Não posso...

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Dayana logo pergunta para Ana:

- Você tem certeza? Acha mesmo que ela está te dando mole? Na minha cabeça tudo não passa de gentileza, não confunda isso com dar em cima.
- Não estou confundindo eu sinto que ela quer não sei porque.     
Afirma Ana.

- Não amiga, você está confundindo! Ela é feliz, é noiva e você é só mais uma aluna dela! Não finja que tudo é um conto de fadas. Por favor não se meta em encrenca, lembre do que sua mãe disse, se você aprontar mais uma ela te manda pra casa do seu pai, e eu não quero ficar longe de você de novo. Por favor!
- Relaxa...
- Não tem como relaxar Ana Lua! Tá cheia de meninas bonitas aqui, na nossa sala mesmo tem a Isabel. E você foca logo na nossa professora? Você é maluca!
- Olha só Dayana, eu já entendi tá ok? Já entendi que se eu aprontar mais uma eu vou morar com o embuste do meu pai. E eu não quero tá legal? Já entendi que tá cheia de meninas aqui. Já entendi que ela é noiva! E que é a minha professora! Dá pra você dar um tempo pelo amor de Deus! Ou você quer que eu acabe como antes? E você? Você lembra como era antes? Ou já esqueceu também?

Fala Ana com um tom alto, e tudo fica em silêncio por um estante.

- Que saber? Fica ai sozinha

Ana vai para o banheiro e acaba ficando lá até o intervalo acabar. Todos já foram para sala de aula,  inclusive Dayana. Tudo quieto, e todo aquele silêncio consumia Ana por dentro. Ela então olha para seus pulsos e fixa seus olhos para eles por um tempo. E acaba pensando:

"Não, não vou fazer isso novamente, já aconteceram tantas coisas piores e eu não fiz isso tá legal? Se acalma Ana, está tudo bem, você prometeu a si mesma. Você não vai fazer isso."

Ela então tira do bolso algumas pulseiras que ela sempre tem com ela, para quando tiver vontade de se cortar colocar em seus pulsos para cobrir as cicatrizes. Ana se corta desde que seus pais moravam juntos, à três anos atrás, quando tudo começou... Ela sai do banheiro, vai para a pia, se olha por um tempo, e molha seu rosto. Ela continua sentada lá por um longo tempo.

Logo passa a supervisora da escola,  seu nome é Paula. Ela abre a porta que estava semi-fechada.

- Olá querida, tá tudo bem? Sou Paula. 
- Não muito... É que estou meia mal, acho que comi algo que não me fez bem. 
Fala Ana tentando fugir...

- Vem, vamos à diretoria lá a gente liga pra sua mãe pra ver se ela concorda em te liberar tá?

Ana afirma com a cabeça.
Paula ajuda Ana a levantar e as duas caminham para a direção. Ao chegar lá, está Lídia conversando com a diretora em relação a um passeio a um Zoológico que haverá.
Assim que Ana Lua vê Lídia ela fica paralisada por uns segundos e fica com a cabeça baixa.

- Entre.       
Fala a diretora da escola, Sônia.

Ana entra, e a supervisora Paula põe a mochila dela na cadeira e sai da sala.
Lídia dá espaço para as duas conversarem e fica mexendo em uns livros que tem na estante, mas fica ligada na conversa.

- Então, qual seu nome? O que aconteceu pra vir parar aqui?   

Pergunta Sônia.

- Estou meia mal... Paula, disse para a senhora ligar para minha mãe pra ver se ela me libera...      Conta Ana disfarçando o olhar para os quadros que têm na sala.

- O que você está sentindo de tão grave que tenha que ir para casa?

-Bom... Eu est...

Ana mal termina a frase e Lídia interrompe.

- Ana Lua? Não vi que era você, está se sentindo melhor o que houve?

Lídia chega perto de Ana, segura o rosto dela e logo vira para que olhe somente para ela. No fim, ela dá uma piscada para Ana, querendo que ela  entre na mentirinha do bem, afinal Lídia é esperta e logo percebeu que Ana Lua só queria fugir da escola.

- Han... A minha... A minha dor de cabeça aumentou, tomei o comprimido que minha amiga me deu mas... mas não passou...      
Fala Ana Lua surpresa com a atitude de Lídia.

-Que b...

Sônia não deixa que Lídia termine a frase e pergunta o número da mãe dela para ligar.

- Olá bom dia!, falo com a mãe da Ana Lua Delaveiga Santos?
- Sim, sou eu. O que aconteceu?
- Bom, sua filha está falando que não está muito bem, se queixa de dor de cabeça forte. Gostaria de saber se a senhora permite que ela volte para casa.
- Ah sim, claro! Posso falar com ela rapidinho?

Sônia então passa o telefone para Ana, e em seguida olha para Lídia com uma cara de reprovação.
Lídia logo percebe e volta a mexer nos livros.

- Tá mãe, não preciso que ninguém venha me buscar eu consigo ir andando não é para tanto.
- Ok. Cuidado, venha direto para casa.
- Tá bom.

Ana desliga a chamada e entrega o telefone para a diretora.

- Obrigada. 

Ela pega a mochila e antes de sair solta um sorriso para Lídia. Ao sair da sala, Lídia ia atrás dela mas Sônia logo interrompe.

- Vai onde professora Lídia? Volte para sua sala imediatamente.
- Sim senhora, com licença.

Ao sair da direção, Lídia aperta o passo e chama Ana Lua.

- Ana!!!

Ana vira para trás e Lídia vai em direção a ela.


- Tá tudo bem?

Pergunta Lídia. 

- Tá sim... Obrigada por me dá uma força lá dentro

- Não precisa agradecer, mas porque você quer tanto ir para casa?
- Eu preciso ir desculpe...

Diz Ana tentando fugir da pergunta.

- Espere, olha... Esse aqui é meu número me chame no WhatsApp se precisar de mais uma ajudinha. Não gosto de ver meus alunos por ai tá legal?
- Ok, obrigada

Lídia dá um abraço em Ana que retribui com um beijo na bochecha.
Elas se despedem e Ana vai embora.

POV LÍDIA HERRERA

Ela é tão bonitinha. Espero que fique bem...

POV ANA LUA

Que mulher linda, ela é perfeita. O seu jeitinho meigo me encanta cada vez mais, eu tenho que tentar pelo menos uma vez se não nunca irei saber, os olhos dela são maravilhosos, os lábios... Extremamente lindos, ela tem um jeito meigo mas tão sedutora ao mesmo tempo. Afffs!

Professora FavoritaWhere stories live. Discover now