Era uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida iria mudar de cabeça para baixo.
Com o luto não vem apenas a tristeza, vem a raiva, vem a negação, vem a dor profunda. O silêncio, o silên...
— Não joguei sujo, você que não prestou atenção no zumbi.
— Não foi justo!
— Ah vamos, pare de chorar.
— Não quero mais jogar essa porcaria.
— Quer pedir uma pizza? Tô com fome. — Peguei meu celular, Mateus se deitou ao meu lado no chão, olhando a tela do smartphone.
— Pede uma de queijo. — Apontou para a tela. No mesmo minuto que uma mensagem de Dulce apareceu:
Dylan me beijou.
Abri minha boca surpresa, Mateus ao meu lado, puxou a mão para trás, a mensagem subiu novamente para a barra de notificações.
Aí, merda.
— De queijo né? — Perguntei tentando afastar o silêncio desconfortável.
— Tanto faz, vou colocar um filme. — Se levantou apenas para se jogar na cama, apagando a luz.
Maneiro.
Respondi para Dulce, e pedi a pizza.
— Vamos assistir o que?
— Homem aranha. — Ficou em silêncio, emburrado, procurando o filme.
— Homem aranha é sobre o que?
Mateus me encarou como se eu fosse uma completa idiota.
— Sobre uma joaninha que tem dengue e foi atrás de uma pulga afogada pra marcar casamento.
— Imbecil.
— Sobre o que você acha que é homem aranha, Lorena?
— Sei lá merda, nunca vi homem aranha.
Me deitei na cama e puxei a coberta.
Vinte minutos pra pizza chegar.
— Você não tem cultura. — Mateus resmungou.
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°•Dulce Maria•°
— Dylan cuidado! — Tento o avisar. Porém foi tarde demais.
Dylan tenta parar os patins, mas não funcionou muito, já que ele deu de cara no vidro e caiu sentado no chão resmungando de dor.
— Como você me trás para esse lugar, se não tem nem ideia de como patinar no gelo? — Paro na sua frente. Ele levanta a cabeça me encarando com sua mão tampando seu nariz.
