Capítulo 9 (2º temporada)

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LUIZA POV
Tudo o que eu não queria que acontecesse, aconteceu.
Agora, Ian descobriu o que está acontecendo comigo, e ele disse que ia me ajudar, o que pra mim é ótimo, porque eu preciso dele.
Eu dormi na casa dele, nós ficamos abraçados na maior parte do tempo, como se Ian quisesse me reconfortar e passar a mim, a sensação de que ele não me queria me largar, o que super funcionou pra mim.
Agora, eu estou aqui, desfazendo minha mala e arrumando as roupas.
- Meu Deuuuus! Eu não acredito no que eu estou vendo! - Disse Luana.
Olhei pra porta, e lá estava minha irmã parada com o Nicholas.
Revirei os olhos e disse:
- Diferente de você, irmãzinha, eu faço minhas próprias coisas. A propósito, Oi Nick.
- Oi Luh. - Disse Nicholas.
- Vem Nicholas, vamos ver desenho animado é melhor do que aguentar a nervosinha ai. Desenho animado é vida. - Disse Luana puxando Nicholas.
Quando fui colocar umas coisas no meu guarda roupa, uma caixa que tava lá em cima, caiu em cima de mim.
- Merdaaa! - Resmunguei.
Tirei as coisas do chão e botei tudo dentro da caixa, de novo.
Achei um papelzinho que tinha escrito, com a minha letra:
Minha primeira música.
Caraca! Tinha me esquecido completamente disso, acho que eu escrevi depois da noite mais horrorosa da minha vida, aquele baile ridículo.
Eu tava lendo cada verso admirada, eu não sabia que eu, era capaz de fazer algo assim. Óbvio que a música precisava de alguns retoques, mas isso era o de menos, porque ela continua perfeita.
O nome é  Morden Fairytale, a música é demais e nem parece que fui eu quem escreveu, ainda mais aquela Luiza de 13/14 anos, a versão mais frágil de mim mesma.
Peguei o papel e guardei onde eu possa lembrar de olhar. Guardei a caixa de volta ao guarda roupa, terminei o que tinha pra terminar e fui pra sala.
Assim que entrei na sala, NÃO fiquei nada surpresa com a cena que eu vi: Luana e Nicholas vendo Padrinhos Mágicos.
Sabe, eu pensei que os veria beijando um ao outro, mas pelo amor de Deus! Os dois estão vendo Padrinhos Mágicos!
- Eu não sei o que mais me assusta: O medo de pegar vocês dois se beijando ou ver os dois vendo Padrinhos Mágicos. - Digo.
- Caladaa! Estamos ocupados! - Disse os dois em uníssono.
Ri e ergui as duas mãos em sinal de rendição.
Fui até o porão, onde os dois outros patetas estavam.
- Oi Patetas do meu coração. - Digo.
Os dois sorriram e eu perguntei:
- Cold, pode vir aqui comigo um instante?
- Claro, o que foi? - Perguntou Cold vindo na minha direção.
- Achei uma música no meio das minhas coisas, você precisa ver. - Digo o puxando.
- Ok, eu deixo você me puxar. - Disse Cold ironicamente.
- Como se eu fosse pedir permissão, dã. - Digo revirando os olhos.
Chegamos no meu quarto e eu disse:
- Eu tava arrumando minhas coisas e achei uma música.
- Você arrumando as suas coisas? Música? - Perguntou Cold.
- Por que todo mundo fica surpreso com o fato de eu estar arrumando minhas próprias roupas? Enfim, eu achei uma música que eu fiz com 13 ou 14 anos, e a música tem tudo pra dar certo, óbvio que precisa de uns reparos, mas provavelmente, ela vai fazer sucesso. - Digo rapidamente.
- Fale mais devagar, eu só entendi a parte da música. - Disse Cold.
- Você é lerdo, sabia? Bom, veja só a música. - Digo.
Peguei o papel na estante e entreguei ao Cold.
Ele leu atentamente e arregalou os olhos.
