Eu te amo ?

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Narrado por Werner Schünemann

Não respondi a pergunta e voltamos a assistir o filme e quando acabou, as crianças rapidamente subiram para o quarto e sobrou para mim e Tânia arrumar toda bagunça. Limpamos o chão e colocamos os travesseiros no lugar. Tânia foi beber água na cozinha fui ao terraço, vi a mensagem da Eliane “Eu odeio a forma que você sabe usar bem as palavras e me deixar envolvida por tão pouco, general. Como forma de agradecer e retribuir esse seu jeito romântico, tenho uma grande surpresa pra você? Mas só vai saber daqui uns dias. Beijos de sua uruguaiana” sorri como bobo ao ler as mensagens e comecei a digitar “Uruguaiana, você me deixou curioso, vou contar os segundo para nos encontrarmos e você me dizer o que é." Escrevi sorrindo e Tânia apareceu.

- Werner, você vai querer alguma coisa ? Eu estou fazendo um chá agora - falou calma.

- Vou sim! Mas não é chá, vem aqui - apontei para cadeirinha que ficava na varanda perto da minha cadeira.

- Acho que precisamos conversar, não é mesmo? - ela balançou a cabeça concordando e sentou.

- Tânia você sabe que lhe tenho muita admiração e afeto…. - ela me interrompeu.

- Mas você está tendo um caso com a Eliane - a encarei espantado.

- Você já sabia a quanto tempo? - ela suspirou e olhou para o lado.

- Werner há quanto tempo estamos juntos? - me olhou.

- Há tantos e tantos anos... Eu sei tudo, até que o você não diz - ela segurou a minha mão.

- Werner, nós sempre fomos tão parceiros e cúmplices acima de tudo, temos um acordo de não fazer cobrança a ninguém, eu respeito a sua privacidade, assim como você respeita a minha - ela apertou a minha mão.

- São mais de dez anos de casamento, um escutando o outro, mas desta vez você estava tão distante que eu tive que mandar um sinal para te lembrar que eu estou sabendo - senti um calafrio percorrer meu corpo.

- Eu não quero te magoar e nem deixar as crianças, essa família é importante para mim, mas sim, você tem razão, as coisas mudaram de figura e desta vez eu terei que tomar uma atitude, não vou sustentar uma situação dessas. Todavia, alguém vai sofrer, mas é algo necessário e eu já sei… - ela me interrompeu mais um vez.

- Não vamos tomar nenhuma atitude agora - ela me encarou.

- Ainda é cedo, eu sei que está divido - eu ia começar a falar e ela colocou a mão na minha boca.

- Shi! - passou a mão no meu rosto.

- Eu sei tudo que está vendo agora, é volúpia da paixão, mas sei também que o homem com quem me casei sempre toma a decisão certa no final - ela deu um beijo na minha bochecha.

- Vamos fazer um acordo? - a encarei confuso .

- Que acordo? - perguntei curioso.

- Quando terminar a novela e tiver iniciado por consequência a mudança, você toma a sua decisão, mas só quero você avalie apenas duas coisas - passou a mão no braço e ombro.

- Quando fores colocar na balança a sua decisão, usa do meu lado o que construímos durante todos esses anos - ela se levantou .

- Tânia! - ela me olhou e nos encaramos por alguns segundos. Não consegui pensar numa resposta a tudo que ela me falou, ela sorriu de forma meiga.

- Só avalia, Werner, só isso - balancei a cabeça concordando.

- Eu vou pensar - me levantei e fui para o quarto. Quando estava saindo, olhei pelo retrovisor do carro e vi Tânia bebendo o chá olhando para janela.

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