Ainda bem

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Natasha

- Será que é uma boa hora para perguntar se você é um serial killer?

- Se eu fosse um serial killer eu não iria te dizer, iria? - Steve falou olhando para mim com um sorriso antes de voltar os olhos para estrada a sua frente.

Ele tinha me arrastado até seu carro, apenas dizendo "Você vai adorar" e depois deu partida. O suspense estava me matando, eu não era acostumada a ser mantida no escuro, e Steve cada vez mais brincava com meus receios sem eu impor algum limite...

E isso era assustador.

- Só para lembrar, você viu o que fiz com aquele cara lá na feira, não viu? - arqueei a sobrancelha sorrindo.

- Eu nunca vou esquecer aquela cena. - respondeu sem olhar para mim.

- Então, onde você vai me manter em cativeiro? - olhei ao redor em busca de alguma pista mas só conseguia identificar mato e mais mato.

- Você não relaxa? - perguntou.

- Não tenho como relaxar quando estou sendo sequestrada. - dei de ombros.

- Não lembro de você ter dito não. - rebateu.

- Você esquece as coisas fácil demais. - sorri olhando para ele.

Uma sensação de paz me envolveu desde que entrei no carro com Steve, nossos diálogos conhecemos se resumiam a um provocar o outro e eu não fazia idéia, até agora, de como isso me fazia bem.

Não me lembro de me sentir desde os doze anos.

- Só as coisas que não me interessam. - ele piscou para mim causando um revirar gostoso no meu estômago.

- As coisas que eu falo não te interessa? - fingi mágoa.

- Algumas coisas que você fala não me interessam. - ele falou sem se deixar levar pela minha expressão. Uma das coisas que eu mais gostava nele, Steve enxergava por trás da garota e via uma mulher. - Mas só algumas.

- Com certeza as partes em que você sai ofendido, ou quando eu te recuso.

- Isso quase nunca acontece. - disse cheio de si.

- Você sair ofendido ou eu te recusar? - sorri voltando os olhos para estrada ao perceber que ainda o encarava.

- Os dois. - respondeu e ambos rimos. O resto do caminho ficamos em silêncio, mas não aquele silêncio incômodo que faz as pessoas quererem se jogar para fora do carro a passar mais um minuto na companhia de alguém que não suporta, era aquele silêncio gostoso que trazia uma sensação de conforto e felicidade.

- Vai me dizer agora onde estamos? - indaguei quando sai do carro e fui ao seu encontro.

- Pensei que você já teria adivinha a essa altura. - zombou Steve me encarando.

- Ainda não comprei minha bola de cristal, então se você quiser me poupar o trabalho...

- Nossa, você é tão gentil quanto uma bazuca. - ele levantou as mãos num sinal de rendição.

- Eu não sei porque ainda falo com você. - dei as costas para ele e pela primeira vez pude observar a paisagem.

Steve tinha parado em uma espécie de colina de onde dava para ver toda a cidade, apesar de ser pequena, a vista não deixava de ser impressionante.

A noite já começa a dar às caras e imaginar que veria a chuva de fogos naquele lugar era incrível. Mais cedo eu tinha zombado dos fogos de artifícios, agora eu mal podia esperar para ver.

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⏰ Last updated: Feb 03, 2020 ⏰

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Sweet Home - Romanogers Where stories live. Discover now