Prólogo

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Aqui está o prólogo, vamos começar a entender a menina Beth? 

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13 anos antes...

Seus olhos extremamente escuros brilhavam arregalados, a respiração ofegante vibrava em seu pequeno peito e as bochechas avermelhavam sob a pele morena.

Olhava para trás como se pressentisse que alguém entraria pelas portas de acesso principal. Após observar a porta por alguns segundos, voltou-se para as longas escadas que se agigantavam não parecendo ter fim.

– Mamãe?

Chamou, sua voz infantil vacilante pelo medo. Tomou uma profunda respiração engolindo em seco para atenuar a secura em sua garganta, sentia a língua estranha dentro da boca.

– Mamãe!

Nenhum som era ouvido e seus olhos marejaram enquanto observava a imensidão da enorme mansão branca, os degraus de mármore subiam inesgotavelmente e o corrimão era mais alto que sua cabeça.

– Mamãe! Sou eu!

Colocou o sapato preto de laço no primeiro degrau e subiu nele, mas suas pequenas mãos afoitamente buscaram pelos pilares da escada e ela engoliu o choro.

Não conseguiria subir. Aquela sensação aprisionava seu peito e a respiração ruidosa parecia a cada segundo ecoar pelas grossas paredes daquela casa. Aquela escada era o único caminho para o segundo andar onde se encontravam os quartos.

De repente ouviu um som abafado a direita de onde estava e seus lábios se separaram, sabia de onde vinha aquele som e o que significava. Era o clique baixo da porta do escritório. Seu pai estava em casa.

– Papai!

Sobressaltou-se impulsionando seu pequeno corpo e com um pequeno pulo desceu do degrau que havia subido, logo se apressou a correr pelo longo tapete em direção a porta que dava para a antessala principal.

A sala de repouso estava escura em consequência das pesadas cortinas, mas suas pequenas pernas contornaram com familiaridade o tapete onde ficava o conjunto sofisticado de sofás a frente da imensa lareira que era acesa no inverno.

Atravessou a antessala com pressa, ofegava e derrapava os sapatos pelos tapetes que cobriam o piso branco, acelerou até às portas duplas com maçanetas de ouro e empurrou as pequenas palmas na madeira enquanto tossia pelo esforço.

– Papai!

Gritou o mais forte que seus pulmões suportavam e respirou algumas vezes se afastando ansiosamente do alcance das portas que foram abertas.

– Não deveria estar aqui, docinho.

Não era seu pai. Os cabelos longos alcançavam ombros curtos e olhos escuros cresceram à medida que a criatura se abaixava em sua direção.

– Não!

Gritou com lágrimas nos olhos e o sorriso daquela criatura causou algo em sua barriga, algo começou a revirar como se houvesse comido algo ruim.

– Elizabeth.

A voz grave antecipou a presença alta do seu pai.

Com os olhos molhados e ofegando, ergueu os pequenos braços e foi erguida para o colo dele. Chorou baixinho, o tremor tomando seu corpo curto enquanto as mãos dele afagavam suas costas.

– Traga leite e biscoitos.

Ouviu ele ordenar enquanto era levada para dentro do escritório, assistiu a criatura desmanchar o sorriso e sair apressadamente do cômodo que era escuro e tinha um cheiro forte que sempre acompanhava seu pai.

Série Os irmãos Backar - Amor por conveniência - livro 5Onde as histórias ganham vida. Descobre agora