Capítulo III - Parte Um

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- Você nem liga pra o que tá fazendo, eu já tenho o jogo na mão - Em resposta à carta do mais alto, ele jogou uma maior.

- Eu acho que a única pessoa que tem o jogo na mão aqui é Allister, bom, isso se não for ela quem distribui as cartas - O homem coçou a barba crescente, e logo depois fez uma jogada ainda mais medíocre que a anterior.

- Já estamos há um bom tempo rodando sem rumo, na minha opinião ela não tem um plano, deve ser por isso que nunca explica o que faz. E distribuir cartas você diz? A Allister não é nenhum Deus, e também não deve ser tão inteligente o quanto acha que é - O rapaz ficou mais um tempo observando as cartas que tinha, não queria desperdiçar nenhuma carta ótima derrubando as patéticas de seu adversário.

O mais velho apenas riu da última afirmação, jogando mais uma carta aleatória.

- Simon! Você nem está levando o jogo à sério!

- É... Talvez esteja voltando a ficar sóbrio - Os olhos caídos e entediados do homem se fixaram no nada, ele não parava de coçar o maldito cabelo comprido e bagunçado.

Korle ficou ali, parado na frente dele, vendo-o se distrair enquanto se perguntava o porquê de ainda fazer isso, de esperar ao menos uma lasca de maturidade vinda daquele indivíduo.

Ele pigarreou, tirando o mais velho do transe.

- Já é a minha vez?

- Presta atenção na porcaria do jogo que você descobre.

Os dois continuaram lançando cartas um para o outro, o ritmo do jogo foi logo parecendo estar tomando um rumo mais acelerado, agora que Simon aparentava levar a coisa mais a sério. Bem, dentro dos seus padrões de seriedade.

- Simon, eu andei pensando... O que tu achou daquele Mesno?

- Como assim? - Ele ergueu uma das sobrancelhas, sem levantar o olhar das cartas.

- Não está com uma pulga atrás da orelha? Afinal, a gente não sabe porquê ele foi preso, e também não temos prova de que ele não seja um... Você sabe...

- Primeiro, eu não tomo banho há um certo tempo então talvez eu realmente esteja com pulgas - Após dizer isso, ele deu uma coçada na parte detrás da cabeça. Korle não esboçou nenhuma reação. - Segundo, ficou com medo dele jogar alguma mandinga em você?

O baixinho puxou uma carta.

- Mas é claro que não! Eu só estou preocupado, e se ele for um assassino ou qualquer coisa dessas? - Ele jogou.

Simon jogou outra. - Aonde quer chegar?

- Eu não sei... Só não confio nele. E quer saber mais? Eu não confio em Allister também.

- É uma decisão sábia, de fato - Naquele momento Korle não soube dizer se pelo tom Simon estava sendo sarcástico ou não.

Agora só sobravam cinco cartas na mão de cada um, e o mais novo declarou:

- Quer saber, vamos acabar logo com isso. Mostra a sua mão pra eu me nomear vencedor logo.

O homem encolheu os ombros.

Polise [Sendo Reescrito]Where stories live. Discover now