Eu vou desmaiar, eu vou surtar. Eu já estou surtando.

Arranquei o frasco de vidro do meu bolso da blusa no chão. Derramei os comprimidos na minha mão, dois deles caíram no chão. Engoli um, parecia rasgar minha garganta, tomei a água da torneira e me sentei no chão.

Enquanto abraçava meus próprios joelhos, eu só queria que aquilo passasse. Meu corpo inteiro tremendo enquanto eu apenas tentava respirar.

•° Mateus° •

Oops! Questa immagine non segue le nostre linee guida sui contenuti. Per continuare la pubblicazione, provare a rimuoverlo o caricare un altro.

•° Mateus°

       O que falei para Dulce ontem não foi legal. Infelizmente percebi isso tarde demais, era claro que ela tinha algum problema com a aparência, ela parecia surtar toda vez que via o reflexo no celular.

Eu deveria pedir desculpas, mas o que falaria? O que ela disse depois também não foi legal, e ela sabia bem que aquilo me magoaria.

Parece que somos destinados a machucar um ao outro.

Encaro minhas mãos, estavam limpas, eu sei que estavam limpas. Mas o sangue ainda parecia manchar a pele pálida. Se eu fechar os olhos, conseguiria ver perfeitamente o sangue escorrendo entre meus dedos, sujando o chão, sujando minhas roupas, sujando meu rosto.

Era um pesadelo.

— Acha que foi minha culpa? — Guilherme me encarou como se eu fosse louco.

— Que?

— Acha que foi minha culpa? O que aconteceu com ele...

— Ok, entendi. — Ele disse antes que eu pudesse terminar, sua voz era áspera. Ele fechou o caderno sem nem se importar de fingir estar fazendo a atividade. — Não foi sua culpa, seu idiota.

— Sim, eu sei. Mas...

— Não tem mas, Mateus. Não foi sua culpa e ponto final.

— Eu sei. — Minha voz saiu cortada, Guilherme revirou os olhos

— Chega disso. Você tinha melhorado cara, por que está voltando com isso?

— Não sei. Estou bem, só não... Não sei o que eu sinto. Faz sentido?

— Não. Não faz sentido. Esquece isso, se ele ainda estivesse vivo diria o mesmo. Esqueça, Mateus.

— É difícil esquecer.

— Eu sei como é, colega. Eu também passei por algo assim. Só... Só tenta esquecer, não quero que você fique louco.

— Não estou louco.

— Por enquanto. — Semicerrei os olhos. Guilherme sorriu.

— Você também não está louco. — Apontei.

— Por enquanto. — Ele piscou e voltou a desenhar na borracha.

— Santos. Tenho que rever minhas amizades.

Me Apaixonando Por Você Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora