Capítulo 7: Memórias

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- Mãe! – Berrou a filha de volta, olhando ao redor envergonhada.

Assim que viraram a área estratégica onde o carro estava estacionado, os três pararam.

- Espero que saibam que não concordo com isso. – Resmungou Hellen, mexendo nos dreads de forma nervosa. – Pode dar uma merda federal pra cima da gente. O que o Sr. E a Sra. Bennet vão pensar de mim se eles descobrirem que...

- Ei! Relaxa! É só você não dar com a língua nos dentes! – Alyssa agarrou os ombros da melhor amiga, fazendo com que ficassem frente a frente. – Hellen, me escuta. Eu quero fazer isso, tá legal?

A outra apenas apertou os lábios, fitando a mesma com seriedade.

- Está tomando o anticoncepcional? – Indagou. – Compraram camisinhas?

- Hellen, qual é, que tipo de cara acha que eu sou? – Pronunciou-se Tom. – Qual é, a gente se conhece desde o que, a quarta série?

- Você continua sendo homem, Thomas. – Devolveu ela, lançando-lhe um olhar afiado. Por fim, fechou os olhos e suspirou. – Certo. Mas me deixem em casa primeiro. Me recuso a voltar a pé.

O trio entrou no carro. A primeira parada foi na casa de Hellen, como ela havia exigido. A segunda foi a praia deserta onde, após alguns goles de whisky que Tom havia furtado do estoque do pai, Alyssa havia feito sexo pela primeira vez.

Não demorou muito. Não foi tão doloroso quanto ela achou que seria, mas também estava longe do prazer. Assim que terminaram, ela fechou os olhos, deitando ao lado do namorado. Estava cansada e apesar de suada, o vento frio que percorria a praia naquela noite fazia seu corpo estremecer. Tom puxou uma manta sobre seus corpos e ficaram ali até ouvirem o ribombar do primeiro trovão. Então outro, e mais outro...

E ela caia novamente.

Caia leve . . .

. . . Leve feito uma pluma . . .

. . .

Até que um dos trovões a fez abrir os olhos, o coração acelerado com o susto.

No entanto, não estava mais na praia. Estava no meio de uma sala de estar desagradavelmente familiar.

Olhou pela janela. O tempo estava escuro e chovia torrencialmente.

Ouviu o barulho do trovão novamente, mas dessa vez parecia mais alto.

Ela já vivera aquilo antes. Sabia exatamente onde estava e o que aconteceria.

Ela não queria viver aquilo. Não de novo. Mas seu corpo não parecia obedecer, por mais força que ela tentasse fazer.

Ela estava com raiva e triste, e o barulho do trovão não era um trovão, afinal.

- DROGA, ALYSSA, O QUE ESPERA QUE EU DIGA?! – Berrou Tom, o pescoço entumecido de cólera.

A sala, agora ela via, contava com diversos objetos espatifados que ela mesma jogara contra a parede.

- PORRA, THOMAS! NÓS TERMINAMOS NÃO FAZEM NEM 24 HORAS! EU VENHO AQUI PARA BUSCAR MINHAS COISAS E O QUE EU ENCONTRO?! – Berrou de volta, lágrimas quentes escorrendo pelo rosto vermelho. – Então é esse o motivo? ELA É O MOTIVO. CINCO ANOS, TOM. CINCO ANOS NÃO SÃO CINCO MESES.

Ela se interrompeu, engasgando com a própria raiva. Sentia-se traída. Rejeitada. Inútil.

Tom aproximou-se alguns passos da mulher, mas ela o impediu, erguendo um dedo.

- Há quanto tempo? – Conseguiu dizer por fim.

- Alyssa...

- Há quanto tempo, Thomas? – Rosnou, tentando controlar o tom de voz.

O homem evitava o seu olhar, e pelo seu silêncio, a mulher já tinha informações o suficiente.

- Você não presta. – Grunhiu. – Você. Não. Presta. Eu odeio você. Odeio você, Thomas.

- Quer saber de uma coisa? – Riu ele, os olhos vermelhos e úmidos. – A culpa é sua. A única pessoa que não presta aqui é você.

Alyssa não queria ouvir aquilo novamente. Por que aquilo estava acontecendo de novo?

Ele chegou mais perto, olhando-a nos olhos uma última vez antes de dizer as palavras que a marcariam para o resto da sua vida.

- Você não é capaz de me dar o que eu quero, Alyssa.

Ela fechou os olhos, sentindo seu coração quebrar em milhões de pedacinhos.

Era pra ter acabado ali. Quando ela abrisse os olhos, Tom deveria estar subindo as escadas e a deixado sozinha para juntar suas roupas e seus cacos. Mas não. Quando ela abriu os olhos, ele continuou ali.

Mas estava diferente. Seus olhos oscilavam do castanho para o azul, seu cabelo do claro para o escuro feito carvão.

Sua voz oscilava entre a de Tom e a de Jimmy.

Uma mão grossa e com unhas afiadas agarrou seu rosto, forçando-a a olhar nos olhos castanhos, azuis, castanhos, azuis. Veias negras tomavam todo o corpo (dos homens?) a sua frente e um hálito fétido atingiu sua face quando ele repetiu as palavras.

- Você não é capaz de me dar o que eu quero, Alyssa.

E então, ele forçou as garras escuras pela sua barriga, arrancando suas entranhas como se arranca macela de uma boneca de pano. E como se fosse tal, o corpo de Alyssa foi de encontro ao chão.

Ela queria gritar, mas se afogava no próprio sangue. Um sangue que não poderia ser de ninguém além dela mesma.

Ela se afogava . . .

. . . O sangue a afogava . . .

. . . Afogando em sangue . . .

. . ."

Em um pulo, Alyssa abriu os olhos e sentou-se sobre a cama, buscando o ar de forma desesperada.

Sua barriga doía. Sua garganta doía.

Que gosto era esse na sua boca?

- Alyssa? – Balbuciou Jimmy, acordando ao seu lado atordoado.

Ela não o ouvira.

Levantou-se num rompante, tropeçando até o banheiro.

Mal chegara no vaso quando o vômito quente saiu em jorros que faziam seu corpo espasmar de forma violenta.

Sentiu uma mão quente massagear suas costas enquanto outra segurava seus cabelos. A voz calma de Jimmy parecia soar longe em seus ouvidos, mas ela conseguia distinguir algumas palavras de conforto.

E assim ficaram o resto da noite, até bem depois que Alyssa já não tinha mais o que vomitar e começara a chorar. Jimmy ficara o tempo todo ao seu lado, e ela sentia-se imensamente grata por isso. 

Doce InocênciaNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