20. Surto coletivo

Começar do início
                                    

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Zendaya saiu da casa de Tom atordoada, não olhou para trás quando a porta se fechou atrás dela.
Mas no segundo que as portas do elevador cerraram se, findando a última fresta que dava visão à um Harry cabisbaixo e atordoado pelos últimos minutos que havia presenciado, permitiu que os sentimentos que tanto segurava viessem finalmente a superfície. Caindo num choro compulsivo que fazia suas pernas fraquejarem e todo seu corpo se balançar junto aos soluços que a impediam de preencher seus pulmões com ar. As lágrimas que rolavam eram tão grossas que molhavam o moletom cor de vinho.
A caixa de metal logo parou chacoalhando uma vez antes de estabilizar no andar térreo e apitar avisando que as portas abririam novamente. A morena puxou a manga do moletom com a palma da mão e passou nas têmporas, limpando o excesso de umidade ali presente. Fungou algumas vezes, respirou fundo tentando interromper os soluços e caminhou arrastando sua mala para fora do elevador.

Não demorou muito para que avistasse o carro de Darnell virar a esquina e saber que o amigo se aproximava adiantou algumas lágrimas insistentes que ainda rolavam involuntariamente pelo rosto da menina. Assim que Darnell parou o carro na porta do prédio de Tom Zendaya logo entrou no banco do passageiro, colocou o cinto de segurança e jogou os pés sobre o painel olhando para o lado de fora da janela enquanto apoiava o queixo pelo cotovelo na porta. Se não fosse pelos barulhos de pequenos soluços e fungadas discretas podia ser dito que passaram a viagem toda em silêncio.
Darnell conhecia a amiga bem demais pra saber que aquele não era o momento de falar sobre isso.
Ele sabia o que tinha acontecido. Todos sabiam. A internet sabia. O mundo sabia. E esse era o pior pesadelo de Zendaya. A exposição de sua vida amorosa nas redes sociais, mais uma vez. Sem que ela pudesse ter controle nenhum sobre isso. Talvez ela não soubesse ao certo do que tinha medo em expor seu relacionamento com Tom. Mas ele não tinha o direito de ter feito isso sem tela questionado. Não mesmo!
Ela estava frustrada, com raiva, magoada, se sentia traída. Não fisicamente traída, mas com a confiança traída. Ela se abriu para Tom, confiou nele. E ele a expos, assim como Travis. No fundo eles eram iguais. A usaram pelo mesmo motivo. E ela nunca mais queria vê-lo.

Mais um soluço!

Darnell olhava para o lado de relance vez ou outra, dirigindo o mais rápido que podia sem infringir as leis de trânsito e colocá-los em risco, afinal, lá fora chovia. Um dos raros dias de chuva da ensolarada Califórnia. Mas ele tinha pressa em levar Zendaya para sua zona de conforto. Colocá-la num ambiente seguro e confortável. Pra que ela pudesse finalmente chorar tudo aquilo que ele sabia que estava entalado na garganta da amiga.

Noon no banco de trás estava deitado pacientemente, apesar de não ver sua dona fazia alguns dias, pois estava com Darnell durante esse tempo, o Schnauzer parecia sentir que naquele momento o melhor que ele poderia fazer era esperar.

Em questão de minutos, ja estavam abrindo as portas da casa de Zendaya. Nell carregava as bagagens da menina enquanto ela se jogava no sofá, deitada em posição fetal, abraçou uma almofada e encarou o horizonte sem realmente prestar atenção em nada do que via. Noon subiu no sofá e se aconchegou perto de seu pescoço, dando varias lambidas em sua bochecha como quem queria simplesmente enxugar suas lágrimas. Darnell largou a mala em qualquer canto e se dirigiu ao sofá, ergueu a cabeça da amiga delicadamente e a fez deitar em seu colo, mechendo em seus cabelos

- Querida, você sabia que uma hora ou outra vocês iam acabar aparecendo na mídia - a voz terna e cheia de compaixão pela situação de sua melhor amiga ainda era firme

- Não foi na mídia Nell, você sabe bem disso. Não é como se um paparazzi tivesse nos fotografado em uma loja ou num café. - Zendaya sentou se com as pernas cruzadas, sem querer afastando Noon com o susto - foi ELE quem postou - deu ênfase na palavra ele, apontando seu dedo em riste, deixando que sua raiva transparecesse.

CHERRY • TOMDAYA  [Concluída]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora