Polise [Sendo Reescrito]

Capítulo V - Parte Dois

— É bom não fazerem corpo mole porque tem muito porco pra montá hoje! — Avílio gritava pela casa enquanto sua esposa abria as janelas e sacudia as cortinas empoeiradas acordando a todos.

Aos poucos os adultos iam se levantando e aos tropeços se agrupavam do lado de fora dos quartos.

— O sol mal nasceu, James, qual o problema com sua família? — Allister resmungava enquanto esfregava os olhos por detrás dos óculos.

O médico riu. — Hey, essa é a rotina dos "pescoço vermelho". Você se adapta.

— Eu não vou me adaptar à isso — Simon surgiu no meio deles, o cheiro parecia ainda pior que nos dias antecessores. Sem dúvidas algo havia morrido em seu cabelo de ninho de urubu.

Sonne também surgiu, era o único que não parecia muito afetado, mas também não era de longe o mais revigorado da casa. — Eu encontrei dois ratos na minha cama ontem. Acho que estamos em casa, como nos velhos tempos, não acham? — O grandalhão deu um tapa animador na costas de Simon, com uma força além do necessário que o jogou para frente, fazendo este ponderar se deveria mesmo ter passado a noite naquela casa e não num chiqueiro que seria deveras mais confortável.

Com nenhum resquício de Valerie no andar de cima, todos desceram em fila para o térreo, dando de cara com uma cena bastante inusitada.

O mesno terminava de varrer um montinho de poeira para fora do bar. Estava de cabeça baixa, demonstrando mais concentração além do necessário para tal tarefa. Quando finalmente percebeu a presença dos outros ali, largou a vassoura de lado, esfregando as mãos num gesto desconfortável.

— Bom dia, eu... Bom, nunca dormi muito tempo de noite, então achei que não se importariam se eu adiantasse algumas tarefas — Se forçou a dar um sorriso nervoso. — Uma das poucas coisas que sou bom em fazer — terminou num tom acuado, inclinando o corpo pra frente como algum gesto de respeito, ou algo parecido.

Avílio ria com a situação, e Rossi parecia genuinamente confusa. O resto dos adultos apenas trocou olhares sem uma devida reação a não ser encolher os ombros.