Capitulo 25 - Quase um fim ...

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~Laura~

Acordei com o choro de Theo. Peguei-o para acalentá-lo e ele foi se acalmando. Percebi que Dimitri não estava na cama. Olhei no relógio do criado mudo e vi que já eram nove horas. Eu ainda estava com sono, claro! Com a noite que eu tive, não poderia ser diferente. Sorri ao me lembrar. Levantei com Theo nos braços, indo à cozinha para preparar sua mamadeira e me deparando com um lindo buquê de rosas. Maria estava atrás da bancada preparando algo.

– Bom dia, Maria – falei e ela deu um pulo.

– Nossa, que susto – disse pondo a mão no coração, mas sorrindo. – Bom dia, Laura e Theo.

– Não tive a intenção, desculpe-me – sorri.

– Tudo bem, querida. O que a senhorita vai querer comer? Dimitri avisou-me que vocês estavam aqui – disse.

– Pode ser omelete – respondi.

– Pode deixar. E acho que essas flores são para a senhorita – disse me dando um sorriso e virando-se para o fogão. – Chegaram a pouco tempo

– São lindas e perfumadas – eu disse cheirando o buquê.

– E ainda tem um cartão! – Falei empolgada. Maria me deu um sorriso de incentivo. Abri o mesmo e o li, sentindo meus olhos brilharem.

Espero que goste das rosas, mas nada se compara com a sua beleza, porque ela é única e nada chega aos pés da minha pequena rosa vermelha.

p.s.: estou tentando ser um romântico incorrigível. Seu,

Dimitri.

Ri com o final do cartão. Acho que ele estava mesmo no caminho do romantismo.

– E então ? – perguntou Maria com o olhar curioso.

– Era do Dimitri. Ele disse que nenhuma rosa chega aos meus pés – falei boba e Maria riu.

– Talvez ele tenha razão – disse Maria me deixando sem graça. Depois de uns minutos, ela preparou meu omelete.

– Deixe-me pegar o Theo para você comer direito. Eu tenho uma mamadeira preparada, já – falou pegando-o de meus braços.

– Obrigada, Maria – ela, como sempre, adivinhara meus pensamentos.

Com a fome que eu estava, não demorei muito para comer. E nem Theo, mas ele ainda ficou com Maria a meu pedido, para eu poder tomar um banho. Assim que entrei no quarto, meu celular apitou com o aviso de uma mensagem. No visor, vi que era de Dimitri.

> Bom dia, minha rosa, espero que tenha dormindo bem ;)

Sorri ao ler a mensagem.

> Bom dia. Dormi muito bem. Amei as rosas, senhor romântico.

> Agradeça a Maria. Eu não sabia o que lhe agradaria, fiquei meio desesperado.

Ri ao imaginá-lo assim.

> Agradecerei, sim, mas tenho certeza que o cartão não foi ela quem fez.

> Não, mas tentei fazer o possível para que gostasse, minha rosa vermelha.

> Pois fez muito bem. Eu amei, Dimitri.

> Fico feliz em saber, minha pequena. Não queria, mas preciso voltar ao trabalho.

> Tudo bem. Mas não esqueci de ontem, sobre nossa conversa...

Ele demorou alguns minutos para responder e isso não me deixou bem.

> Nem eu, minha pequena. Mais tarde conversamos, tenha um bom dia.

Percebi que a mensagem trazia um ar triste. Ou, talvez, eu estivesse louca.

> Você também.

Não esperei Dimitri responder, apenas fui direto para o banho. Maria estava com Theo no sofá e, assim que adentrei na sala, Theo esticou os bracinhos para eu pegá-lo.

~Dimitri~

Levantei da cama sem acordar Laura. Ela estava tão linda dormindo que não pude despertá-la. Maria já estava preparando meu café quando entrei na cozinha.

– Bom dia, Maria.

– Bom dia, Sr. Andrew.

– Maria, eu preciso de sua ajuda.

– Pode dizer – respondeu.

– A Laura está com o Theo no quarto e eu queria fazer alguma coisa especial para ela, porém não sei bem o que poderia fazer, não sei o que poderia agradá-la – Maria me olhou rindo.

– Eu não sei muito bem do que ela poderia gostar, não a conheço muito bem – ela falou.

– Nenhuma coisinha? – perguntei meio que desesperado.

– Talvez rosas? Mulheres sempre amam buquês de flores.

– Muito obrigado, Maria – disse lhe beijando a bochecha, fazendo-a rir. – Você é meu anjo da guarda.

Tomei meu café sem pressa e, enquanto comia, fiquei conversando com Maria. Quando entrei em minha sala, liguei para um florista pedindo o buquê de rosas junto com um cartão. Recitei o que queria que ele escrevesse no cartão e me achei tão bobo apaixonado falando, que até pude ver o mico que estava passando, mas eu sabia que Laura ia gostar.

Acabamos trocando algumas mensagens pela manhã e, como já era de se esperar, ela não esqueceu nossa conversa. Eu não sabia o que escrever diante disso; eu deveria dizer que não era nada demais ou inventar uma mentira qualquer. Sim, eu estava me acovardando, porque eu sabia que, quando eu contasse, ela iria embora e nunca mais iria querer me ver. Mas era melhor dizer a verdade antes que Karina tentasse mais alguma coisa contra Laura e eu sabia que não podia adiar essa conversa . Além do mais, eu ainda tinha que me resolver com aquela cobra. Falei para mim mesmo que, de hoje, essa conversa não passava.

Foi difícil trabalhar com esses pensamentos. Cada vez que eu olhava para o relógio me batiam uma tristeza e um desespero tão grande que até sentia falta de ar. Pensei em Theo, meu garotão. Não queria ter que ficar longe dele depois que toda a verdade viesse a tona, mas sabia que depois dessa conversa ela não me deixaria vê-lo. Quer dizer, poderia até deixar, mas não seria a mesma coisa se ela não estivesse junto.

Mais uma vez olhei para o relógio e suspirei. Seria agora ou nunca. Até chegar ao meu apartamento, respirei fundo várias vezes. Adentrei e vi Laura sentada no chão com Maria e Theo, os três rindo. Meu coração se apertou com a cena. Laura me olhou e sorriu. Foi difícil fazer o mesmo e ela percebeu, porque deixou Theo com Maria e veio em minha direção.

–Tudo bem? – perguntou preocupada e eu apenas balancei a cabeça, negando. Beijei sua testa e a abracei. Coloquei minha cabeça entre seu ombro e pescoço e senti seu cheiro.

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