Capítulo 2

1.2K 86 0
                                    

O dia estava bastante agitado, pois não esperávamos receber uma das maiores modelos da Europa, mas assim que Susana chamou, ela veio.
— Como você conseguiu que ela viesse fotografar? — indaguei Susana, assim que desligou o telefone.
— Ela está no Brasil, veio comigo da Itália — falou da forma mais natural.
— Vocês são amigas? — Perguntei absurdado.
— Somos, sim. Eu a ajudei algumas vezes e acabamos ficando amigas — respondeu sorrindo com certo mistério. — Agora vamos dar um jeito no estúdio, ela odeia atrasos.
Nos levantamos e saímos. A tarde passou rápido e Isabela Lavini foi recebida com toda pompa e circunstância por todos da revista. Era fácil perceber a intimidade entre ela e Susana, que riam de tudo, recordando momentos que só elas entendiam, enquanto nós boiávamos.
No final da tarde voltei para minha sala e meu telefone estava tocando, mas parou quando cheguei perto. Assim que sentei na cadeira meu celular tocou, o peguei no bolso e vi o número de Lorenzo no visor.
— Oi Lorenzo.
— Gustavo, meu filho, acabei de ligar na sua sala — ele disse impaciente.
— Entrei na sala e quando me aproximei para atende-lo, o telefone parou de tocar — expliquei.
— Sem problemas, essa revista hoje deve estar uma loucura. Só liguei para avisá-lo que o quero aqui em casa hoje. Teremos um jantar para dar boas-vindas a Susana, você vem? — Perguntou.
— Claro, vou sim — respondi sorrindo.
— Ótimo, eu o aguardo mais tarde então — disse, desligando em seguida.
Não adiantaria muito eu dizer que não iria porque Lorenzo não é de aceitar recusas e, além disso, quase nunca se aproxima de funcionários.
Terminei de fazer o que precisava e passei na sala de Susana, que estava de óculos de leitura, focada na tela do computador. Ela conseguia ficar ainda mais sexy de óculos e com o cabelo preso por uma caneta.
Assim que me percebeu, ela levantou os olhos por cima dos óculos e fez sinal para que eu entrasse.
— Só passei pra me despedir, já estou indo — disse, da porta mesmo, tentando não pensar em sexo.
— Ah, claro! Te vejo à noite em casa? — Perguntou sorrindo e me encarando.
— Sim — respondi monossilabicamente, pois era tudo que eu conseguia no momento.
— Está bem, então, até mais tarde! — Falou mexendo o pescoço, como se estivesse tensa. Se ela soubesse o quanto eu queria fazê-la relaxar.
Fiquei vidrado nela, mas assim que ela abriu os olhos, me olhou com curiosidade.
— Você não estava indo? — Perguntou.
— Ah! Sim, claro — respondi sem jeito e fechando a porta.
Essa mulher me descontrola, preciso evitar ficar perto dela. Na volta para minha casa, enquanto pensava nela, quase bati o carro.
Assim que cheguei em casa, tomei um banho gelado, meus testículos doíam de vontade de gozar, qualquer homem no meu lugar, ligaria para alguém para se aliviar. Quem não tem uma pessoa para sexo hoje em dia? Mas, eu não sou esse tipo de homem, não coleciono transas, prefiro ser amado e amar todos os dias a mesma mulher. Ainda acredito na conquista e no felizes para sempre, mesmo que esteja difícil, tanto para o homem quanto pra mulher, encontrar alguém que queira algo sério. Hoje em dia está tudo muito estranho, os valores se perderam e quando falo sobre isso com as mulheres, a grande maioria acha que só estou querendo leva-las para a cama. Algumas nem me atendem mais, outras me usam para o sexo e nunca mais atendem. Onde essas mulheres estão com a cabeça? Nasci na época errada.
Depois do banho, peguei um terno preto, uma camisa rosa bem clara e uma gravata cinza, passei perfume e arrumei o cabelo, o que normalmente mais demorava porque comecei a usar um corte mais moderno e dava trabalho fazer o topete, mas ficava bonito.
Me olhei no espelho e gostei do que vi. Onde será que eu estava errando? Por que as mulheres não me levavam a sério? Sou bonito, culto e rico, um verdadeiro príncipe, não entendia mesmo. Acho que hoje em dia elas preferem o tal de lobo mal, que as come, engana, ilude e depois as abandonam por mais uma conquista.
