twenty-nine.

4.3K 298 163
                                    

Carolina.

Já estava ficando cansada, quando finalmente resolvemos ir pra casa. Eu e Babi fomos para cima da república e tomamos banho lá, colocando as roupas que eu havia trazido, um moletom rosa claro e uma calça jeans larga, azul.

Enquanto prendo meu cabelo, saio do quarto junto com Babi e vamos pra sala, onde os meninos iam esperar a gente. Vejo que Crusher está esperando impaciente na porta, e Victor também.

-Finalmente! – Victor bate palma, pegando a chave do carro ele dá a partida no carro, e começa a dirigir. O céu já está escuro, por isso ele liga o farol.

-Dorme lá hoje? –Crusher sussurra no meu ouvido.

-Porque? – Pergunto, com um sorrisinho.

-Sei lá, lá fica vazio sem a sua presença, rosa. – Ele explica. Dou um sorriso contido e ele entrelaça a mão na minha. De repente, ele vira o olhar pra mim, na mesma hora que olho para ele. Ele passeia o olhar por todo o meu rosto, de um olhar diferente, na qual ele nunca me olhou, tão profundamente. Ele se aproxima quase imperceptivelmente de mim, fazendo o oxigênio acabar, me deixando ofegante, principalmente com o vapor quente entre nós, aumentando a cada segundo.

Ele olha nos meus olhos, fazendo uma onda eletrizante ligada em todo meu corpo passar da cabeça aos pés. Quando me dou conta, meu rosto já está uns sete centímetros do dele. Dou um último olhar antes de fechar os olhos, de tão perto que estamos. Sinto o nariz dele no meu, e já dá pra sentir o calorzinho da nossa respiração, mas...

-Bora Carolina! – Babi grita, mas quando olha pra mim, percebe o que atrapalhou. Ela coloca a mão na boca e soletra um "desculpa" em mudo. Olho para frente, e estou no meu apartamento. Já?! Não queria dormir aqui, e eu cheguei rápido demais!

Dou um último sorriso para Crusher e ele devolve outro, passando o banco da frente. Saio do carro e entro no prédio junto com Babi, que assim que chega no quarto, desaba na cama.

Crusher.

-Crusher, você é otário, beijar a mina num carro? O primeiro beijo de vocês?! – Victor me dá um sermão enquanto dirige até meu apartamento.

-Eu já esperei demais! Olha só aquele desgraçado do maiô dela, teve certas coisas que ficaram mais duras do que já são...

-Argh, credo Crusher! – Victor me interrompe.

-Ela é capaz de me fazer gozar só com uma roupa Victor, só com uma roupa! – Passo as mãos no cabelo de nervosismo.

-Certo, me poupe do seu desejo sexual agora, ok? – Ele diz, fazendo a expressão de vômito.

-O pior, é que as outras garotas que eu já comi, nunca, nunca me fizeram desejar tanto e imaginar tanto elas em cima de m...

-Caralho Crusher, tá bom! – Victor grita, e eu me permaneço em silêncio. –Chama ela pra sair, pronto. –Ele diz.

-Ah, claro, muito fácil. – Ironizo.

-É sério, convida ela pra um jantar, sei lá.

-Jantar? – Dou risada. Isso parece muito brega quando se fala da Carolina, Carolina Voltan. Victor para na frente do meu apartamento, me despedindo e saindo.

-Do que ela mais gosta?

-Milk Shake de chocolate Belga. – Respondo.

-Pronto, leva ela pra tomar um Milk Shake em algum lugar! – Ele finaliza. Coloco as mãos dentro do bolso da bermuda e espero ele ir embora, confirmando a ideia dele com a cabeça.

Passo a chave e abro a porta, me jogando em cima da cama. Que dia cansativo, muito cansativo. Depois de um tempo jogando e colocando alguns trabalhos em dia, suspiro de tédio, e fico pensando numa forma de chamar ela pra sair.

É incrível como o apartamento fica vazio sem ela, como se não tivesse graça nenhuma, e eu não tivesse motivo pra morar aqui.

Depois de horas entediado, finalmente crio coragem pra ligar pra ela.

-Crusher, são uma da manhã. – Ela começa a ligação me avisando.

-Desculpa rosa, eu só queria te falar boa noite. – Minto, criando coragem pra tocar no assunto.

-Ok, boa noite então... – Ela diz. –Sabia que é meio desconfortável te chamar de Crusher, ou Arthur?

-O quê? Rosa, você não gosta de mim? – Finjo drama. Tenho certeza que ela revirou os olhos agora, e teria me dado um tapinha se estivesse aqui.

-Não é isso! – Ela dá uma pausa para explicar. –É que você vive me chamando de rosa por um motivo... e eu fico meio sem graça de te chamar de Crusher, só porquê é seu nome.

-Mas Crusher é um apelido!

-Todo mundo te chama de Crusher. – Ela diz. –Não queria ser todo mundo. – Ela diz, com a voz um pouco mais séria. Um minuto de silêncio se vai na chamada, e eu dou um sorriso enorme.

-Então, você acha que eu te chamo de rosa por um motivo?

-Deve ser! Afinal, você falou, é porque tenho espinhos. – Ela diz.

-Não foi por causa disso... – Dou risada. –É só olhar no significado: "A rosa simboliza a perfeição, o amor, o coração, a paixão, a alma, o romantismo, a pureza, a beleza, a sensualidade, o renascimento e, de acordo com sua cor, pode simbolizar a lua, o sol ou o fogo" – Eu digo. Olho para o número de minutos que estamos conversando, e os segundos passam em silêncio, sem ela dizer nada.

-Crusher...

-Rosa, você quer sair comigo? – Pergunto, meio arrastado, antes que ela diga qualquer coisa, sobre a possível e óbvia declaração que acabei de fazer.

-Oi? – Ela ri. –Ai, desculpa, claro, eu vou, vou sair com você. – Ela diz.

-Tá! Vou te pegar ás... 4 horas da tarde. – Confirmo com ela, e comigo mesmo.

-Ok, pra onde a gente vai?! – Ela pergunta, animada.

-Hum, é surpresa rosa. – Eu digo.

-Como eu vou saber com o que ir?! – Ela pergunta.

-Não precisa, você fica linda com qualquer coisa, e não é nada formal. – Eu digo, sorrindo levemente, enquanto arrumo minhas coisas pra ir dormir, com o celular no ombro.

-Ah. –Ela dá uma risadinha. Só depois, acabo me dando conta de que chamei ela de linda. Mas não estou mentindo sobre nada, tô dizendo a verdade.

-Ok, boa noite rosa. – Eu digo, abaixando o tom de voz. Em situações aqui, se ela estivesse do meu lado, teria se arrepiado na hora, porque sei o quanto causo efeito sobre ela, sei como o corpo dela reage com certas coisas que faço.

-Boa noite, art. – Ela diz, com uma voz mais doce do que o normal. Porra, imagina essa voz enquanto eu met... –Crusher? – Ela pergunta, depois de segundos de eu não ter respondido, pensando em milhares de formas de eu implorar para que ela diga aquilo, enquanto fazemos coisas indevidas.

-Art? – Eu repito, com um sorrisinho mordendo a língua.

-Se não gostou, azar o seu, eu vou te chamar mesmo assim. – Ela diz.

-Não, não! Eu amei, art, art é legal. – Passo as mãos no cabelo, mordendo meu lábio inferior.

-Tá, beijos, vou dormir, até amanhã! – Ela diz.

-Beijos. E eu tô com saudade. – Faço questão de mencionar.

-Saudade?

-É, de você aqui. – Eu digo. Corando internamente por ter falado isso. Ela fica em silêncio alguns segundos, mas dá um suspiro junto com um sorriso.

-Eu também. – Ela diz.

-Você podia dormir aqui amanhã. – Eu digo.

-Podia..., mas você não acha que eu já virei hóspede daí? – Ela ri.

-Não. – Respondo. –Amanhã, 4 horas. – Finalizo. Ela murmura um "uhum" e desliga.

Its You | Volsher. [Concluída]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora