Capítulo 1

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Por que sempre que você leva um fora, acontece uma epifania?

European Bier Café – Melbourne, Victoria, Australia

alguns anos atrás...

CASSANDRA

— Não acredito que você me convenceu a trocar o meu pijama super confortável e vir pra cá – comento, um tanto contrariada.

— Se eu soubesse que você ia ficar comentando isso de cinco em cinco minutos, tinha deixado você ficar em casa mesmo – Ally revida, olhando em direção à escada.

— Eu só vim porque seu namorado, quando já está com algumas na cabeças, tem as melhores teorias da conspiração. E pela promoção de cerveja pela metade do preço nas segundas – levanto meu copo praticamente vazio para dar ênfase.

— Ele não é meu namorado, Cassandra.

— Ainda – pontuo, levantando o indicador – Não vejo um futuro diferente. Além do mais, se ele não quisesse nada sério, vocês não se veriam quase todos os dias da semana.

— Isso não significa nada, Cassie – desconversa – E se fossemos somente amigos com benefícios?

— Allison, eu te conheço a vida toda. Você não estaria tão investida nesse cara se ele fosse somente um pau amigo.

— Resta saber se ele pensa o mesmo – Ally responde pensativa, enquanto passa o dedo na borda do copo.

— Se quiser, eu posso sondá-lo. Assim acabo com a sua curiosidade e a minha – Quando sua vida amorosa não é lá muito agitada, é sempre legal acompanhar a das outras pessoas.

— Não é à toa que seu sobrenome é Holmes: sempre querendo descobrir tudo sobre todos.

— É por isso que tenho você, minha cara Watson. Então, que horas Theo falou que chegaria? Sabia que devia ter passado no Hungry Jack's antes de vir pra cá – reclamo, passando a mão na barriga.

— Por Deus, Cassie! Você devorou um prato de macarrão ao molho no jantar. No lugar de um estômago você só pode ter um buraco negro dentro de si.

— Culpa sua – acuso, apontando para ela – O macarrão era só a entrada. Já estava pronta pra minha mini-maratona de How I Met Your Mother e me encher de pipoca – Venhamos e convenhamos que pipoca não é de encher muito o estômago de alguém. Você tem que comer muita pipoca para se sentir satisfeito.

— Já é a terceira vez que você assiste essa série desde o começo. Tudo tem um limite nessa vida, garota! – Ally me repreende.

— Que seja – dou de ombros – Você relaxa se agarrando no quarto com seu talvez-namorado. Eu relaxo com How I Met Your Mother – digo, cruzando os braços.

O que eu mais gosto nesse bar é o espaço no terraço aberto, ainda mais que a noite de hoje está com um clima agradável. Nunca se sabe como será o clima dessa cidade. Costumamos dizer que em Melbourne pode se ter as quatro estações em um único dia. Para uma noite no auge do inverno, hoje até que está suportável o clima, mas não suportável o suficiente para que eu tire minha jaqueta.

Olho em volta, percebendo que o local havia enchido um pouco desde minha chegada com Ally, vinte minutos atrás. Também pudera; nem mesmo uma segunda-feira é empecilho para aproveitar cerveja pela metade do preço. Os universitários (como eu, minha amiga e seu namorado-mas-que-ainda-não-sabe) estão aproveitando os últimos dias de férias. Em duas semanas começa um novo semestre e toda uma louca rotina de estudos e trabalhos.

A Louca Problemática do Nosso Destino [Degustação]Where stories live. Discover now