The Bokeh Effect | [Taekook]

2.4

Segunda tentativa.

Os primeiros dias de calor confirmaram a chegada da sessão de primavera. Nada mais de casacos grossos ou cachecóis, mas sim, óculos de sol e mangas curtas. Os botões de flores estavam finalmente desabrochando e preenchendo o verde das árvores. Era a estação na qual as cores explodiam em um espetáculo visual, florindo em emoções, e para um artista de alma como Taehyung, isso significava inspiração em cada esquina.

Kim Taehyung não ia desperdiçar a chance de ter um talento não descoberto na revista, era como rasgar as páginas da Muse Cult sem ao menos tentar. Era inaceitável ele não conseguir, rabugento como era, ele ia sim conseguir um exclusivo e levar resultados para Joohyun servidos em um prato de porcelana.

É por isso que ele limpou a agenda na tarde de quinta, como ele explicou seus planos para sua chefe editora. Na verdade, foi ideia dela, já que sugeriu "talvez ele tenha uma vida social aos sábados, Tae". Sarcasmo de lado, talvez ela tivesse razão. Ele não o encontrou no sábado, mas tinha uma sensação de que aquele seria seu dia de sorte.

Dessa vez, ele estava usando uma de suas jaquetas jeans leve com uma simples camisa de algodão por baixo. Calça preta justa presa com um cinto e sapato de couro preto. Ele estava carregando a pasta de trabalho porque queria passar uma imagem profissional e, como toque final, usava óculos laranja de armação metálica fina e seu relógio de "Uma Noite Estrelada", um item que voltou a ser recorrente.

Vinte e sete minutos de novo. Esse foi o tempo que levou desde seu apartamento até a casa do artista, mas dessa vez ele não ficaria apenas por alguns minutos e iria embora de mãos vazia.

Taehyung dirigiu calmamente no trânsito moderado; mais cedo naquele dia, tinha mandando mensagem a Daeho dizendo que teria trabalho a fazer para a revista. Ele tinha voltado do escritório, mal comeu alguma coisa, e já tinha ligado o GPS de novo.

O jovem tentou lembrar qual rua tinha que virar e quais lugares tinha visto enquanto esperava nos sinais de trânsito. Reparou em coisas como uma grande livraria que ele nunca tinha visto e era a apenas dez minutos de sua casa, ou o novo supermercado na esquina. Algumas placas indicavam que um lote vago se transformaria em prédio no futuro, não muito longe da casa do artista tinha uma floricultura e, a três quarteirões, tinha uma padaria.