O ginecologista

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Estava eu no consultório ginecológico, sentada de frente para o doutor Samuel, pensando numa maneira de explicar o meu problema:

—Então… é que… é que eu…

Paro, coço a cabeça, aliso meus cabelos castanhos.  Respiro. Isso não deveria ser tão difícil, afinal, Dr° Samuel é meu amigo. Mas por algum motivo, parece que esse fato faz com que as palavras tenham mais dificuldade de sair da minha boca.

Ou talvez o motivo real seja que esse doutor Samuel, não se parece em nada com a imagem do meu antigo amigo. 

—Dr° Samuel, eu… — Tento mais uma vez, falhando miseravelmente.

—Que é isso, Camila? Você sabe que mesmo aqui, no consultório, pode me chamar de Samuca. Não precisa toda essa formalidade não. Somos amigos, afinal. Ou não somos?

Na realidade, já fazia um tempo que Samuel e eu não conversávamos. Nós crescemos juntos, estudamos juntos até o ensino médio. A mãe dele fez questão de pagar as minhas mensalidades, já que a minha mãe, que era empregada dela, não tinha condições de bancar um colégio particular. Estudei com ele numa das melhores escolas da minha cidade, sendo assim, éramos muito próximos, mas quando chegou a hora de escolhermos nosso futuro, acabamos nos distanciando um pouco.

Samuel naquela época era roqueiro, o cabelo comprido, até o meio das costas. Os fios eram lisos e bem escuros, os olhos pretos misteriosos, nenhuma barba ainda. Queria estudar música na federal, mas acabou fazendo medicina, por causa da pressão do seu pai. Eu, era magrinha, moleca, os cabelos castanhos rebeldes sempre em tranças. Cresci, me tornei uma mulher, forte, decidida e bonita, com 1,70 de altura, seios fartos, cintura fina, quadril acentuado que eu odeio, mas que me faz ouvir constantemente que tenho um corpo de violão. As pernas finas elegantes por causa dos anos de aulas de balé. 

Apaixonada pelos livros desde criança, estudei biblioteconomia. Uma furada! Acabei desempregada e indo trabalhar como garçonete a noite num barzinho. 

Enfim, fazia uns meses que ele tinha chegado para atender num consultório na minha cidade, que é onde eu estava naquele momento.

Ele estava com os cabelos mais curtos, as feições mais masculinas, a voz mais grossa, barba e sombrancelhas escuras bem desenhadas. Os meus olhos constantemente desciam para o seu corpo forte e elegante, examinando-o. Ele tinha uma caneta nas mãos, e seu polegar esfregava distraidamente o botão dela, com movimentos circulares. Eu viajei por um momento imaginando… ok! Eu precisava controlar meus pensamentos maliciosos.

—É um problema de ordem sexual? — ele perguntou, me tirando do meu transe momentâneo. A intensidade dos seus olhos me deixando desconcertada. 

—Digamos que sim. —Eu Respondi.

Ele sorriu maliciosamente, o meu corpo inteiro reagiu, esquentando imediatamente. Senti uma umidade conhecida entre as minhas pernas. Eu estava muito excitada.

—Então eu já sei o que é. Você deu a noite inteira e agora está com assaduras na região vaginal, não é isso? Isso é muito comum na verdade. — Ele disse rindo e se recostando preguiçosamente na sua cadeira de médico, largando a caneta de lado.

— O que? Não é nada disso, tá? É só que eu estou sentindo uma dor no pé da barriga quando… Você sabe.

—Quando… ?

—Quando eu gozo, caralho! Pronto, falei. Eu estou sentindo essa dor toda vez que eu transo, que tenho um orgasmo e fica doendo por um tempo. —Eu expliquei, ficando com certeza bem vermelha. Não é por nada não, eu estou longe de ser puritana, gosto de sexo e faço com uma certa frequência, mas falar é outra história. Eu já não sou muito de falar, e falar de sexo então, me deixa absurdamente constrangida!

—Quando você transa com outra pessoa, ou com você mesma, o resultado é o mesmo? A dor aparece?

—Que tipo de pergunta é essa, Samuel? —Perguntei, ainda mais envergonhada. Que diferença isso faz?