- Uau, "Eu não sou a princesa que você sonhou", bem profundo. - Disse Cold.
- Se vai me zoar, eu só tinha 14 anos. - Digo revirando os olhos.
- Não, sério, eu gostei da música. Como você conseguiu fazê-la? Com 14 anos? - Perguntou Cold.
Sorri, me sentei ao lado dele e disse:
- Eu não sei, talvez tenha sido porque a vida era muito cruel comigo, na época.
Cold sorriu e disse:
- Nós vamos hoje na gravadora, leve a música.
- É, eu vou levar. Kevin disse alguma coisa sobre a música que eu e você vamos cantar? - Perguntei.
- Ele disse que tinha duas opções de músicas lá, era só escolher uma das músicas. - Disse Cold.
- Mas pra isso, precisamos entrar em um consenso, o que eu duvido que seja fácil. - Digo me jogando na cama.
- Só se for da sua parte. - Disse Cold dando de ombros.
Suspirei e disse:
- Eu sou um cocô, admita.
- Não, você não é. - Disse Cold.
- É, eu sou sim. Aos poucos eu me torno a pior pessoa do mundo, e você sabe disso. - Digo me sentando de novo.
- A única coisa que eu acho de você é que você é muito complicada, complexa e difícil de entender. Agora, você não é uma pessoa ruim. - Disse Cold.
Eu realmente não sabia mais quem era eu, em quem eu tinha me tornado, e porque isso aconteceu durante só uma semana.
Basta eu me sintir mal, Cold e mais ninguém, além do Ian, precisam saber disso.
Percebi que Cold me encarava, e eu o encarava de volta, tão imersa nos meus pensamentos que mal notei que tínhamos que ir na gravadora.
- Melhor nós chamarmos os meninos, pra ir na gravadora. - Digo.
Cold me olhou desconfiado e perguntou:
- Por que tinha tocado naquele assunto anterior?
- Ah esquece isso, não foi nada demais. - Digo.
- Sei. - Disse Cold desconfiado.
- Ah, deixa de frescura, vem logo. - Digo revirando os olhos.
Ele dobrou o papelzinho, me entregou e eu guardei no meu bolso.
- Blake! Nicholas! Nós temos que ir na gravadora! - Gritei descendo as escadas.
Mais uma vez, encontrei uma cena muuuuito engraçada e nojenta ao mesmo tempo: Blake roncando que nem um porco e Luana e Nicholas se beijando.
- Que nojinho! - Digo tapando os olhos. Ainda é estranho ver meu melhor amigo beijando a minha irmã, se fosse com vocês, acho que também estranhariam.
Eles riram e eu, ainda com os olhos tapados, disse:
- Nick, nós vamos pra gravadora, você vem? Ou tem coisas mais importantes pra fazer no momento?
- Infelizmente, vou ter que ir com vocês. Agora, deixa de ser boba e abra os olhos. - Disse Nicholas.
Hesitei, mas acabei abrindo os olhos.
- Vou esperar vocês no carro, chamem o Blake.
Peguei meu celular, as chaves e fui pro carro.
Não demorou muito e todos estavam reunidos no meu carro.
- Blakezinho, e a Lotte? - Perguntei dando ignição no carro.
- Ah, ela e eu mantemos contato e, ela vem morar em Atlanta, pra fazer intercâmbio. - Disse Blake.
- Own, adoro quando eu sirvo de cupido. Vocês não amam o amor? - Perguntei sorrindo.
- O amor é uma droga. - Disse Cold baixinho, acho que não era pra ninguém ouvir.
Mas eu ouvi, com minha audição suuuuper afiada.
Eu o olhei, que agora olhava pra janela do carro.
Fomos escutando música enquanto, eu e Blake conversávamos sobre um filme de terror, o nome do filme era Invocação do Mal.
- Aquele filme é muito idiota. - Resmungou Blake.
- Idiota uma porra, eu me caguei. Simon viu, eu pulei no colo dele e não sai de lá. - Digo.
