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{ desculpa pelo susto ; tira o cavalinho da chuva ; um acidente não acidental }

Ashton Irwin.

Uma vez que a aula de matemática acaba, arrumo todo o meu material escolar que se encontrava disperso pela mesa e apresso-me a sair da escola. É tão fácil só ter três disciplinas ainda que tenha três anos de matéria para estudar. Infelizmente, ainda terei de vir à escola à tarde para ver qual das atividades, que a escola me oferece, me chama mais a atenção. Decerto que nenhuma, por isso, irei pensar na que me importo menos de frequentar.

Cansado de subir os lances de escada do apartamento, retiro as chaves de casa do meu bolso das calças e abro a porta da entrada. A minha avó leva a mão ao peito, claramente assustada com a minha chegada. Rio-me baixinho da sua aparência amedrontada mas compreendo a sua reação. Nos dias de hoje qualquer pessoa pode ser assaltada de forma simples e não é costume eu chegar tão cedo a casa. Ainda assim, decerto que ninguém lhe ia fazer mal se estivesse a abrir a porta de casa com as chaves.

- Não era suposto estares na escola?

- Só tinha Matemática hoje, . Desculpa, não te queria assustar. - Digo enquanto fechava a porta.

- Apenas não estava a contar contigo, querido. - Ela diz, encaminhando-se para a cozinha. Decido segui-la para o caso de ela precisar de ajuda com o almoço. - O teu irmão chega daqui a uma hora, se eu soubesse que estavas livre tinha-lhe dito que o ias buscar. Escusávamos de dar trabalho à mãe de David.

- Para a semana eu vou-o buscar. - Eu comento, ainda que a minha vontade fosse ficar em casa sem fazer nada nesta hora livre que tenho antes do almoço. A minha avó assente com a cabeça, aprovando o que eu havia sugerido, e mexe a comida da panela. Provavelmente antes estaria esfomeado só com o cheiro mas ultimamente não me apetece comer grande coisa.

Ofereço ajuda a minha avó que aceita com um grande sorriso nos lábios. Na verdade, não sou tão mau cozinheiro como os meus amigos me descrevem. É uma vantagem ter a minha avó em casa mas, por vezes quando ela tem consultas, eu cozinho para mim e para ao meu irmão. Obviamente que fui melhorando, e admito ter ganho um gosto pela cozinha.

Quando o meu irmão chega a casa a alegria logo se instala entre nós. Custa admitir mas tenho a noção que quem dá vida à casa é o meu irmão. Ele também é pequeno e a sua inocência, por vezes, leva ao cómico.

Sentámo-nos à mesa e fizemos a nossa refeição, acompanhados pelas notícias catastróficas que passavam na televisão. A maior parte das mesmas eram uma crítica aos políticos e à forma como a Austrália estava a ser gerida. É falado no desemprego que aumentara significativamente mas, hoje em dia, as não entendem que o suficiente não é uma classificação aprovativa. As empresas cada vez mais são mais exigentes exigem cada vez mais das pessoas. Além disso, em toda a gente tem capacidades, ou competências, para atingir os objetivos pretendidos pelos superiores.

É, a vida é injusta.

Uma vez que acabámos de comer levanto a loiça da mesa e, após a passar por água, coloco tudo na máquina. Enquanto isso, o meu irmão ajuda a minha avó a limpar o chão e a mesa. Sorrio quando tudo termina. Não me posso queixar da minha família. Em todas as ocasiões é muito prestável e trabalhadora.

A minha respiração encontra-se acelerada devido ao caminho que até ao momento percorri. Decidi vir a pé, ao invés de vir de bicicleta, para puder ouvir música e descontrair na companhia de um cigarro. Não tinha pressa pois não ia ter aulas e, além disso, a secretaria devia estar cheia de alunos neste exato momento. O rock invadia os meus pensamentos, deixando-me concentrando no sentido que os cantores tentavam transmitir. Por vezes, gostava de cantar unicamente por diversão.

Inconsciência  》 irwinWhere stories live. Discover now