Nunca fui tão enganado

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Steve Rogers.
Quinze anos atrás

- A mistura de cores é muito importante nisso, já que muita coisa muda a tonalidade das cores. - minha mãe explicava com muita paciência a pintura em aquarela para mim, e eu demonstrava o máximo de seriedade que um menino de 10 anos conseguia ter.

Seus olhos azuis, idênticos aos meus, não deixavam meu rosto nem um segundo enquanto ensinava sua paixão. Eu herdei dela o amor pela arte porém, eu sabia que jamais teria metade do talento dela.

- Mamãe, você acha que eu serei bom como a senhora? - acabei a interrompendo. Sara Rogers, sem nunca desviar os olhos dos meus disse:

- Steve, você nunca será tão bom quanto eu, porque você já é. Um dia, você vai ser o melhor pintor que já se teve notícia.

- Não exagera, mãe. - murmurei, corando. - A senhora só diz isso porque é minha mãe.

- E eu lá tenho culpa que meu filho é o garoto mais talentoso que eu conheço?

Estávamos sentados no balanço que meu pai havia pendurado em uma árvore próximo a nossa casa. Morávamos em uma cidade pequena, minha família nutria um amor pelo campo, igual a mim.

Enquanto minha mãe se dedicava a me ensinar sobre a arte, meu pai Joseph Rogers, usava seu tempo livre para me ensinar tudo que sabia sobre os animais, me ensinou a cavalgar, a alimentar, a cuidar, tudo que era possível saber sobre a vida no campo, ele me explicava.

- Você precisam mesmo ir? - perguntei pela milésima vez para ela.

- Ah, querido. Eu e seu pai só vamos ficar dois dias fora. - ela me puxou para um abraço. - Seu tio vai cuidar bem de você, e você ainda vai poder brincar com seu primo James. Estaremos de volta em um piscar de olhos.

- Eu sei, mas...

- Pensei que você gostasse de brincar no casarão.

- E eu gosto só que... eu gosto mais de vocês. - falei, triste. Meu tio Joe trabalhava na casa da família Romanoff, eles mantinham a propriedade naquela região mesmo que não aparecessem lá fazia anos, segundo meus pais. O terreno era enorme, eu e meu melhor amigo e primo James, mais conhecido como Bucky, aprontávamos todo tipo coisa naquele lugar, tinha um lago que íamos sempre que podíamos, era incrível. Só que eu sempre me divertia mais com meus pais por perto. Minha mãe me encarou e sorriu.

- Sabe, filho? Você é incrível, sem sombra de dúvidas, a pessoa mais incrível que eu conheço. Tem um coração tão bom, e eu o amo tanto tanto. Nunca perca essa luz que você tem, certo? - ela disse com os olhos marejados. Eu sempre ficava sem saber o que fazer quando minha mãe chorava, então eu só assenti, surpreso com a mudança de assunto.

- Eu também te amo, mamãe.

- Bom, mas está na hora de irmos. Vamos te deixar na casa de seu tio agora, e logo depois pegarem a estrada. Você promete que vai se comportar?

- Prometo.

- Esse é o meu garoto.

Arrumamos nossas coisas e fomos para casa. Logo depois fui deixado na casa do meu tio com a promessa que eles logo voltariam.
           Nunca fui tão enganado.

Sweet Home - Romanogers Where stories live. Discover now