— Se você não sabe a diferença, meu bem… então você tem dois problemas. —Ele respondeu com um largo sorriso. Em seguida me mandou ir no banheiro, retirar toda a roupa e colocar o avental. Aquele famoso avental da vergonha. Quem já ficou internado num hospital, sabe bem do que estou falando.

Deitada na maca, eu o observava colocar uma luva de borracha, depois despejar o gel lubrificante nos dedos, enquanto falava que iria me examinar. Eu estava nervosa. Samuel nunca tinha me visto nua e eu estava tendo dificuldade de separar o meu amigo, do meu médico, naquele exato momento.

O lubrificante nem era necessário, tão molhada eu estava.

A minha boca estava ligeiramente aberta, meu coração batia descontrolado. Minha respiração, eu tentava organizar.

Ele pediu licença e inseriu devagar, dois dedos virados para cima na minha vagina. Começou a apalpar, procurando não sei o que. A outra mão, ele espalmou sobre a minha pelve, pressionando.

Falou que se eu sentisse alguma coisa, deveria avisar.

Provavelmente eu não…  deveria estar sentindo o que eu estava sentindo. Mas eu estava. Ah, como eu estava! E era delicioso! Eu me contorci, minha pele inteira arrepiada, e então seus dedos pararam em um determinado ponto.  Ele pressionou e massageou, e eu deixei escapar um gemido alto. Fui invadida por uma sensação de prazer tão intensa que o meu corpo arqueou um pouco, meu quadril se levantou e a minha musculatura vaginal se contraiu, apertando os dedos dele.

—Ai meu Deus! Isso foi… isso foi… me desculpa! —Eu tentei me desculpar ainda sem entender o que havia acontecido.

Ele estava sorrindo, mas seu olhar  era feroz. Na frente da sua calça pude notar um volume impressionante. Ele não estava indiferente a mim.

Ao ver que eu o estava observando, ele virou de costas e ouvi um sussurro que me pareceu muito com "puta que pariu!".

A dor me trouxe de volta para a realidade. Ao mesmo tempo, a vergonha do que havia acontecido.

Desci da maca com cuidado e me dirigi ao banheiro para pegar as minhas roupas.

Quando voltei, ele estava escrevendo com a cabeça baixa. 

—Senta aqui. —Falou, ainda sem me olhar. Eu continuei de pé.

— Você tem uma infecção. Vou passar uns exames para ver se é só isso mesmo, e vou te aplicar uma injeção para aliviar a dor. Dá para ver que está doendo bastante agora, não está?

—Está sim.  — Respondi, ficando com certeza bem vermelha ao lembrar do motivo. —Samuel, eu…

— Mila, não precisa falar nada. Não foi sua culpa. É muito normal uma mulher se excitar durante o exame, mas eu me aproveitei disso, e peço desculpas. Embora, pelo visto eu vou ter que pedir desculpas muitas vezes para você antes dessa consulta acabar…

—Como assim? — Perguntei.

Ele passou as mãos pelos cabelos, respirou fundo.

—Foda-se! — Ele disse, depois de soltar o ar com força. Em seguida levantou, andou na minha direção, segurou o meu rosto e me beijou. Quando a sua língua invadiu a minha boca, quente, ágil, sem nenhuma delicadeza, explorando com paixão, eu senti também as suas mãos descendo e passeando por todo o meu corpo. Seios, costas, bunda... Os polegares subiram pela minha barriga por baixo do vestido e desceram novamente, parando na barra da minha calcinha. Depois ele parou o beijo, ofegante, e me apertou, seu corpo tão grudado ao meu que eu podia sentir seus batimentos cardíacos, seu calor, e a pulsação da sua ereção que pressionava a minha pelve. As minhas pernas já eram gelatina.

—Me desculpe Mila. Vou aplicar sua injeção agora.

—O que? — Eu pisquei atordoada. Como assim? Ele me agarrava, me fazia sentir coisas maravilhosas, para depois se desculpar e não terminar o que começou? Que filho da puta! (Desculpa, minha tia)

 'Baby, isso não foi legal' Eu pensei alto.

Continua...

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