Professora Favorita

A Mensagem

Ana fica pensando se visualiza a mensagem de Lídia ou se deixa pra lá.

- Amiga, porque que você fica dando bola pra ela cara? Eu realmente não entendo o que tem na sua cabeça
- Day para de falar na frente do seu irmão, que saco!

Miguel fica olhando tentando entender de quem elas estão falando.

- Quer ir lá pro quarto?
- Eu agradeceria muito
Responde Ana.

Elas sobem para o quarto e colocam uma música alta. Dayana pega alguns esmaltes e começa a pintar as unhas.

- Ana, eu juro que eu tento entender mas não consigo
- Eu não preciso que você entenda
- Não começa tá? Nem vem sendo grossa pra mim
- Desculpa...
Fala ela envergonhada.

- É que ela é tão linda, tão maravilhosa sabe? Ela tem aquele jeitinho besta dela afffff
- E porque não uma garota da nossa idade? Tem que ser sua professora, adulta e quase casada?
- Eu não sei Dayana, eu não sei! A gente não escolhe né
- Uhum... Você gosta dela mesmo ou só é fogo no rabo?
- Eu gosto dela, gosto real
- Ai amiga, eu não sei... Eu acho que você deveria deixar isso pra lá, por mais difícil que seja, algo me diz que isso não vai terminar bem, ou você ou ela vai terminar machucada

Ana fica calada, olhando para o celular.

- Você quer ver a mensagem né?
- Eu quero
Diz ela fazendo biquinho.

Dayana respira fundo e fala:
- Então olha... Quer que eu saia?
- Eu quero...
Diz ela com um sorriso cínico.

Dayana se levanta, pega os esmaltes, bate na cabeça dela e sai do quarto.

Ana fica olhando o celular por mais alguns segundos e com rapidez abre a mensagem.

"Oi Ana... Tá tudo bem? Onde você tá? Você está fumando? Eu vi o seu storie, não faz isso poxa."

Ana respira fundo e responde:
"Oi, tô legal, não precisa fingir que liga pra mim, aquela conversinha boba no carro não distorce tudo que você já me falou."

Ela se deita na cama e fica olhando para o teto. O celular toca, e é mais uma mensagem de Lídia.

"Eu juro pra você, que eu não sei mais o que fazer, porque que você tem que ser assim?"

"Ah não Lídia, não vem jogar pra cima de mim! Sério, achei que você fosse melhor que isso."

"Você nunca tenta entender o meu lado, eu deveria sumir da sua vida, não falar com você, mas eu ainda sou sua professora! E eu ainda quero o melhor pra você como todos os outros. Você deveria ir a uma psicóloga."

"Psicóloga? Jura? Porque não vai você pra vê se enxerga tudo que o seu querido e maravilhoso noivo faz com você? Quem sabe assim você cai na real."

"Você é só uma criança, não sabe de nada, não sabe da minha vida, não sabe do que eu faço, não sabe do meu relacionamento e não sabe do que eu gosto! E não, eu não gosto de você, eu não tenho uma quedinha por você. Eu sou uma mulher e sou noiva, você é só uma adolescente que está descobrindo as coisas, você deveria procurar alguém da sua idade! Você pode me complicar pra cacete e eu não quero isso! Não de novo!"

"Como assim não de novo?"

"Eu só... Não quero me machucar e acabar com a minha vida."

"Eu não sou uma criança poxa, eu te conheço a pouco tempo mas cara... Eu não sei explicar, você é tão fofa, tão doce... Sabe? Qualquer pessoa olharia pra você, eu sei bem o que eu quero, isso não é uma fase, ou algo que estou descobrindo agora."

Lídia só faz visualizar a mensagem.

"Eu sei que eu ainda sou de menor, mas ninguém precisaria saber até lá..."

"Ana, você é uma menina maravilhosa, mas isso nunca daria certo, nunca mesmo. Eu sinto muito."

Lídia fica offline, e Ana desliga o celular, pega um travesseiro, coloca no rosto e comeca a gritar. O travesseiro abafa o grito.
Alguns segundos depois ela tira do rosto, pega o celular fica olhando e depois joga na cama de novo.