Capítulo 8

818 54 1
                                    


Assim que chego na empresa, Susana se ilumina e eu fecho a cara. Queria dar na cara dela e ao mesmo tempo tê-la em minha cama. Como posso odiar alguém que me excita tanto?
— Bom dia, Gustavo! Como passou a noite? — Susana pergunta sorrindo de maneira maliciosa.
— Foi uma noite peculiar, mas esquecível — respondo sem dar importância ao que ela diz.
Neste momento, Katy entra na sala.
— Com licença, aqui estão as respostas de Rodrigo, achei que quisesse ler antes de fechar a matéria — diz Katy entregando o papel nas mãos de Susana.
— Ah, que ótimo! Acho que deveria ler Gustavo, quem sabe aprende a ser um homem de verdade — Susana diz em meu ouvido e me entrega o papel.
— Prefiro não me deixar enganar. Se gosta deste tipo, o problema é seu — falo entre os dentes, com raiva, e sai da sala deixando o papel em cima da mesa dela.
— Imbecil. — Susana grita ao me ver sair.
Vou direto para minha sala e ligo para Edu.
— O gay, quer ir beber hoje? — Pergunto sorrindo.
— Claro que sim. O que acha de irmos acompanhados? — Pergunta me fazendo lembrar de Ana Paula.
— Opa, está combinado. No Osvaldinho? — Pergunto.
— Sim, às seis e meia, te espero lá — responde desligando em seguida.
Trabalho o dia todo e nem sinal de Susana. Às seis horas, entro no elevador para ir à sala de Ana Paula e quando chego ao andar e a porta se abre, ela já aguardava.
— Oi, meu lindo — me cumprimenta sorrindo.
— Oi, minha linda, vim buscar você — falo enquanto ela entra no elevador.
— Me buscar? Vamos a algum lugar? — Pergunta curiosa e, antes que eu respondesse, o elevador se abre no andar debaixo.
Susana entra e nos olha com cara feia. Finjo que não me incomodo e continuo.
— Vamos a um happy hour agora, com um casal amigo meu — explico.
— Está bem. Vamos direto daqui? — Ela pergunta se aproximando mais de mim.
— Sim, algum problema? — Pergunto.
— Não, nenhum — respondo sorrindo.
Saímos do elevador e a levei para o carro. Susana nos olha pela última vez e em seguida saímos da garagem, rumo ao bar do Osvaldinho.
Quando chegamos no bar, Edu já nos aguardava e ao lado dele estava sentada uma moça muito bonita, loira, cabelos curtos e lisos, baixinha e magra, com um sorriso encantador.
— E aí, Edu? — Cumprimento-o  abraçando com carinho.
— Oh meu amigo. Pelo jeito, trouxe a namorada? — Edu pergunta com um sorriso malandro.
— Essa é Ana Paula — a apresento a Edu.
— Oi Edu — diz Ana Paula, sorridente.
— Esta é Bela, minha amiga — diz Edu nos apresentando sua acompanhante.
Nos sentamos e começamos uma agradável conversa, estava tudo maravilhoso. Pouco depois, Bela e Ana Paula já estavam conversando entre si, enquanto Edu e eu jogávamos bilhar.
Duas horas depois que chegamos, elas foram ao banheiro e ouvi o celular de Ana Paula tocar e quando eu cheguei perto, percebi que era toque de mensagem. Peguei o celular para levar até ela e, sem querer, acabei apertando o botão que mostrou a mensagem.
E aí? Tudo indo bem aí? Vê se leva ele pra cama e nada de se apaixonar, hein. Quero que o abandone assim que transar com ele. Vamos ver até onde vai essa de príncipe. Boa sorte!
Fico sem reação quando vejo que a mensagem tinha sido enviada por Susana. Penso em acabar com a gracinha das duas, mas apago a mensagem e coloco o celular no lugar.
Susana foi longe demais! Ela realmente não acredita nos homens, mas vou pagar na mesma moeda, ela vai ver do que eu sou capaz.
Elas retornam do banheiro e começo a ser ainda mais amoroso com Ana Paula, que sorria contente o tempo todo e já passava das nove quando saímos do bar. A levo para meu apartamento e ofereço vinho, ela estava nitidamente nervosa.
— Você está bem, Ana Paula? — Pergunto fingindo preocupação.
— Sim, porquê? — Ela retruca com outra pergunta.
— Nada, só estou te achando meio nervosa. Você não precisa fazer o que não quer. Não é por que viemos para meu apartamento que é obrigada a fazer algo — explico calmamente, me sentando ao seu lado.
— Gustavo, eu preciso te dizer algo e não sei como vai reagir — ela fala pausadamente, como se estivesse com medo.
— Ana Paula, a única coisa que inocenta alguém é a sinceridade, a verdade não encontra culpados — retruco tentando fazê-la entender que se contasse tudo eu a perdoaria.
— Gosto muito de você, aprendi a respeitar e admirar seu jeito, você é um homem diferente de todos que já conheci — ela começa e seus olhos marejaram — Não sei o que acontece entre você e Susana, mas ela nos viu conversando, aquele dia que te contei sobre meu ex noivo, e me fez uma proposta. Eu aceitei, mas não conseguirei cumprir, não com alguém como você. Você é sensível e um príncipe de verdade, não merece outra decepção.
— Do que está falando, Ana? — Pergunto como se não fizesse ideia do que ela falava
— Ela quer que eu transe com você e que depois o humilhe na frente de todos, para provar que você é um imbecil e não tem nada de príncipe. Ela quer te ver revoltado. Não tenho ideia do porquê, mas ela disse que se eu não fizesse ela me demitiria. Não sei o que fazer, mas prefiro perder meu emprego a magoar um cara tão bom quanto você, afinal você foi a pessoa que me confortou depois do que passei e não merece isso — ela diz vendo meu semblante modificar.
— Eu já sabia de tudo isso, Ana, só queria ver se teria coragem para isso. Eu não tenho raiva de você e, na verdade, entendo o porquê aceitou, emprego está muito difícil. Estou apaixonado por Susana, mas ela não sabe disso e nem vai saber. O que ela quer fazer comigo, eu vou fazer com ela. Se ela quer um cafajeste, ela vai ter — diz com raiva.
— Isso mesmo, faça ela se apaixonar pelo que você é e só conseguirá isso a usando e descartando, até acho que ela gosta de você, porque vive dizendo que não é para me apaixonar por você, e que você é dela — Ana Paula diz me surpreendendo.
— Ana, vou te levar embora e você vai dizer a ela que não conseguiu, pois eu confidenciei que ainda amo minha ex namorada. Pode fazer isso? — Pergunto.
— Sem problemas, sei ser convincente. Me perdoe por tudo isso, queria muito estar apaixonada por você, mas quando vi a maneira como vocês se olhavam, percebi que estavam se gostando e me segurei. Você é um homem que não se vê mais hoje em dia, conte comigo sempre como sua amiga — ela diz se levantando do sofá.
A levo embora e vou para casa, daria tudo para estar ao lado de Susana quando ouvisse que seu plano não deu certo. Ela vai se arrepender de querer me humilhar, ah vai!

O Jogo do Amor  - Tudo pra Conquistar minha ChefeWhere stories live. Discover now