Blake riu e disse:
- Você se assusta com tudo, Luiza. Isso não me surpreenderia.
- Rá, engraçadinho. - Digo.
- Ele não está mentindo. - Disse Cold.
- Isso não é verdade. - Digo.
- É sim, vocês lembram daquela vez que estávamos jogando Uno no nosso quarto de hotel, quando ela e Helouise entraram correndo lá? - Perguntou Nicholas rindo.
- Isso tudo por causa de três baratas no banheiro. - Disse Cold revirando os olhos.
- Elas eram enormes e monstruosas. - Digo.
- Eram nada. - Disse Blake.
- E afinal, eu e Helouise não conseguiríamos matar três monstros, então, era pra vocês matarem cada uma delas. - Digo.
Os três riram e eu revirei os olhos.
- Vocês são tão idiotas. - Digo.
Eles continuaram rindo e nós chegamos à gravadora.
Fomos até a salinha e Kevin já estava lá, todo sorridente.
- Oi Kevin. - Digo.
Ele sorriu, me abraçou e comprimentou os meninos depois.
- Sobre o dueto da Luiza e do Cold, temos duas músicas. Vocês escolhem. - Disse Kevin.
Ele nos mostrou duas músicas, o nome de uma delas é Not Normal e a outra é Our Secret.
Das duas, a que eu achei mais interessante foi Not Normal, a outra era muito, mais muito romantiquinha, e eu não quero fazer uma coisa melosa com o Cold, logo com o Cold.
- Gostei da primeira. - Digo.
- E você, Cold? - Perguntou Kevin.
- Gostei da segunda, mas eu realmente tô em dúvida, as duas são muito boas. - Disse Cold.
- Então escolha a que é melhor, a  primeira. - Digo.
Cold me olhou, sorriu maliciosamente e disse:
- Gostei da segunda.
- Tá de brincadeira? - Digo irritada.
- Não, eu gostei mais da segunda. - Disse Cold ainda sorrindo maliciosamente.
- Vocês tem que entrar em um acordo. - Disse Kevin.
- Eu não quero parecer aquelas divas egocêntricas, mas eu não vou cantar a segunda música. - Digo.
- Vai sim, porque eu não vou cantar a primeira. - Disse Cold.
- Ok, antes que vocês dois entrem em uma discussão, eu vou fazer um joguinho. - Disse Kevin.
- Ah nossa, esse joguinho vai resolver alguma coisa? - Perguntei.
Ele sorriu e começou a fazer lá, o jogo era: Ele fechava os olhos e começava a tatear de uma letra à outra.
No fim, ele parou na letra que eu queria e eu agradeci aos céus.
- Então Cold, vai ser Not Normal. - Disse Kevin.
- Tudo bem, então. - Disse Cold.
Eu sorri e por impulso mesmo, abracei Cold.
- Nem reclame. - Digo sorrindo.
Ele riu, eu me soltei e disse:
- Tenha uma coisa pra mostrar à vocês. Os quatro me olharam atentos, eu peguei o violão, tirei o papelzinho do bolso e comecei a tocar:
- It's late here and I prolonging the end. I open the door and walk away, hoping to chase me.
Kevin ficou maravilhado. Cold só sorria. Blake passava a mão na barba rala e Nicholas fazia batuques no jeans dele.
- Was forever and ended a few days ago. So complicated because you asking me to stay a little longer? - Cantei.
Tantos anos se passaram, e essa música ainda me toca profundamente, essa é a primeira vez que eu me expresso tão bem, ainda mais quando se trata de algo daquela época.
- Our story is over, I know. But our tears I'm a hostage, I've learned, the right thing to do, but my heart can't understand. - Cantei.
Cold me olhava sorrindo, sei que ele gosta de mim, não queria fazê-lo sofrer, mas ao que tudo consta, eu só faço isso.
- How can I go with you asking me to stay? How can I forget it just by looking at me you lack the air? Release me, now the end has come, has no fairytale this time for me. I'm not a princess you dreamed, has no happy ending this time, baby. - Cantei.
