Turbilhão de Emoções - Parte 2

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Quando Lídia sente as mãos de Ana tentando tirar seu biquíni, ela vê que aquilo está realmente acontecendo. Ela rapidamente a empurra para o lado e se levanta, enquanto ajeita seu cabelo e mexe nas mãos nervosa diz:

- Ana... Eu não sei
- Qual é? Sério?
- Me desculpa
- Ai meu Deus, quer saber? Vou embora

Ela segura no braço de Ana enquanto fala:

- Você não me entende
- Olha, eu juro que tento te entender mas ás vezes parece tão difícil 
- Eu sei que sou complicada mas... Eu não sei o que posso fazer, me desculpa de verdade, eu juro que eu não quero brincar contigo
- Você sente algo por mim né?
- Eu não sei
- Sim ou não?

Lídia fica calada. 

- Olha, vou facilitar pra você, prometo que juro que nunca, nunca mais vou te incomodar
- Ana... Por favor, não
- Uma hora você quer, outra hora diz que não pode, outra hora... Eu tô cansada sabe?
- Eu sei que está, mas eu não posso, existem tantos fatores que parece impossível, você tem noção de que se alguém souber disso eu posso perder meu emprego e ir presa?
- Mas não vai
- Você tem 15 anos!
- E daí?
- E daí que... Meu Deus! Você realmente vive no seu mundinho né?
- Meu anjo, se você não quer eu não posso te obrigar, fica tranquila, eu já disse que não vou mais te incomodar
- Ana Lua, você precisa entender que...
- Eu já entendi ok? 

Ana se senta e balança a cabeça no sentido ''não''
Lídia não sabe o que fazer ou o que falar, ela só se senta do lado dela e fica em silêncio.

- Porque você é assim? Quem te machucou?
- [...]
- Eu só queria te entender, mas isso é impossível, se você tem medo das outras pessoas descobrirem, podemos manter segredo...
- Eu tenho medo de que aconteça tudo de novo, não quero te perder e nem que você sofra
- Não vai, não vai acontecer isso 
- Se alguém ao menos sonhar com isso, já me compromete Ana...
- Eu vou embora tá?
- Aham...
Fala Lídia triste.

Ana pega sua coisas e saí do quarto sem nem olhar para ela.

- Ana, espera
- O que foi dessa vez?
- Seu celular

Lídia estende a mão, ela pega, finge olhar um pouco a tela, coloca no bolso e fica ali de frente para ela, as duas. Sem trocar uma palavra. 
Segundos depois, Lídia pergunta:

- Vou te deixar em casa ok?
- Não precisa, tenho dinheiro do ônibus aqui
- Não tem problema, eu vou 
- Eu disse que não precisa, estou com dinheiro do ônibus aqui!
Ana acaricia o cachorro e saí da casa dela. 

Ao caminhar ela fica pensando em tudo que aconteceu e Liga para Dayana.
- Fala sua feiosa
- Você não vai acreditar 
- Então me faça 
- Eu e Lídia se beijamos
- Sério? 
Dayana grita.

- Não, nada de gritos de felicidade ainda
- O que foi?
- Ela meio que se arrependeu e eu saí da casa dela
- Oh... E agora?
- Não faço a menor ideia do que fazer
- Vocês brigaram então?
- Nem eu sei te dizer, só sei que foi bem chato
- Sinto muito...
- Tá tudo bem, já sabia que ela ia fazer isso então...
- Como assim ''já sabia''?
- Ela meio que faz essas coisas, faz, gosta, depois pensa e se arrepende. Tô quase acostumada.
- Você vai amanhã né?
- Só vou se você for, tu vai né?
- Vou sim
- E as coisas com sua mãe?
- Ah tá tranquilo
- Você não vai me deixar sozinha lá não né?
- Não
- Acho bom... Preciso te confessar uma coisa
- O quê?
- Eu não faço a menor ideia de onde fica a droga do ponto de ônibus, sei nem pra onde eu estou andando

Dayana começa a rir.

- Como assim não sabe? 
- Eu não sei, eu só sei que tô andando
- Você não perguntou pra ela?
- Não 
- Meu Deus, pergunta a alguém aí na rua
- Não tem ninguém amada, o povo é tudo dentro de casa eu em
- Nenhum mercado? 

Ana olha em volta.

- Acho que tem um lá na frente 
- Entra lá e pergunta ao dono 
- É né 
- Vou ter que desligar, tenho que arrumar a casa
- Tá, tchau
- Tchau, cuidado

Ana desliga o celular e vai atravessar a rua...
Um carro rapidamente para ao lado dela, Ana fica assustada mas percebe que se trata do carro de Lídia, ela logo fecha a cara e cruza os braços.


Professora FavoritaWhere stories live. Discover now