capítulo 3

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   Chegou a fase dos três anos, a pequena Laura já estava grandinha, e pesada demais para que os dois saíssem com ela nos braços e se revezassem quando os braços cansavam.
     E então, chegaram a conclusão de que Laura não poderia andar, e as pessoas questionaram o porquê disso, logo, a solução veio, uma Cedeira de rodas!
   Para os curiosos, sua filha era deficiente e não podia andar.
   Mas e quanto aos olhos estarem sempre fechados? Eles não haviam pensado nisso, quando era apenas uma recém-nascida tudo era mais facil!
    Tudo bem.. Laura agora também tinha os olhos extremamente sensíveis! E por isso só sairia à rua com óculos escuros, Tudo resolvido! Por ora, estava tudo bem, e continuaria assim desde que ninguém desconfiasse de nada.
 
    Tudo se seguiu normalmente, na medida do possível, a vida de Mariana e Heitor foi cercada por desculpas e mais desculpas, mas enquanto eles achassem uma solução, para os mesmos estava tudo bem. eles seguiam a mesma rotina desde sempre. Tomavam café juntos, Heitor saia para trabalhar e voltava no início da tarde.
    
   Mais um aniversário de criança no bairro, mais uma vez Laura foi convidada, não por ser por ser amiga de alguma criança da rua, até porque mortos não falam e nem socializam, pelo menos, não com vivos.
    Mas ela fora convidada, por causa da amizade que Mariana e Heitor mantinham com todos os vizinhos e conhecidos.
e novamente os pais de Laura teriam que inventar algo.
  Já houveram tantas desculpas... Oftalmologista, exame de rotina, aniversário de algum parente da família, foram capazes de inventar até mesmo óbitos na família ( em todos esses casos, eles pegavam o carro e saiam sem destino, passavam a noite em algum hotel e no dia seguinte contava pros vizinhos como a estadia na casa dos parentes fora maravilhosa, ou como deu tudo certo nos exames)

- Mariana? - chamou Carla, sua vizinha da frente

- oque disse? - respondeu Mariana saindo de seus devaneios, devaneios esses que não a dera uma desculpa plausível para essa vez.

- se Laura poderá ir a festa de Camila hoje, não diga que não! Deixa a menina se divertir um pouco

- ah.. - Mariana sorriu sem graça, e agora? Pra onde iria correr? - claro, ela vai sim - continuou sorrindo amarelo

- Ah! Isso é ótimo! Garanto que vou fazer o possível para que ela se sinta à vontade, podemos tentar fazer as crianças pararem um pouco para brincarem de outras coisas de que Laura possa participar, oque acha?

- sim, sim, uma ótima ideia sem dúvidas - mas oque ela estava pensando? Não importa que brincadeira fosse, Laura não participaria, oque se passou pela sua cabeça?

        Carla então se despediu de Mariana afirmando que iria terminar de arrumar a festa em sua casa e preparar alguma brincadeira inclusiva para Laura, e informando também, que começaria as 19hrs mas que não demoraria muito, já que os pequenos deviam dormir cedo.
    
    Mariana então começou a pensar em por que a filha não poderia ir a uma festinha de uma menina de sua idade, ela poderia simplesmente dizer que a menina não se sentia bem para brincar e era extremamente tímida para falar, mas logo caiu a ficha, crianças gostam de besteiras, como explicaria o fato de Laura passar a festa toda sem comer nada? Ela poderia inventar ate diabetes pra menina, mas todos sabem que criança não liga pra doença, e esperneia quando não consegue oque quer, definitivamente, ela e Laura não iriam a essa festa!
   Logo Heitor chegou, empurrando a sua frente a cadeira de rodas da filha, ele tinha esse costume as vezes, deixar Mariana sentada num banco de frente para o lago, enquanto caminhava com a filha no final da tarde. E eles seguiram para casa

Laura..Where stories live. Discover now