A música acabou e eu disse:
- Queria encaixá-la no novo CD, acreditam que eu fiz essa música com 13 anos? Pois é.
- Ela vai ser incluída, nem se preocupe. - Disse Kevin.
Eu sorri e nós continuamos o trabalho.
                             *****
- Vamos ao Mc Donnald? - Perguntou Nicholas com tanta empolgação que eu podia jurar que a criatura era uma criança.
- Ah, eu tô dentro. - Disse Blake.
- E eu também. - Disse Cold.
- E você, Luiza? - Perguntou Nicholas.
Eu não sei se deveria, meu psicológico não está inteiro e provavelmente, eu vou comer como nunca e depois vomitar como nunca, não sei se posso fazer isso, não quero me submeter à esse distúrbio.
- Eu vou. - Digo e sei que vou me arrepender depois.
Chegamos ao shopping, e eu quase chorei de emoção em estar naquele shopping.
Foi o lugar que eu conheci o Ian, foi onde eu fugi da minha prima.
Shopping é um lugar cheio de emoções.
E também, ótimo lugar para fugir das suas primas patricinhas.
- Terra chamando Luiza. - Disse Blake.
- Oi? - Perguntei.
- Vai querer o quê? - Perguntou Nicholas.
- Qualquer coisa. - Digo dando de ombros.
Os meninos me olharam sem entender e apenas dei de ombros mais uma vez.
Ian me mandou uma mensagem, enquanto eu esperava os meninos. A mensagem dizia:
Oi meu amor.
Não quero parecer um psicopata ou coisa assim, mas eu ainda estou muito preocupado, queria saber como você está e também, você precisa de ajuda? Se quiser, pode dormir de novo lá em casa, sabe que eu não me importo e eu vou adorar.
Sinto sua falta.
Com amor, Ian.
Eu sorri e respondi:
Tá vendo só? Não queria que isso acontecesse.
Preocupar você tava definitivamente, fora de cogitação, Ian. Desculpe, desculpe, desculpe.
Não sei se vai dar pra ir hoje, bem que eu queria, mas acho que vou passar a noite com a Helouise, o Simon e a galera vão. E ainda tem o jantar com minha família, tudo por causa do nome da bebê, como eu disse, minha família é estranha.
Mas, se você quiser, vou dar uma fugidinha e passo no Set, pode ser? Prometo ser um ninja.
Amo você, Ian.
Os meninos chegaram com as comidas e disseram:
- Prontinho, a fera pode ser alimentada.
Sorri e comecei comendo batata frita, que por sinal é uma delícia.
Eu me casaria com a Batata frita.
E ainda seria em Las Vegas, ia ser o luxo.
Viajei agora, ignorem.
Continuei comendo e a pior parte chegou: A culpa. Sabe quando você se sente tão culpado à ponto de se sentir um lixo? É exatamente assim que eu me sinto agora.
- Vocês podem me dar licença um minutinho? - Perguntei sorrindo, nervosa.
- Tá tudo bem? - Perguntou Cold com a mania perceptiva dele.
- Tudo ótimo, só preciso ir ao banheiro bem rápido. - Digo me levantando.
Nem esperei eles responderem, saí correndo para o banheiro.
Entrei mais rápido ainda e vomitei, dessa vez, vomitei até começar a doer. Olhei para o vaso sanitário e vi um pouco de... sangue? Sim, aquilo era sangue.
- O que... eu tô fazendo? - Perguntei sussurrando.
Senti meu celular vibrar no meu bolso, eu o peguei e atendi sem ver.
- Alô? - Perguntei ofegante.
- Tá tudo bem? - Perguntou Ian.
Senti um aperto na garganta e não consegui falar nada.
- Luiza? Você ainda está ai? - Perguntou Ian.
Reprimi ao máximo as lágrimas e disse:
- S-sim, estou.
