PLANO AMSTERDÃ (PARTE I)

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- Quando a gente sair daqui, eu vou te comprar todos os sorvetes que você quiser.

- De banana? - eu o olhei animada.

- Do que você quiser.

Eu dormi em uma sala com o Berlin, não demorou para que a gente dormisse e menos ainda para sermos acordados.

- Vamos acordar, meus queridos! - Palermo falou gritando abrindo a porta.

- Que diabos você quer? - Berlin falou sem nem se quer abrir os olhos.

- Ai meu Deus, é hoje! - eu falei me sentando e percebendo que era naquele dia que o plano seria colocado em prática.

- Vocês vão levantar ou está difícil? Vamos.

- Por que essa pressa? Quer me ver morrer logo? - eu perguntei olhando para o Palermo.

- Não. É só que a Lisboa não vai ser salva sozinha.

- Vamos? - eu perguntei ao Berlin olhando-o.

Berlin se levantou, me ajudou a levantar e beijou a minha mão.

- Estamos juntos nessa, até o fim. - Berlin falou tão baixo que quase não deu passa ouvir, eu respondi apenas com um sorriso.

Eu queria demonstrar que estava confiante. Eu realmente parecia segura por fora, parecia estar ótima. Mas na verdade, por dentro eu estava em pânico, mil vezes pior que eu estava antes de entrar no Banco. Nós continuamos de mãos dadas e descemos logo atrás do Palermo.

- Você está pronta? - o Professor me perguntou.

- Sim. - eu respondi concordando com a cabeça.

Eu coloquei a máscara e o capuz. As dez reféns fizeram o mesmo e quando todas estavam posicionadas, os outros também colocaram as máscaras e o capuz e a porta se abriu.
Passamos pela porta, o sol batia no meu rosto e me impedia de ficar com os olhos totalmente abertos. O chão ainda estava levemente marcado pelo fogo do carro forte, Alicia estava na nossa frente e ao nosso redor estavam vários manifestantes vestidos igual a nós impedidos pelos policiais de se aproximarem.

- Eu vou ser bem direta. Qual de vocês é a assaltante?

Ninguém se manifestou como combinado.

- Senhorita Amsterdã, por favor dê um passo à frente.

Todas as reféns deram um passo à frente junto comigo.

- Assim vai ficar difícil. Enquanto a verdadeira Amsterdã não aparecer ou nenhuma de vocês entregá-la, nenhuma de vocês sairá daqui.

O silêncio permaneceu e era agora que começaria o show protagonizado por eu mesma. Eu comecei a balançar a perna como se estivesse tendo uma crise de ansiedade. Depois parei e comecei a tremer um pouco como se estivesse muito nervosa, na verdade eu estava, mas eu estava controladamente nervosa, só estava atuando.

- Por favor, tirem as máscaras e o capuz.

Todas tiraram normalmente, mas eu continuava tremendo.

- Eu preciso reaver uma coisa, se alguma de vocês tentarem qualquer coisa, os policiais não hesitarão em matá-la. - ela disse tem um tom ameaçador e saiu até a tenda.

- E se mudarmos de estratégia? - Alicia perguntou ao Pietro.

- Do que está falando?

- É o seguinte, no meio das mulheres tem uma adolescente, ela tem o cabelo colorido, nenhum assaltante seria burro ao ponto de ter um cabelo facilmente identificável. Aparentemente ela tem crise de ansiedade, coisa de adolescente. Se falarmos com essa garota ao invés de procurarmos a assaltante, ela com certeza irá falar quem é a Amsterdã.

- Tudo bem, faça o que achar melhor.

Alicia voltou e olhou para nós, uma a uma.

- A garota de cabelo colorido, dê um passo à frente.

Eu dei uma passo e ela se aproximou de mim. Às vezes era muito útil parecer ter dez anos a menos do que eu realmente tinha.

- Qual o seu nome, minha querida?

- A-Amsterdã. - falei de cabeça baixa e gaguejando de propósito.

- Está nervosa, meu bem?

- Não, não estou. - respondi ainda de cabeça baixa.

- Olha para mim. Não precisa ter medo.

Eu levantei a cabeça e a encarei com um olhar de medo.

- Vem comigo.

- Pra onde vai me levar?

- Eu só quero conversar com você, fique tranquila. As outras, por favor não façam nenhuma gracinha, ou será a última coisa que irão fazer. Você, bem comigo.

Eu fui atrás dela e para falar a verdade, eu estava desesperada, estava a ponto de realmente ter uma crise de ansiedade, o que talvez ajudasse no plano. Finalmente chegamos até a tenda, eu parei e fiquei a olhando enquanto ela entrava.

- Entra. - ela falou como se tivesse mandado uma visita entrar em casa para tomar um chá.

Eu abaixei a cabeça e entrei logo atrás dela.

Amsterdã- La casa de papel Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt