I

33 9 0
                                    

Em meio aos aplausos longos vindos de forma calorosa do público, eu me reverencio em forma de agradecimento esperando a cortina se fechar. Desço cansada do palco e caminho calma até meu camarim, sou recebida alegre por meus colegas de trabalho.

— Incrível! Era de se esperar que faria algo grandioso assim — Minha cabeleireira me chama para situar na cadeira a sua frente.

— De fato isso foi esplêndido! — Meu figurinista sorri preparando uma roupa casual.

— Agradeço ambos pelos elogios, mas estou decepcionada com os diversos passos que errei — Balanço negativamente a cabeça — Eu só tinha que fazer uma dança simples, sem passos complexos ou piruetas longas. E fechar a apresentação com um doce sorriso e nem isso me propus a fazer correto — Bufo decepcionada.

— Caso você esforçar-se mais irá cair dura no chão! Você deu tudo de si e é somente isto que importa! — Diz a cabeleireira retirando o último grampo de meu cabelo — Agora vá se trocar e direto para casa mocinha!

Ela diz com um tom totalitário, me levanto sem debater e coloco a roupa separada. Saio do teatro com passos longos, pensando seriamente em desobedecer minha colega de trabalho, sei que sou anos mais nova que a mesma, mas não queria ter de ir para casa agora, entro em uma lanchonete pequena de Seul e peço um lanche, aguardo sentada na mesa quando alguém senta em minha frente.

— Com sua licença, senhorita, perdoe me pergunta, mas você é a Hyeri? — Kun meu amigo pergunta sorridente.

— Eu mesma! — Levanto um sorriso leve para o garoto que era apenas alguns anos mais velhos que eu.

— Sua apresentação de hoje foi fantástica! Algo realmente encantador! — Ele se senta ao meu lado olhando fixo para mim.

— Você achou?! Muito obrigada  — Coço a nuca desconfortável por me lembrar dos erros.

— O que foi?! — O olhar triste do garoto paira meus lábios.

— É que... Eu errei diversas vezes durante a apresentação, isso me chateou em grande escala, entende? — Pergunto abrindo um assunto com o mais velho.

— Não completamente, porém com sua porcentagem de certeza — Ele sorri e se aproxima — Não fique triste! — Kun joga os labios para o lado meramente preocupado — Escolhe uma carta! — Ele sugere pondo um baralho na minha frente.

— Lá vai o mágico Kun novamente! — Me animo um pouco puxando uma carta de seu baralho.

O garoto fecha os olhos levemente e se põe a pensar, depois de um longo suspiro ele abre os olhos e molha seu lábio inferior.

— Seria um oito de copas a carta que a dama em minha frente tem em suas delicadas mãos? — Ele questiona e eu observo minha carta.

— Impressionante como sempre Sr.Qian — Digo  virando a carta e a devolvendo para o mais velho.

— Agradecido — Ele ri e observa o pequeno relógio de pulso em meu braço - Droga tenho que ir trabalhar — Ele se chateia fazendo um leve bico — Até mais Hyeri! - Ele sorri e se levanta.

— Até mais! — Acompanho o mais velho com os olhos até ele sair do estabelecimento.

Recebo meu lanche, o como lentamente observando a pequena tela de meu celular, fuço algumas redes sociais até acabar de comer. Assim que acabo, pago e tomo o rumo para minha casa, o caminho em si era curto, porem meus pequenos passos fazem com que eu chegue meia hora depois. Assim que entro e tranco a porta meu celular vibra me notificando algo, eu pego e destravo o mesmo.

Qian KunKun!
Boa noite bela dama!

Qian KunKun!
Como vai?

You
Boa noite cavaleiro!

You
Extremamente entediada
e você?

Qian KunKun!
Me aprontando para o
término do trabalho

Qian KunKun!
Assunto por celular não é comigo!
estou afim de ir tomar um sorvete
vamos??

You
Claro! Tem uma ao lado do seu trabalho!
Em 15 mintos eu chego, nos vemos lá?

Qian KunKun!
Não tenha dúvida disso!

Eu guardo o celular no bolso novamente
Me levanto do sofá e início uma pequena caminhada até a tal loja, chegando na mesma vejo Kun sentado brincando com algumas cartas, me aproximo da mesa e sento a sua frente.

— Olá! — Digo chamando a atenção do mesmo.

— Boa noite Hyeri, como vai?! — Ele pergunta e acompanha com os olhos meu aproximar.

Ele abre o baralho rapidamente em minha frente e diz para eu escolher uma carta, eu ando um pouco minha mão sobre as cartas e pego uma.

— Ótima escolha! — Ele sorri analisando o fundo da carta em minha mão com cuidado — Você escolheu um oito de copas!  — Ele sorri sabendo que havia acertado — Está carta lhe persegue.

— Você é bom nisto! Digo, como? — mostro a carta a ele, logo tento devolve-la.

— Não! Fique com ela, por favor — Ele pede e eu não entendo — Aceite como uma recordação, ela não quer sair de você, então fique com você.

Eu apenas instalo um sorriso sincero e guardo a carta na bolsa. Eu e Kun conversamos bastante, o tempo voava e nós não percebíamos, o garoto não tirava o sorriso do rosto, e não nego que ele é encantado. Decidimos acabar por ali pois estava ficando muito tarde, eu retorno a minha casa sem confusões, e me arrumo para dormir, por sorte pego no sono rapidamente.
Acordo em meio a madrugada, estranho ter acordado tão de repente, eu me levanto e caminho até a cozinha, aproveito o acordar e desfruto de algumas porcarias, caminho até a sala que estava com a luz apagada e estranho algo brilhando em minha bolsa, me aproximo da mesma largando o pacote de bolacha em algum canto, abro a bolsa e vejo que a carta que Kun havia me dado estava emitindo luz, pego o pedaço de papel que brilhava na cor azul.

— Interessante — Murmuro a mim mesma revirando a carta em minha mão, logo eu levanto.

— Muito interessante, Não é — Ouço a voz de alguém no canto da sala.

Eu olho em direção em que o som veio e me assusto, me afasto de um garoto um tanto quanto peculiar que havia por ali.

— Quem é você? O que faz aqui? — Me desepero um pouco.

— Bem, não se assuste, você me conhece, não tanto, mas me conhece — Ele ri, o sorriso fofo me traz calmaria mas ainda estava desesperada.

O garoto mexe uma carta em sua mão 10 de copas, céus o que a merda deste naipe tem comigo! Ele sorri brincando com a carta.

— Quem é você! — Pergunto ainda andando para trás.

— Lembre desta carta — Ele ri e apenas desaparece de minha visão.

— Mas o que? —  Estava confusa.

— Não te falaram que tudo em um sonho é possível? — Kun aparece em meu sofá — Você gostaria de desfrutar de um show de mágica?! — Kun diz sorridente, e abre um baralho em minha frente.

Eu acordo em um pulo e observo o relógio, nove horas da manhã.

— Céus era um sonho — Digo para mim mesma.

Respiro mais calma e agradeço a Deus por não ter ensaio hoje. Tentarei ter um dia calmo!

Oito de copasWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu