Capítulo 22

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Depois da visita à associação, percebo que Susana ficou ainda mais carinhosa comigo, e mais ciumenta também.
Katy me liga logo pela manhã, acordando Susana e eu.
— Alô — respondo sonolento ao quarto toque do celular.
— Gustavo, pode vir para a revista? — Pergunta sem dar detalhes.
— Katy, hoje é sábado — respondo contrariado, enquanto Susana me olha franzindo a testa.
— Eu sei, mas já preparei tudo. O fotógrafo chega às onze, dá tempo de você levantar, tomar café e avisar a Susana. Por favor! — ela pede como uma menina mimada.
— O fotógrafo? Do que está falando? — Pergunto sem entender nada.
— Lembra das fotos que pedi para você fazer, Gustavo? Preciso concluir a matéria do príncipe e não vai dar tempo se deixar pra fazer a semana que vem. Não seja maldoso comigo — suplica.
— Está bem, Katy, eu vou. Ou melhor, nós iremos — concordo, vencido pelo cansaço.
— Obrigada, Gu. Não se preocupe com nada, só compareça, beijos — ela diz eufórica deligando em seguida.
Olho para Susana que me fita com um ponto de interrogação enorme nos olhos.
— Então, o que foi isso? — Questiona, antes que eu consiga explicar qualquer coisa.
— A Katy quer fazer as fotos hoje. Quer que estejamos na revista às onze. Logo hoje, que eu queria curtir você um pouco mais — falo desanimado.
— Não gosto nada da ideia de ficar expondo meu homem. Esse príncipe já tem dona — Susana diz me agarrando.
— Ah é? Já tem dona? — Pergunto brincando.
— E não tem? — Indaga furiosa me dando um tapa no braço.
— Opa, mocinha, calma aí — sorri com seu jeito dominador — Claro que já tenho dona.
— Acho bom — diz fazendo bico.
— Eita, que mulher ciumenta — brinco a abraçando forte.
— Não é ciúme, é cuidado. Afinal, homens como você estão extintos e não quero essas golpistas dando em cima do que é meu — fala me olhando sério.
— Está bem, mas você foi a primeira a dar asas à imaginação fértil de Katy, lembra? — Pergunto deixando-a sem saída.
— Sim, mas você ainda não era meu — responde.
— Sempre fui seu, você que ainda não era minha, mocinha marrenta — respondo a fazendo sorrir.
— Então vamos levantar, porque se continuarmos aqui eu acabo convencendo você a não ir — diz se levantando.
Eu a agarro e a encho de beijos, envolvendo-a em meus braços, enquanto ela esperneia fazendo charme.
Tomamos banho e fazemos amor. Ela se arruma, fazendo questão de ficar belíssima. Como já tinha algumas trocas de roupas minhas na casa de Susana, coloco um terno cinza e uma gravata azul escuro. Sorrindo, ela me olha e beija suavemente os lábios.
Em menos de meia hora chegamos à revista, antes mesmo das onze e, logo que entramos no estúdio, Katy vem ao nosso encontro.
— Nossa, Susana, você está maravilhosa. Esse vestido branco te deixa reluzente, sua pele ficou ainda mais bonita e esse decote é muito sensual — Katy elogia Susana, que sorri.
— Obrigada, querida! Depois iremos almoçar na casa dos pais de Gustavo e quero causar boa impressão — responde Susana.
— Pelo jeito, você vai causar uma ótima impressão nos sogros — Katy fala sorrindo e nos fazendo sorrir pelo seu jeito espontâneo.
— E aí, gente, vamos começar? — Pergunta o fotógrafo.
— Vamos, preciso terminar isso logo — respondo.
O cenário era digno de um rei, com uma poltrona em madeira, muito parecida com um trono, revestida com veludo vermelho, e atrás há uma grande tela com a imagem de uma sala semelhante a dos castelos do século dezesseis.
Me sento e Henrique começa a fotografar. Depois de ter feito algumas fotos comigo sentado, ele pede para me levantar e colocar as mãos no bolso, mudando a tela ao fundo para uma imagem da Avenida Paulista.
— Tive uma ideia — diz Susana.
— Qual? — Perguntou Katy, curiosa.
— Volte a imagem da sala monarca, Henrique — Susana pede e ele a atende prontamente.
Ela mesma arrastou a pesada poltrona de volta ao meio do cenário e me pede para sentar e senta-se em meu colo.
— Tire algumas fotos assim — pede a Henrique.
Ele assim o faz e começa a clicar, enquanto eu a olho segurando seu queixo. Depois me fez beijar-lhe o pescoço, levando a cabeça para trás. Ela então se levanta e me pede para levantar.
— Eu vou me sentar e você se ajoelha beijando minha mão. Henrique, quero alguns cliques assim, entendeu?
Assim foi feito e, particularmente, eu estava adorando satisfazer suas vontades, só não tinha ideia do que ela queria fazer com essas fotos.
— Você já tem tudo que precisa, Katy. O nome de sua matéria será "Esse príncipe do mundo real já tem dona" — Susana pontua, sorrindo, após terminarmos.
— Sim, senhora — Katy fala sorrindo e olhando para mim.
— Agora que as duas conseguiram o que queriam, podemos ir, Susana? — Pergunto sorrindo e envolvendo-a pela cintura.
— Vamos, sim, meu amor — responde me beijando, deixando Katy desconfortável com a cena que, na minha opinião, foi feita para confrontá-la.
Elas sorriram uma para a outra, sarcasticamente, e saímos em seguida. Já no carro, Susana mordia o lábio e seu semblante era estranho, como se estivesse nervosa.
— O que foi, minha linda? — Pergunto enquanto dirijo, tentando prestar atenção nela e no trânsito.
— Não gosto do jeito que Katy olha pra você.
— O quê? De onde tirou isso, Susana? — Indago.
— Vai por mim, Gustavo, mulher pressente quando outra está querendo o que é nosso — responde me fazendo sorrir.
— Ela pode até querer, mas só você pode ter. Sou seu, minha linda — respondo beijando sua mão.
— Se ela continuar, eu a coloco no olho da rua. Que menina inconveniente, aff! — Diz bufando.
— Só não seja injusta, meu amor. Ciúmes cega a gente, cuidado — digo na tentativa de fazê-la recobrar a sensatez.
— Por que você acha que estou sendo injusta? Acha que meu ciúme está me fazendo enxergar coisa onde não tem? — Pergunta, já em tom de discussão.
— Não, meu amor, só estou querendo fazê-la entender que nem sempre é o que parece.
— Eu sei que vocês transaram, Gustavo, e não seria difícil ela ter se apaixonado por você — lembro-me da minha loucura.
— Mesmo assim, acho que exatamente por saber disso é que você está vendo coisa que não existe. Isso é ciúmes. Vamos dar tempo ao tempo para ver se suas suspeitas são válidas, aí você faz o que achar melhor. Pode ser, minha marrentinha? — Pergunto e ela que cruza os braços com raiva.
Chegamos na casa de meus pais e Susana foi a sensação da tarde. Minha mãe fazia tudo para agradá-la e as duas eram só elogios. Fomos embora depois do almoço, mas Susana preferiu ficar sozinha e, para não discutir, fui para meu apartamento. Está certo que todo mundo precisa de privacidade, mas espero que ela não repense sobre nosso namoro, porque não quero perdê-la.

O Jogo do Amor  - Tudo pra Conquistar minha ChefeWhere stories live. Discover now