Entre a Ficção e a Realidade

365 15 2
                                    

Narrado por Werner Schünemann

- Ah, sabia que você não ia ser tão má a ponto de deixa-la murchar - brinquei.

- Não quero ser responsável por isso - sorriu.

- Bom saber, vou te entregar - segurei sua mão e a beijei.

- Sua casa está linda - sorriu olhando em volta e entrelaçamos os dedos.

- Gostou mesmo? - perguntei contente.

- Sim - ela me olhou.

- E essa casa te lembra alguma coisa? - levantei a sobrancelha, antes de responder ela deu uma risadinha e olhou para trás, procurando um dos balcões, olhei na mesma direção e também ri.

- É, me lembra - respondeu e balançou a cabeça em sinal negativo.

- Eu me lembro exatamente daquele dia - virei um pouco mais e passei a mão pelo cabelo dela.

- Eu também me lembro... Mas hoje em dia você se dá conta de que o que a gente fez foi loucura? - me encarou e perguntou pausadamente, sua voz saia de forma tão sensual que eu só conseguia reparar nos movimentos que seus lábios faziam.

- Eu não me arrependo de nada - sussurrei e passei o dedo polegar pelos lábios dela, os esfregando levemente.

- Você se arrepende? - segurei o rosto dela.

- Não - respondeu e segurou minha mão, a afastando de sua boca.

- Eu tenho saudade daquele tempo, Eliane - confessei.

- Foram bons tempos - concordou.

- Quando fizemos aquelas coisas no barco, eu percebi que ainda somos os mesmos de anos atrás - falei mais baixo.

- Não Werner, não somos, passou muito tempo, você seguiu seu caminho, viveu outras experiências. Eu fiz as minhas coisas, amadurecemos em todos os aspectos... - me olhou séria.

- Talvez nossos sentimentos também tenham amadurecido - rebati.

- O que você quer dizer com isso? - passei a mão em seu braço, antes de me aproximar ainda mais, olhei para o corredor, me certificando que não havia ninguém por perto, então me virei novamente pra ela.

- Nós dois temos muita química, não só na tv e você sabe disso - deslizei os dedos lentamente por sua cintura e sua blusa subiu um pouquinho, instantaneamente ela apertou meu braço e pude notar que havia se arrepiado.

- Nem os anos mudaram isso, me ajuda a entender o que existe entre nós - encostei a testa na dela.

- Sabe qual o problema? - ela passou a mão por minha nuca.

- É que não pode existir nada entre nós - eu não consegui responder, seu hálito próximo a minha boca e seus lábios convidativos foram minha perdição a beijei. E adorei sentir o gosto de sua boca, sua língua brigava com a minha e eu sentia prazer em chupá-la como resposta. Afundava meus dedos na sua cintura de tanto apertar. Os lábios dela são uma distração deliciosa, a cada segundo eu precisava de mais, não conseguia largá-los. A adrenalina pulsava em minhas veias, estava na minha própria casa, com meus filhos há poucos metros de mim, correndo o risco de ser flagrado da pior maneira possível e mesmo assim era impossível me afastar dessa mulher. Puxei seu cabelo pra trás e a olhei, seus olhos verdes me enloqueciam, seus lábios estavam levemente inchados pelo beijo e sua boca vermelha, assim como seu queixo. Ela fechou os olhos outra vez, e enroscou os braços em meu pescoço, sua respiração estava descompassada assim como a minha, esfreguei a barba por sua bochecha.

- Ain - ela sussurrou em meu ouvido. Beijei seu ombro, seu pescoço. Seu cheiro era exatamente como eu me lembrava, seus arrepios e o jeito que ela se apertava em mim, demonstravam que essa situação estava gostosa pra ela tanto quanto para mim. Esfreguei os lábios por seu pescoço e a mordi, ela me apertou com força e minha mão que estava em sua barriga deslizou até seu seio, ela voltou a me beijar quando sentiu meus dedos massageando um de cada vez. Nem em meus melhores sonhos pensava ser possível ter Eliane aqui em minha casa, essa situação estava me tirando do sério. Por uns segundos esqueci Tânia, Dagui, Arthur. Inclinava meu corpo sobre o dela, queria deitá-la, sentir seu corpo por completo, mas ela me empurrou.

Contigo en la distanciaOnde histórias criam vida. Descubra agora