- Você não me engana, o que aconteceu? Não vai me dizer que...? - Perguntou Ian.
- Podemos nos encontrar? - Perguntei.
- Claro, onde? - Perguntou Ian.
- Sabe a livraria do shopping? A que nós nos esbarramos pela primeira vez? - Perguntei.
- Sei, é claro. Como poderia esquecer? - Perguntou Ian.
Eu sorri, mesmo desesperada.
- Pode ser lá? - Perguntei.
- Claro, vou dar um jeito e já vou pra lá.  Mas e o trato de sermos discretos? - Perguntou Ian.
- Tem um lugar que eu duvido que as pessoas vão, dentro da livraria, mas eu não me importo que nos vejam juntos. - Digo.
Sabe aquela pausa em que você pode jurar que a outra pessoa, do outro lado da linha, está sorrindo? Pois é, foi exatamente isso que eu senti.
- Ok, nos vemos daqui a pouco. - Disse Ian desligando.
Guardei meu celular de novo no bolso, me levantei, puxei a descarga e sai do banheiro.
Lavei minha boca, me recompus e voltei a mesa.
Os meninos já pareciam estar preocupados, o que foi até engraçado.
- Oi boys. - Digo.
- Onde você tava? - Perguntou Cold.
- No banheiro. - Digo.
Eles se entreolharam e eu disse:
- Eu vou ficar, tenho que passar na livraria, e vocês podem até levar meu carro. Só tenham cuidado com o meu bebê.
- Tem certeza? Você parece peturbada. - Disse Blake.
- Eu tô bem, acreditem. - Digo.
Nicholas me abraçou, e eu quase chorei, porque tudo o que eu precisava era de um abraço.
- Vai ficar bem sozinha, minha smurffete? - Perguntou Nicholas ainda me abraçando.
Fechei os olhos e encostei minha cabeça no peito dele, porque ele é mais alto que eu.
- Vou, Nick. Não se preocupe comigo, eu sou bem grandinha. - Digo me soltando dele.
Ele bagunçou meu cabelo e disse:
- Fique bem.
Eu sorri e Blake disse:
- Tchau, tome cuidado e não arrume encrenca.
Eu ri e Blake me abraçou, só que dessa vez, o idiota me abraçou tão forte que eu fiquei sem ar.
- Pode me largar, obrigada. - Digo.
Blake me largou rindo e a vez foi do Cold, só que o Cold é problemático e disse:
- Depois você vai me explicar essa história.
Revirei os olhos e perguntei:
- Vai me abraçar ou não?
Ele sorriu e me abraçou, diferente de todos os outros dois, foi mais caloroso.
Depois, os três foram embora e eu fui para a livraria, esperar o Ian.
Fiquei vendo alguns livros e encontrei um que podia me ajudar agora.
O nome do livro é: Livre-se dos seus demônios, o livro não tinha autor, era a história de várias garotas que se livram de problemas, era um livro de auto ajuda e parecia ser muito, muito bom.
Peguei o livro e fui me sentar no local mais afastado da livraria.
Comecei a ler e li a história de uma garota, que se chamava Paris Casagrande, uma menina que sofria de Bulimia, até que ficou anoréxica.
Foi estranho ler uma coisa tão secreta de uma pessoa que eu não conheço, e ela até mencionou isso, dizendo: Se você também sofre disto, com toda a certeza, deve estar se sentindo estranho em ler. Eu passei por isso, mas recebi ajuda e hoje, estou livre do distúrbio, e eu posso ajudar você.
Continuei lendo e fiquei boquiaberta das coisas que ela fazia, antes de ser libertada, ela disse que tudo só piorou, quando ela percebeu que ela não vomitava mais comida, e sim sangue.
Eu.Preciso.De.Ajuda.
Parei de ler e fiquei me perguntando: Vale a pena mesmo?
Não, não vale e você sabe disso.
Eu sei que não, mas e se eu ficar uma porca enorme? O Ian vai me odiar e eu vou ficar sozinha.
