café da manhã com tamanha maestria, ele parecia estar tão concentrado em seus movimentos que nem percebeu a minha presença.

- Oi, bom dia. _eu disse, para chamar a atenção dele à minha presença ali na cozinha.
Ele olhou para mim e respondeu:
- Bom dia! sente - se aqui, que irei te servir o café da manhã.
Não hesitei e fui me sentar no local indicado por ele e aproveitei para acompanhar os seus movimentos na cozinha, nesses poucos minutos que fiquei aguardando ele preparar o café da manhã, nós dois ficamos em total silêncio, sem trocar uma palavra.

Logo que ele terminou de fazer o café da manhã, desligou o fogão e o cheiro que se espalhou por toda cozinha era divino. Depois o mesmo colocou a panela quente com a maior cautela sobre a mesa, e dentro dela havia ovo mexido com linguiça calabresa, panquecas e de acompanhamento um suco de laranja. Meu estômago revirou em antecipação para experimentar aquela delícia. Ele serviu uma porção em meu prato e me deu. Assim que eu coloquei a primeira colher na boca, a explosão de sabores fez com que eu gemesse de animação, realmente estava uma delícia!
E seus olhos brilharam de uma forma diferente a minha reação, parecia que eu tinha o afetado. Mas, fingi não perceber.
- Está muito bom, uma maravilha! _falei enquanto comia mais um pouco.

- Que bom que gostou. _falou pegando seu prato, para ir comer em outro lugar.

- Onde você vai?_perguntei. -Olha, eu sinto muito em estar te incomodando, se quiser eu posso ir embora._falei já me levantando, realmente crendo que talvez minha presença ali não fosse bem vinda.

- Não precisa, termina de comer. _disse ele. E voltou, se sentando na cadeira de frente para mim na mesa para comer de companhia. E toda aquela curiosidade que eu sentia com relação ao Ali retornaram a minha mente, pois, sua casa e seu jeito, demonstravam que ele é um homem bastante reservado e aquilo me intrigava de tal forma que eu não me contive em perguntar.

- Você mora aqui sozinho? - indaguei.

Ele me olhou e respondeu.

- Sim, porquê?

- Por nada, é que um homem como você não me parece estar solteiro. _eu disse e vi ele se remexer na cadeira de forma desconfortável com o meu comentário. Mas, não me importei muito com a sua reação, só queria conhecê-lo um pouco melhor. - Quantos anos você tem?

- Trinta e quatro. _respondeu de forma curta.

Realmente eu não arrancaria muitas informações sobre ele, o homem ainda estava totalmente cauteloso, e por incrível que pareça eu lhe entendia, como é que ele falaria tudo de sua vida a uma estranha que ele somente ajudou numa noite? Pensei. Mas, estava disposta a querer iniciar uma conversa com ele, então me preparei para fazer minha próxima pergunta, porém, fui interrompida pelo toque insistente do meu celular. Imediatamente o peguei e vi que quem me ligava era o meu irmão.

Destinos Cruzados (Em Revisão)Where stories live. Discover now