Peguei as chaves da minha BMW e saí. Ao chegar na casa dos Camato, logo pude perceber que estava cheio de carros, estacionei e entrei. Lorenzo foi o primeiro a me avistar quando entrei em sua enorme sala.
— Gustavo! — gritou contente.
— Lorenzo! — disse o correspondendo no abraço cordial.
— Vamos lá para o fundo, esta casa hoje está abarrotada de jovens, amigos de Susana que há muito tempo não a viam. — Lorenzo disse sorrindo, nunca o tinha visto tão animado assim.
Quando chegamos no grande quintal, estava todo iluminado, com mesas ao redor da piscina e uma tenda com alguns bartenders que estavam fazendo coquetéis e drinks para todos. Era de se esperar que um jantar se tornaria uma festa.
— E aí, Gustavo, o que vai querer beber? — Lorenzo perguntou a nos aproximarmos da tenda.
— Não posso beber nada alcoólico, estou dirigindo Lorenzo.
— Que isso rapaz, se divirta. Qualquer coisa meu motorista te leva, de vez em quando precisamos nos deixar levar — falou como se eu fosse o velho ali.
— Tudo bem então, quero um absinto — respondi para o rapaz que esperava para me servir.
— Divirta-se! — Ele disse e se afastou em direção a esposa que o chamava.
Fiquei sozinho e comecei a observar tudo, não tinha visto Susana ainda, a festa estava animada e um DJ tocava algumas músicas eletrônicas, foi então que senti uma mão em meu ombro e olhei para trás. Quando a vi meus olhos brilharam, ela estava com os cabelos soltos, maquiagem suave e um vestido curto dourado, tudo em sua volta estava iluminado.
— Oi certinho — ela disse sorrindo, já demonstrando um pouco de embriaguez.
— Oi Susana, linda festa! — tentei ser amável.
— Obrigada Gustavo, vê se deixa de ser careta hoje e tenta se divertir — ela falou como se me conhecesse.
— Por que acha que sou careta? — Perguntei sem entender, já que não passamos tempo suficiente juntos para ela saber como sou.
— Todo mundo que me fala de você passa esse seu lado, até meu pai te acha sério demais — falou sorrindo e o olhar débil.
— As pessoas que falaram com você só conhecem meu lado profissional, não vale para descrever minha personalidade — respondi tentando ser mais descolado.
— Sei — ela disse me pegando pelo braço — Vem comigo.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, saiu me puxando para a pista de dança e, chegando lá, ela olhou para o DJ, que rapidamente trocou a música que tocava por uma balada dos anos noventa, Via das Nevoas.
Ela dançava, sensualizando, me olhando como uma verdadeira predadora. Fui ficando cada vez mais excitado a vendo dançar, mas aguentei firme dançando com ela e nem percebi a pista sendo lotada pelos convidados.
— Vem comigo, senhor certinho, vamos ver se realmente sabe se divertir. — Ela falou em meu ouvido e cheguei a sentir meu pênis endurecer.
Como se eu estivesse sonhando, ela me levou para um corredor dentro da casa e me beijou de um jeito louco e sensual. Olhei para ela e percebi que era mais uma daquelas que só querem sexo, então me afastei e a encarei.
— Por que parou? — Ela questionou me olhando com raiva.
— Susana, não sou o tipo de homem que está acostumada, prefiro ser careta mesmo — respondi, dei-lhe as costas e saí da festa.
Para minha sorte, pela quantidade de convidados, consegui passar despercebido, sem ser interpelado por Lorenzo e a esposa.
Quando entrei no carro, não acreditava no que tinha acabado de fazer. Que homem em sã consciência deixa de comer uma mulher daquelas? Meu medo era me apaixonar porque enlouquecido por aquela mulher eu já estava, mas se me apaixonasse, aí sim, ia me foder. Cheguei em casa e fiquei no cinco contra um, pensando naquela mulher deliciosa.

O Jogo do Amor  - Tudo pra Conquistar minha ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora