Capítulo 09

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Eu precisava descobrir a verdade, por trás deste esquema, e me vingar de Skyblazer. Já estava passando de um ponto, onde não haveria mais retorno. O movimento em Katakawa, aumentava e logo a noite cairia e as brilhantes luzes de neon, anunciariam as diversões do lugar. Perdido em meus pensamentos, caminhava sem rumo, lembrando novamente do e-mail, que havia recebido pela manhã, falando sobre a verdade. Em seu conteúdo tinha um endereço. Era a rua Trenton 350, no distrito sul de New Chicago. Se tivesse que achar alguma resposta, lá seria o ponto de partida. Me dirigi ao metrô e o horário de pico já se iniciará, a rua estava abarrotada de pessoas indo e vindo. A cada passo, que eu dava em direção ao trem, sentia medo do que poderia encontrar, mas eu tinha de seguir em frente.
Quando me dei conta, já estava descendo as escadas e passando pela onda das pessoas sem rosto indo e vindo, naquele terminal, entrando no trem, com destino ao distrito sul. Naquele momento, havia dado um passo de fé. Achei um assento vago, me sentei, abri a mochila e tirei o meu notebook. Conectei o pen drive com o arquivo do livro, mas por onde começaria a leitura? Lembrei me, quando estava no laboratório de informática do Tatsuya, foi exibido na tela as seguintes letras e os números: JO 3:16. Digitei essa sequência e apertei Enter para iniciar a pesquisa no arquivo. Eu estava com os olhos fixos na tela, então apareceu a seguinte passagem: Jo 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Eu já havia ouvido sobre os fanáticos religiosos e a sua obsessão por um Deus invisível. A opinião em geral era que são um bando de loucos, um atraso ao livre pensamento e progresso, porém ficou as seguintes dúvidas na minha mente: Quem era o filho unigênito do texto? E se realmente, essas pessoas estavam com a razão?
Finalmente, tinha chegado na estação do distrito sul. Sai do trem, a passos apressados, olhei para o relógio e percebi que já era 18hs, duas horas antes do previsto no e-mail, mas eu não estava disposto a esperar. Fui caminhando pelas ruas, atravessando por vários prédios que estavam em ruínas, com vários usuários de drogas, pelos cantos, me observando com suspeita e medo, e o lugar fazia o bairro, onde eu morava parecer um luxo. Após caminhar algumas quadras, cheguei no endereço indicado. Era um prédio muito antigo e para minha surpresa, o ramo de negócio que lá funcionava, tinha muito haver com a velha estrutura: uma loja de antiguidades. Porém, o que uma loja desse tipo, fazia em um lugar como esse? Abri a porta, com um som de sinos, anunciando a minha chegada. Observei o ambiente, que tinha várias estantes, com livros antigos, artigos de decoração, e um lustre antigo acima, fazendo a iluminação do lugar, com um ar rústico e ao fundo, tinha um balcão com vários relógios antigos a mostra e atrás dele um senhor de idade, com um bigode no mínimo curioso, vestindo um terno e gravata. Me aproximei do balcão, e o homem sorriu, me perguntando: Boa noite, o que o senhor deseja? Fixei meu olhar nos olhos daquele homem e respondi: Boa noite. Eu desejo a Verdade! O homem ficou em silêncio, puxando de dentro do seu terno, um relógio de mão muito antigo, anexado a uma corrente dourada. Ele olhou o horário, guardando o relógio novamente em seu vestuario e respondendo me com um tom de voz cordial: - Você chegou antes do horário previsto, e deseja, algo de um valor inestimável... -Então perguntei: Então há um preço a ser pago? O homem respondeu: - Com certeza, mas não é com dinheiro que você pode adquirir isto, até por que alguém já pagou o preço a muito tempo atrás. A exigência, é algo que pode até ser pequena no princípio. Nós chamamos isso de fé, algo raro nos homens, nesta época de trevas e avanços tecnológicos. Minha curiosidade foi aguçada e formulei uma nova pergunta: - Em que ou quem devo ter fé? O homem esboçou uma resposta, quando uma voz familiar, soou de trás de uma porta, tapada por uma cortina transparente, ao fundo. - Samuel, deixe que eu explique a ele. Saindo das sombras, por de trás do véu, era a menina que havia visto no beco. Senti meu coração disparar ao nossos olhares se cruzaram e ela me disse: - Me acompanhe por favor. Segui ela, entrando pela porta com o véu e descemos por uma escada que levava até o subsolo do prédio.

The Christ Hacker: O Hacker De CristoWhere stories live. Discover now