Best Friend - Camila/You

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  Não é um clichê.
  Ou talvez seja. É relativo okay?.
  Enfim,esse não é o ponto exato.
  Me apaixonar por minha melhor amiga que namora um garoto é uma cilada?.
  Não,não responda,eu sei o que vai dizer,mas eu gosto de sofrer e não há nada que possa ser feito contra isso. Às vezes eu acho que nasci para chorar por filmes românticos ao perceber que nunca vou vive-los em vida. Triste,porém,real. Vai dizer que não?.
  Uh,tudo bem,eu estou enrolando demais e você provavelmente quer saber da minha história de uma vez por todas. Tudo bem,sente-se e pegue sua pipoca,um drama e tanto vem aí. Ah,pegue seus lencinhos também,nem todas as histórias têm um final feliz.

                               ~

  Tudo começou em uma manhã de segunda feira,fazia um calor infernal em Miami e o dia era propício para curtir a praia,porém,isso não era uma opção para mim:
—Você vai para a escola,mocinha.- papai pegou a mochila de rodinhas a levando pro carro.
  Cruzei os braços realmente brava em relação a situação,fitei mamãe vendo um sorriso divertido surgir em seu rosto:
—Podemos ir para a praia no final de semana,hum?.
—Mas é só daqui quatro dias!.- exclamei exasperada.
—Eles vão passar rapidinho,você nem vai perceber.
  Bufei rumando ao carro onde papai me esperava sentado no banco da frente,entrei fechando a porta com um pouco de dificuldade devido ao meu tamanho; um bico gigante tomava conta dos meus lábios e isso parecia divertir meus pais,o que me irritava mais ainda:
—Ei,não fiquei assim,sunshine.- mamãe sorriu -É seu primeiro dia na escola nova!.
—Terceiro ano?.- papai arqueou uma sobrancelha questionando a veracidade daquilo.
—Segundo,papai. Ugh,você sempre se esquece.- bom,hoje eu sei que ele sempre soube em que ano escola eu estava mas adorava fingir que não para me encher o saco.
  O caminho até a escola foi calmo…Hm,nem tanto,mamãe cantava as musicas da rádio um tanto alto e papai acabou a acompanhando nisso…mas confesso,eu também. Foi divertido.
  Chegando na escola,tinha um monte de pirralhos correndo para dentro do prédio. Respirei fundo descendo do carro,e assim que pus meus pés na calçada,um corpo se chocou com o meu nos levando ao chão:
—Ei!.- exclamei irritada. Eu era uma criança chata,me deixa.
—Desculpa.- riu envergonhada se levantando e me ajudando a fazer o mesmo -Sou a Camila.
  Uma garotinha de laço vermelho na cabeça e sorriso com a língua entre os dentes. Talvez eu já tenha me apaixonado aí? Não muito cedo,dê uma segurada aí,amigo,o problema começou alguns anos depois:
—S/n.- disse apenas.
  Ela ficou me olhando,sem dizer nada. Acho que ela esperava que eu dissesse algo a mais:
—Tá bom.- deu de ombros -Somos melhores amigas agora,S/n.
  Franzi as sobrancelhas olhando de relance para mamãe e papai que apenas assistiam a cena encostados no carro:
—Você é estranha.
—Eu sei.- gargalhou agarrando minha mão -Venha,está na hora.
  E então a garota saiu me puxando,só tive tempo de acenar para meus pais antes de entrar na escola com Camila me arrastando.
  E foi assim que eu conheci Camila Cabello.

                                 ~

  Muito bem.
  Desde esse dia nos tornamos,realmente,melhores amigas. Inseparáveis,como carne e unha,alma gêmeas. Nossa amizade sempre foi fantástica,não há objeções em relação a isso.
  Agora vamos para alguns anos depois. Quando meus problemas começaram a aparecer. Quinze anos. God,realmente gostaria de ter parado nos sete.

                                ~

  Estávamos eu e Camila,no meu quarto,fazendo um trabalho de biologia. Ei! Não pense besteiras:
—A senhora Ruggins deveria ter se aposentado já,não é?.
—Com certeza.- ri -Ela não tem amor no coração ao passar trabalhos assim não.
  Camz gargalhou alto:
—Sabe o que é isso,S/a?.- fiz um som nasal para que ela prosseguisse -Falta de sexo.
  Arregalei meus olhos o que fez com que a latina risse mais ainda:
—Céus,Camila,não foi assim que eu te criei!.
—Idiota.- jogou um lápis em mim.
  Rimos por mais um tempo zoando sobre o assunto,o trabalho já estava pronto e isso nos deu mais algumas horas para ficarmos de bobeira.
  Sempre tínhamos momentos assim,mas dessa vez,nesse dia em específico,eu reparei demais na cubana. Ela tinha os cabelos soltos em longas cascatas que desciam até sua cintura,um laço azul no topo da cabeça,uma jaqueta jeans combinando perfeitamente com o vestido florido que ela usava,o sorriso dela estava mais brilhante que o habitual e os dentinhos,eu nunca tinha prestado a atenção em como eles apertam sua língua quando ela sorri. Tudo nela me chamava a atenção de um jeito assustador naquele dia,eu não conseguia tirar os olhos dela. E vale ressaltar que aquilo nunca havia acontecido antes.
  Sorri observando a garota mordendo a ponta da caneta e aquilo,céus,aquela cena mexeu comigo:
—Você está estonteante hoje,Cabello.- ela riu baixinho -Aconteceu algo…Te conheço.
  Eu podia ter calado a boca. Eu realmente gostaria de ter calado quando a latina me respondeu:
—Austin me beijou.
  Acho que vou gorfar.
  Engoli em seco desviando o olhar:
—Quando?.
—Ontem depois que eu saí da sua casa,eu encontrei ele no caminho e nós fomos tomar sorvete. Aí aconteceu.- sorriu boba -Ele é tão fofo.
  Uh,eca.
  Enfim,a questão não é a Camila perdendo o bv com o babaca do Austin,e sim como eu me senti em relação a isso. Além de eu ter notado demais ela naquele dia,quando a cubana me contou sobre o ocorrido meu peito apertou de um jeito doloroso,lembro de ter me sentido realmente desconfortável com a situação e tive de me forçar a ser gentil e agir como deveria agir,mesmo querendo me trancar no banheiro e chorar. Eu lembro de que eu queria chorar e não entendia porra nenhuma do que estava acontecendo,porquê eu estava sentindo aquilo e o caramba a quatro.
  Depois desse dia as coisas só pioraram,eu constantemente notava a latina,os lábios,os olhos,a bunda,tudo. E eu sabia que aquilo não era algo relacionado a amizade,mesmo eu não admitindo na época no fundo do meu serzinho,eu sabia.

Imagines/YouWhere stories live. Discover now