Two sides of the same world

Maie

Maia

As meninas foram para água e o casal Elycia deixou bem claro que a intenção era deixar eu e a Marie sozinhas para conversar, não é como se eu pudesse reclamar já que nós fizemos isso mais de uma vez com as duas. Meus olhos se voltaram para Marie que esta deitada na sombra em cima da toalha dormindo tranquilamente só com um biquíni a cobrindo. Alycia tem razão eu e a Marie precisamos conversar principalmente por que eu não aguento mais ficar sem falar com ela, mas quis da espaço já que foi ela quem se afastou depois do que aconteceu semana passada, me deitei ali deixando as lembranças do dia maravilhoso que tivemos juntas inundarem a minha mente vendo se crio coragem para falar com ela.

"Estou dentro da garagem do prédio da Marie com ela que esta tentando me convencer a irmos com a moto dela para algum lugar que eu não faço a menor ideia de aonde é. Assim como eu ela já esta solteira a um certo tempo agora e apesar de todo mundo já ter percebido, inclusive a gente, que sentimos algo uma pela outra nós não conversamos sobre isso, continuamos agindo só como amigas, amigas que são muito grudadas e passam tempo demais juntas mas ainda assim só amigas. Ela esta do lado da moto olhando para mim e os dois capacetes em cima do banco da motocicleta.

-Marie vamos no meu carro, eu não vou subir nessa moto. - Ela revirou seus olhos acho que pela décima vez me ouvindo. -Ou então vamos no seu carro.

-Meu carro esta no concerto.

-Então vamos no meu. - Falei novamente.

-Não, sobe nessa moto de uma vez Mai. - Ela pediu num tom manhoso e prendendo seus olhos nos meus, assim que vi ela me implorando com o olhar sabia que tinha perdido, inferno de olhos lindos. Soltei um suspiro me dando por vencida e ela abriu um sorriso, o que me fez sorrir de volta mesmo eu tentando evitar. -Vou aceitar isso como um sim. - Falou dando dois passos a frente vindo até mim com um dos capacetes em mãos.

-É bom que onde você esta me levando valha a pena. - Falei enquanto ela coloca o capacete em mim com o maior cuidado, seus olhos concentrados no que esta fazendo.

-Vai valer muito a pena acredite e no final você ainda vai ter adorado andar de moto comigo. - Falou me lançando um sorriso convencido, foi a minha vez de revirar meus olhos.

Ela subiu em cima da moto colocando o seu capacete e logo a ligando, olhou para mim em seguida esperando que eu suba o que eu fiz depois de olhar uma ultima vez nos seus olhos. Nesse momento eu sinceramente não sei o que faço, deveria ser normal eu passar os braços pela sua cintura mas travei no lugar não conseguindo saber se deveria ou não fazer isso. Eu ainda me pergunto como fui acabar gostando de uma mulher, nunca nenhuma mulher na minha vida tinha despertado atração em mim e agora essa morena sentada na minha frente praticamente virou meu mundo de cabeça para baixo me fazendo sentir coisas que eu nunca senti na minha vida.

-Mai eu não mordo, passa os seus braços de uma vez pela minha cintura. - Ela falou me tirando do meu devaneio obviamente percebendo a minha hesitação.

-Calma apressada, eu estou tentando me preparar psicologicamente para o trauma que vai ser andar de moto com você. - Falei brincando e passei meus braços pela sua cintura sentindo seu corpo estremecer com o contato repentino.

Nós finalmente saímos da garagem e assim que pegamos a via principal ela acelerou me fazendo involuntariamente firmar meu aperto na sua cintura. Fazia anos que eu não subia numa moto mas no final de tudo ela tinha razão e eu estava adorando, só que admitir isso facilmente é que eu não iria. Eu relaxei aproveitando o passeio e afrouxei um pouco meus braços ao redor da sua cintura, mas mantive meu corpo praticamente colado no seu e apoiei meu queixo, que esta exposto porque o capacete é aberto em baixo, no seu ombro. Estamos passando em frente a uma das praias da cidade e eu tirei meus olhos do mar por alguns segundos vendo a Marie me olhar através do retrovisor com um sorriso no rosto, mas ela logo voltou sua atenção para a estrada e eu voltei a apreciar o quanto essa cidade é linda. Não demorou para chegarmos onde ela queria e eu imediatamente reconheci como sendo um dos portos da cidade, saltei da moto e tirei o meu capacete vendo ela fazer o mesmo.