a ida

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talvez eu tenha me deixado ir
talvez eu tenha despencado do ápice do refúgio
mas talvez eu ainda esteja aqui
perambulando as lembranças
e inventando o abandono;

a verdade é que o irreal
é sinônimo de sanidade
a lápide se torna
a cama aconchegante
e o triunfar do desespero
bem mais que ideológico;

a alma lá fora rege
enquanto a ausência do espaço é eficaz
as lâmpadas são apagadas
e a vida se vai
ou a origem retorna
cabe a ti a escolha;

os céus são abertos
e minhas mãos rasgadas
o devaneio
é privilégio de sua pele intocável;

o último pingar é desfeito
e por ironia ou coincidência
a garganta seca
e os pulsos se vão.

daydreamsWhere stories live. Discover now