Só era o que me faltava, você se preocupando com o peso.
Calado ou calada, afinal você é homem ou mulher?
Sou gay.
Vá à merda, subconsciente irônico.
Parei de discutir com meu subconsciente e voltei a ler.
- Oi, foi difícil encontrar você. - Disse Ian se sentando.
- Foi por isso que eu me sentei aqui. - Digo.
Fechei o livro e os olhos do Ian foram direto no título.
- Do que esse livro fala? - Perguntou Ian.
- De garotas que tiveram dificuldades com distúrbios, assim como... como... assim como eu. - Digo um pouco baixo.
Ian pegou minha mão e disse:
- Eu vou te ajudar.
Eu sorri e ele perguntou:
- O que aconteceu dessa vez?
- O de sempre, eu não aguentei a culpa, e fui me livrar dela e acabou que, eu vomitei... vomitei sangue. - Digo tentando afastar o aperto da minha garganta.
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IAN POV
Quando Luiza me falou daquilo, foi doloroso ouvir. Não quero imaginar Luiza se destruindo, não quero imaginar que, talvez isso afete demais o seu psicológico e ela acabe pensando em se matar, ou até usando drogas, eu não conseguiria viver sem ela.
- Você precisa de ajuda, e eu tô aqui com você. - Digo.
Ela sorriu, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Eu tô com medo, Ian. Muito medo, medo da pessoa que eu me tornei, e de quem eu posso me tornar se isso continuar. - Disse ela.
- Eu vou ajudar você, mas primeiro precisamos contar pra Helouise e pro Simon. - Digo.
Sei que os dois podem ajudar, eles a amam, tanto quanto eu e a Luh, precisa de uma amiga, sei que eu sou de muita ajuda, mas ela precisa de uma amiga e ninguém melhor que Helouise e pra isso.
- Não, não, não, não. Não era nem pra você saber disso, não quero que eles saibam. - Disse ela.
Puxei o livro da mão dela e abri em uma parte que dizia:
- "Precisei da ajuda dos meus amigos e do meu namorado, porque eu estava fraca e mesmo querendo esconder, uma parte de mim anseava por ajuda." Viu? - Perguntei.
- Não sei o que falar à eles. - Disse ela.
- Por isso, eu vou com você e se precisar, eu falo. - Digo.
Ela me olhou, sorriu de lado e perguntou:
- O que seria de mim sem você?
- Ainda bem que você não vai saber, porque eu vou ficar aqui sempre. - Digo sorrindo.
Consegui fazê-la rir e então ela mudou de assunto:
- Lembra do dia que nos conhecemos?  - E como poderia esquecer? Acho que desde desse dia, eu já sabia que amava você. - Digo.
- Não tinha como, afinal, como você amaria uma desconhecida que fugiu de você? - Perguntou ela rindo.
- Talvez tenha sido exatamente por isso. - Digo.
- Aham, porque qualquer pessoa sã se apaixonaria por mim. - Debochou ela.
- E aí é que tá, acho que você me passou um pouco da sua loucura. - Digo rindo.
- Ai cara, é por isso que eu te amo. - Disse ela sorrindo.
Eu ri e disse:
- Eu queria muito beijar você agora.
- Mas temos que ser discretos, não é? - Perguntou ela arqueando uma sobrancelha.
Eu assenti sorrindo e ela disse:
- Então, fazemos o seguinte, eu vou pagar por esse livro e nos encontramos no estacionamento.
- Tudo bem, te vejo no estacionamento. - Digo me levantando e indo embora.
                           ******
Demorou um pouco, mas quando vi, Luiza entrou no banco do carona.
- Finalmente, né. - Digo.
Ela só sorriu e me beijou, me beijou como se nós nunca mais tivessemos feito isso, sendo que ontem o que mais fizemos foi nos beijar.
As coisas tavam esquentando, até que ela parou o beijo, respirou e disse:
- Melhor irmos, ou as coisas vão esquentar mesmo.
- Não me importaria se esquentassem. - Digo dando ignição no carro.
