Capítulo 02

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    Logo depois, fui tomar um banho, me vestindo as pressas, peguei minha carteira e a mochila com meu notebook. Desci o lance de escadas rapidamente, já que o elevador do prédio, vivia quebrado. Sai pela portaria, e fui em direção ao centro.  Enquanto caminhava pelas ruas do bairro, observava a miséria, a sujeira e principalmente os seus frequentadores: viciados, traficantes e prostitutas, fazendo as suas coisas, já pela manhã. Nunca fui um exemplo de moralidade, eu usava drogas, as vezes, como um escape do tédio, ou para aumentar o minha capacidade para executar algum trabalho. Mas eu percebi que não era tão diferente deles, estávamos todos no mesmo barco.
    Desci as escadarias do metrô, que estava cheio de pessoas indo e vindo, passei pela catraca, usando o meu cartão e embarquei no vagão lotado, fiquei de pé, mas em 15 minutos, eu havia chegado no centro da cidade. Caminhava entre a multidão sem rosto, com o barulho do trânsito e pelos prédios com os neons desligados.
     Apressado em chegar no meu destino, finalmente estava diante do pub Ravenhood. Segui por um beco ao lado para chegar aos fundos, onde tinha uma porta e uma micro câmera acima dela. Apertei o botão do interfone, e me identifiquei, após alguns segundos, ouvi o clique da porta que se abria. Segui por um corredor mal iluminado, até chegar em uma porta ao fundo, que estava sendo guardada por dois seguranças. Eles me revistaram, e disseram para eu seguir em frente. Entrei no espaçoso ambiente, que durante as noites é carregado pela música, bebidas e drogas. Muita gente frequenta o pub Ravenhood, mas aquela hora, tudo estava em um silêncio profundo.
    Enquanto estava observando o ambiente, o silêncio foi quebrado por passos e uma voz familiar me chamou: - Mark, aqui estou. Me virei e vi que era o Sky Blazer se aproximando até o bar. Não me esqueço de sua aparência extravagante: alto, cabelo loiro e cumprido, barba por fazer, usando um sobretudo com uma camiseta, calças jeans e tênis.
   Acenei com a cabeça e ele fez um sinal com a mão para que me aproximasse e sentasse em um dos bancos, próximo ao bar. Ele observou as garrafas e pegou uma de whisky. Então ele me perguntou: - Me acompanha, Mark? Olhei para a bebida e lembrei dos bêbados, jogados pelos cantos da rua onde moro, com suas garrafas na mão e fedendo a beça . Eu tinha de ficar esperto, para Skyblazer não me enrolar. Logo respondi: - Hoje, eu passo, Sky.
    Logo ele pegou um copo, no qual colocou alguns cubos de gelo, e serviu dois dedos do líquido. Ele tomou o conteúdo em um único gole, fazendo uma careta, e olhou fixamente para mim, dizendo: - Ok Mark, estou pronto, vamos direto aos negócios. Me escute, eu preciso que você invada o sistema de uma pequena empresa, que está sendo uma pedra no sapato do meu cliente. Baixe todos os arquivos que estiverem no servidor e libere o virus que eu vou te fornecer, para infectar e inutilizar o sistema. É um serviço simples, mas precisa ser feito com cautela, não deve deixar rastros. O pagamento é de mil créditos. Te adianto 300 créditos e o restante no fim do serviço. Deve ser executado até o final desta noite . Aceita as condições? Respirei fundo e respondi afirmativamente: - Eu aceito.
    Sky fez um aceno de positivo com a cabeça, puxando um bolo de dinheiro, que estava no bolso interno do sobretudo, e me entregou os 300 créditos em dinheiro vivo. Olhei para as notas e fiquei pensando como elas eram raras nos dias de hoje, já que a maior parte das transações financeira são feitas digitalmente por Crypto Moedas, exceto em situações como essa, para dificultar o rastreamento. Sky parecia perceber o que eu estava pensando e disse: - Dinheiro vivo, é mais de difícil de rastrear, ideal para o nosso acordo. Eu chequei as notas de forma discreta, e eram verdadeiras. Guardei o pagamento no bolso da minha calça jeans e ele guardou o dinheiro de volta no bolso interno de seu blazer. Ele colocou a mão no outro bolso, pegando dois pen drives de alto armazenamento, um de cor azul e o outro vermelho e, os entregou para mim, dizendo com um sorriso no canto da boca: - Neste vermelho está o virus e o azul é para copiar os dados, também, eu já coloquei o endereço do servidor nele para facilitar a operação. Então ele fixou o olhar em mim, e após alguns segundos em um desconfortável silêncio, ele me perguntou: - Você, ficou com alguma dúvida?  Vai dar conta? - Considere isso já feito. - respondi  com um tom confiante. -  Ótimo Mark, se quer ser alguém nesta cidade, tem de ser muito bom no que faz. Você tem potencial, faça esse serviço e coisas maiores virão. - respondeu Sky com um tom sério, como um irmão mais velho, dando os seus conselhos  - Tenho alguns negócios para resolver. Me mantenha informado se algo acontecer. Então ele se levantou e estendeu a mão. Eu repeti o gesto e apertei firmemente a sua mão. Eu não queria estragar tudo, pois a verdade, era que o prazo estava curto, e as exigências eram altas, apesar dele já ter feito uma pequena parte do serviço, porém o pagamento compensava qualquer riscos.

The Christ Hacker: O Hacker De CristoWhere stories live. Discover now