IV

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— Kun, iremos perder o horário do filme — Olho o relógio em meu pulso.

— Tenhamos calma, faltam dez minutos e não é dois minutos daqui — Ele ri e eu reviro os olhos.

— Qian Kun! É uma seção de cinema na qual os ingresso foram esgotados, dois minutos e pegaremos lugares deploráveis — Cruzo os braços batendo meu pé direito no chão

— Certo! Certo! Vamos nos apressar então — Ele ri e começa a andar.

Estávamos em um shopping no qual não tínhamos costume de ir, assim que chegamos perto do cinema, vejo Kun buscando as portas indo para o lugar errado, em um ato delicado pego a mão do garoto e o guio para o lugar correto, o mesmo cora, sorri animado e segura minha mão mais forte, fomos entrando na sessão, estava animada para ver o filme, era um filme de ação que eu estava extremamente ansiosa para ver, mas como eu demorei para convencer Kun a vir comigo, teria poucas seções em poucos cinemas.

— Vou comprar pipoca, quer também? — Kun pergunta se levantando e eu concordo com a cabeça.

Faltava poucos minutos para os comerciais acabarem e o filme começar e Kun não tinha aparecido ainda, peço para uma moça do meu lado guardar nossos lugares e saio procurando o mais velho. Olho atenta pelos largos corredores vazios, assim que em um específico vejo duas figuras conhecidas, me escondo atrás das parede, kun estava conversando com o denominado Taeyong, aquele cara que me parou outro dia.

— Quando irá contar para ela? — Taeyong questiona Kun.

— Contar o que? Não tenho nada para contar a ninguém — Kun retruca sério e em uma pode um tanto quanto defensiva.

— Se não contar, eu irei contar... e você sabe que logo ela irá dizer mais coisas — O homem ri.

— Taeyong não se atreva a tocar nela — Kun ameaça o homem que apenas ri.

— Não seja idiota! Eu não quero encostar um dedo nela, não quero ela! Eu quero a carta dela, e mais algumas coisinhas — Taeyong ri pondo a mão no ombro de Kun — Hyeri, onde está? — O garoto olha em minha direção e pisca de um olho só.

Eu corro o o mais rápido para a seção do filme, batimentos a mil, respiração ofegante e os meus olhos piscavam forte, a moça do meu lado pergunta se estava tudo bem e eu apenas concordo com a cabeça, tento me concetrar no filme, porém, meus pensamentos estavam a mil, estava preocupada de mais para cinseguir me concentrar, o que ele queria de mim?

— Demorei muito? — Kun tira minha concentração sentando-se ao meu lado — A fila estava grande mas eu comprei a pipoca — Ele me entrega um dos baldes.

Minha cabeça doia, ele mentiu para mim, eu apenas peguei o balde e agradeci sem retirar meus olhos da tela, o filme passa, nenhuma palavra ou olhar é trocado por nós. O filme termina os créditos começam a passar e eu me levanto e saiu da sala sem esperar Kun, com passos rápidos caminho para fora do cinema.

— Hyeri! — Kun chama meu nome correndo para me acompanhar — Me espere! O que houve?!

Eu não paro de andar, o menino já estava sem fôlego, então ele para segurando meu braço, ele me encara recuperando aos poucos o fôlego.

— Qian Kun, seja sincero, quem é você — Pergunto e o menino não me responde, apenas nega com a cabeça.

— Por que a pergunta tão do nada? O que isso importa?! — Ele me solta e se afasta — Não precisa saber de detalhes profundos, precisa? —  Ele começa a se irritar — Eu sou apenas seu amigo, Qian Kun, apenas isso, sou uma pessoa normal, que trabalha, tem sentimentos, respira, come... Eu sou uma pessoa como qualquer outra! Esse é quem eu sou.

— Você está escondendo algo — Me irrito também — Que tipo de pessoa "normal" — Dou ênfase na palavra normal — entra em desafios com pessoas esquisitas que conseguem se teletransportar? Que tipo de pessoa normal tem inimigos estranhos? Qian Kun você não é normal — Eu suspiro tentando aliviar a tensão — Eu sou sua amiga, ofereço minha ajuda, vou atrás de fazer o que você me diz, tento não desconfiar de você e é isso que eu recebo em troca?! Mentiras e mais mentiras? Me explica Qian Kun, como consegue usar as pessoas fácil desta maneira? — Pego a carta guardada em minha capinha — Se vira, eu não quero ter mais dores de cabeça por causa deste pedaço de papel.

— Eu não posso tocar nela! Apenas você — Ele empurra meu braço para mais perto de mim — Se alguém tocar direi adeus ao meu sonho  — Kun diz serio e busca fixar seu olhar no meu — Você sabe que isso é de extrema importância para mim, não sabe?! — Ele pergunta sério, seu olhar me deixava sem apoio.

O garoto não havia orgulho algum quando se tratava de cumprir seus objetivos, e isto é - sem dúvidas - uma das coisas que eu mais admiro em Qian.

— Qian Kun, eu só irei te ajudar, se você parar de mentir para mim, eu estou preocupada em saber quem é você, afinal você é meu amigo, como eu irei andar com alguém que eu ao menos conheço? Eu estou te dando uma chance — Digo fechando meus olhos e suspirando fundo mais uma vez.

— Por que faz isso comigo? Me põe contra tantas paredes? Tá! Eu te falo o que eu estou escondendo — Era sua vez de suspira pesado — Mas quando descobrir não pode contar para ninguém, ninguém mesmo, tudo bem? — Ele pergunta e eu balanço a cabeça positivamente.

— Com sua licença — Um homem se aproxima de nós — Onde está o 8 de copas? - Ele ri olhando para mim.

— Eu me recuso a acreditar nisso — Me intrigo brava — Justo agora?! — O homem fica confuso — Eu quero que você vá procurar na casa do caralho está maldita carta! — Aponto o dedo do meio do rosto do homem que era no minimo vinte centímetros maior que eu.

—  Hyeri! — Kun me repreende rindo — Talvez a carta esteja aqui — Kun aponta para mim obvio

O homem se irrita com o nosso sarcasmo, eu me afasto com medo da sua expressão brava, Kun em um ato protetor me puxa para trás.

— Vê aquela moça sentada no banco? - Ele me questiona aos cochichos e eu concordo com a cabeça — Ela tem a Dama de paus, consegue convecê-la a te entregar? Eu cuido dele, mas terá de ser bem rápida — Kun diz sério.

Eu apenas concordo com a cabeça, "Vai ser mamão com açúcar" penso comigo mesma, Kun distrai o homem fácilmente que não me percebe saindo do local, andando para trás, eu me aproximo da moça que esperava um ônibus, logo vejo que a mesma procurava algo em sua bolsa, a bolsa não era grande e a carta estava exposta — Já sei! — Me deu um clique de idéia, começo a correr e finjo trombar na mulher desatenta que derruba.

— O céus! Me perdoe! — Digo me abaixando a ajudando pegar as coisas.

A moça logo joga sua mão em direção da carta, porém a mesma estava mais perto de mim, sendo assim consegui alcança-lá primeiro, ela olha para mim com uma aura perdedora.

— Muito obrigada pela Dama de paus — Dou uma leve piscadela para a moça que bufa irritada.

Me levanto e vou em direção de Kun, assim que perto, eu levanto a carta dando uma leve piscadela para o maior

— Por céus acabou o naipe de paus, pensei que esta competição seria mais difícil — Kun não consegue parar de rir.

Eu entrego a carta para o menino que se anima como se tivesse vencido tudo, ele se recompõe girando a cartas em seus dedos fazendo o homem em nossa frete olhar frio para nós.

— Se contente Kun, você sabe que vai começar a dificultar as coisas para o seu lado — O homem ergue um sorriso amarelo - Boa sorte com... — Ele me olha e depois volta sua atenção para Kun — Você sabe quem — Ele ri escandaloso e apenas sai.

— Certo! — Digo séria virando Kun em minha direção — Eu quero saber a verdade agora, quem é você?

Oito de copasWhere stories live. Discover now