Ela riu e ligou o rádio.
Não demorou muito, e nós já tínhamos chego na casa da Helouise.
- Pronta? - Perguntei.
- Não, mas é o que eu tenho que fazer, não é? - Perguntou ela.
Eu assenti e desci do carro, seguido por ela.
Bati na porta e logo em seguida, Helouise atendeu sorridente.
- Olha só vocês! Que bom que vinheram, entrem. - Disse Helouise.
Eu sorri, a abracei e depois, Helouise deu um abraço super forte na Luiza.
- Fiquei preocupada com você, Luh. Você não ligou, não deu notícias. - Disse ela se sentando.
- Pois é, nós precisamos conversar. - Disse Luiza.
Eu me sentei e Luiza se sentou ao meu lado.
Helouise nos olhou por um momento, analisando nós dois e disse:
- Por favor, não me digam que é o que eu estou pensando.
- O que exatamente você tá pensando? - Perguntei.
- Eu vou ser titia? - Perguntou ela sorrindo.
- Não! Que imaginação fértil, Julia Helouise! É outra coisa. Eu não saberia cuidar de uma criança. - Disse Luiza revirando os olhos.
Eu ri e Helouise disse:
- Uma pena. Um bebê de vocês dois, ia ser tão lindo.
- Não viaja, Helouise. - Disse Luiza revirando os olhos.
- Então o que é? - Perguntou Helouise.
Luiza suspirou, fechou os olhos, depois os abriu de novo e disse:
- Eu tenho Bulimia, Helouise.
- O quê? Você? Para de brincadeira, isso é uma coisa séria. - Disse Helouise.
- Ela não está mentindo, é verdade. - Digo.
Helouise arregalou os olhos e disse:
- Você me disse que não iria nunca fazer isso, lembra? Luiza, isso é um distúrbio sério.
- Foi tão repentino, eu achava que seria só uma vez, mas perdi o controle e agora, eu só preciso de ajuda, antes que tudo desmorone de vez. - Disse ela.
Eu a olhei e segurei sua mão, pra mostrar apoio.
Helouise fez o mesmo e foi abraçar Luiza, que caiu no choro logo em seguida.
- Eu também tô aqui com você, Baby-ssauro, não vou te abandonar. Lembra? Bfs até depois do fim. - Disse Helouise apertando ela mais forte.
- Se possível, até mais que isso. - Disse Luiza se soltando e enxugando as lágrimas.
Helouise sorriu e perguntou:
- Imagino que você não tenha contado ao Ian de primeira, tô certa?
- Certíssima, eu a vi vomitando. - Digo.
- Não era pra nenhum de vocês descobrir. - Disse Luiza.
Helouise deu um tapa no braço dela, tão rápido que, eu confesso que me assustei.
- Ai! Por que fez isso? Cadê a Helouise sensível de minutos atrás? - Perguntou Luiza.
- Escafedeu-se, e isso foi porque você é muito idiota e tenta esconder as coisas da gente. - Disse Helouise.
- Idiota. - Disse Luiza revirando os olhos.
Eu e Helouise rimos e de repente, nós entramos em um assunto sobre como fazê-la ficar bem, livre disso, o que não foi de todo mal, porque Luiza, interagia no assunto e parecia determinada à se curar.
Eu tenho muito orgulho dela.
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Ooooi meus amores.
Me amem mais, pois aí está um capítulo bônus!
Queria também falar de uma nova fic minha, o nome é New Original, é como se fosse TVD misturado com The Originals, é uma fic que eu tô gostando mesmo de fazer, ainda mais porque é sobrenatural e tudo o mais. Sei que a maioria dos leitores são Vampire Maniacs (Assim como eu, hehehe), então, vocês vão gostar.
Só mais uma coisa, acho que vou chamar vocês agora de Little Heroes ou Crazy Horses, me ajudem a decidir.
Amo vocês, beijinhos.

Give Me Love ♥ / REVISANDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora