four.

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Depois que uso o banheiro, vou correndo lá para baixo, e assim que chego na sala junto com Babi, olho para o relógio. São meia noite, e meu corpo já está mole de sono e cansaço. Olho para Babi e ela parece bem entusiasmada, então decido não reclamar do horário. Vou até a cozinha e provo um corote de pêssego, voltando na sala e me sentando junto com os outros.

-Eae Carol, é a primeira vez que vai em uma festa? - Mob diz, ao ver meu entusiasmo em beber. Ele e GS começam a rir, e eu mostro a língua.

-Não, mas é a primeira que bebo. - Digo, rindo.

-Oloko Coringa, levando a mina pro mal caminho?! - Ele diz, e os dois começam a rir de novo.

-Ela bebeu porque ela quis, mas não exagera não viu Carol? - Ele diz, arqueando a sobrancelha ao ver minha postura meio desajeitada, por conta do álcool. Faço que sim com a cabeça, indo até a cozinha pegar mais um copo de corote.

Já devo ter experimentado todos os sabores, mas nem lembro.

-Aí está ele! Aonde é que estava sumido? - Mob e GS se levantam para cumprimentar alguém. Quando forço a vista, vejo que é o mesmo garoto idiota na qual esbarrei alguns minutos atrás.

-Pegando algumas, sabe como é né? - Ele diz, alargando a camiseta e ajeitando o cabelo. Reviro os olhos e ignoro, dando mais um gole da minha bebida.

-Crusher, essa é a Bárbara, e essa Carolina. - Victor nos apresenta. Quando ele passa o olhar por mim, seus olhos se arregalam levemente e ele dá um sorriso maldoso.

-Ahhh, então é você, rosa! - Ele move a cabeça lentamente, me olhando de cima a baixo, com um sorrisinho estampado na cara. O fato de ele me chamar de Rosa me deixa super irritada. Como se qualquer estranho que eu conhecesse pudesse me chamar de Rosa!

-Então é você, Crusher. - Digo, exprimindo os olhos e mostrando a língua. Ignoro os outros rindo ao redor, e me levanto, percebendo o quanto bebi, e segurando meu equilíbrio até a cozinha. Quando acabo de despejar mais uma dose de corote no copo, me viro e esbarro em Crusher, deixando o líquido escorrer em toda a minha blusa branca.

-Seu filha da... - Digo, observando a camiseta suja. Olho para ele e dou um tapa em seu ombro, e o mesmo ri.

-Não foi nada, olha só... - Ele olha contendo um riso. Dou mais alguns tapas em seu ombro, e paro para tentar pegar um pano na pia, mas sem querer, esbarro mais uma vez em uma garrafa, que suja minha camiseta mais ainda, e a saia também. Crusher gargalha da minha cara, e eu fico boquiaberta com o estrago que fiz.

-Rosa, você é muito burra... - Ele ri. Rendida, me sento na ponta da escada e apoio o rosto com o cotovelo, suspirando de cansaço. Quero ir embora, literalmente. Crusher se senta do meu lado na escada, e fica me encarando.

-É só uma camiseta. - Ele diz.

-Não é só uma camiseta! - Olho pra ele. -Eu molhei ela por sua causa. - Me viro de novo.
-Foi mal, oh. - Ele diz, revirando os olhos. Fica olhando pra frente com um olhar estranho. Seus olhos castanhos se abaixam, e sua boca se contrai.

-O que foi? - Pergunto.

-O que foi o que? - Ele desvia o olhar e olha pra mim. Uma efervescência surge na minha barriga, e eu desvio olhar coçando a nuca. Porque é que estou tendo essa coisa eim? Nunca fui de repara na cor dos olhos dos outros, mas a dele é castanho, castanho escuro, porque eu reparei. Porque eu reparei? Estranho. Não vou mais fazer isso, tenho parar.

-Sei lá, você está com essa cara estranha. - Digo, sem olhar pra ele. Ele solta uma risadinha abafada.

-Preocupada comigo, rosa? - Ele diz, num tom de voz baixo e lento. Se eu estivesse olhando pra ele agora, a sensação viria de novo, mas agora, quem está fazendo o efeito estranho na minha barriga é a voz dele.

-Não! - Faço uma cara de incrédula para ele. Começa a tocar "Tchau Amor" do G15 e MC Jhonny, e vejo todo mundo dançando em par. Quem dança funk em par? Que ridículo. Vejo Babi e Victor indo á pista enorme de dança, e fico sentada, apenas olhando os dois bonitinhos dançarem.

Its You | Volsher. [Concluída]Where stories live. Discover now